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Acordo para reduzir o pó preto só será assinado em setembro

Acordo para reduzir o pó preto só será assinado em setembro

Empresa que fez relatório marcou para fim de agosto etapa de novas análises

Publicado em 7 de agosto de 2018 às 11:51

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Pilha de minério de ferro recebe produto líquido que cria "capa" para evitar dispersão do pó preto . (Ricardo Medeiros)

Foi adiada para setembro a assinatura do Termo de Compromisso Ambiental (TCA) para diminuir a poluição. O documento estabelece prazos para o cumprimento das metas que vão ajudar a reduzir a emissão do pó preto na Grande Vitória em até cinco anos. Para isto vão ter que ser adotadas medidas a curto prazo, em até seis meses, outras em até dois anos, e as de custo maior, em até cinco anos.

Em julho, a expectativa era de que o documento fosse assinado em agosto, conforme relatou o secretário de Estado de Meio Ambiente, Aladim Cerqueira. Mas a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), empresa responsável pela elaboração do relatório sobre a situação da poluição, ainda anexa as manifestações das empresas ao seu documento e marcou a entrega para a semana de 27 de agosto “para discussões e encaminhamento das análises”, informou a assessoria de imprensa do Iema.

O relatório atualizado terá depois que ser avaliado pelos técnicos do Iema, antes de ser encaminhado para os ministérios públicos Federal e o Estadual. Só depois o TCA poderá ser assinado, pelas empresas Complexo de tubarão, pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Seama), Iema, e pelos ministérios públicos Federal e do Estado (MPF e MPES).

O documento apontou que as empresas do Complexo de Tubarão – ArcelorMittal e Vale –, em Vitória, precisam pôr em prática um conjunto de 191 ações para reduzir as emissões de pó preto. Nas vistorias realizadas nas duas empresas foram encontrados pelo menos 100 locais por onde há vazamento de poluição.

Moradora do Barro Vermelho, em Vitória, a servidora pública aposentada Giovana Teixeira reclama da rotina para se livrar do pó preto. (Marcelo Prest)

Boa parte desta poluição, segundo o relatório, é chamada de fugitiva. Ela vem das esteiras, tombamento dos vagões, das pilhas e do manuseio do minério e do carvão, do transporte por caminhões, dentre outras fontes. São estas emissões, segundo o relatório, que devem ser atacadas prioritariamente.

Logo após a entrega do relatório, foi dado um prazo para que as empresas apresentassem a sua manifestação. O que já foi feito. Agora está sendo aguardada a conclusão da Cetesb.

O prazo para o cumprimento das metas, no entanto, só deve começar a contar após a assinatura de um Termo de Compromisso Ambiental.

AÇÕES QUE SERÃO ADOTADAS PELA VALE

Plano Diretor Ambiental

Conjunto de ações da Vale para reduzir a emissão de poluentes:

Medidas

Gestão Atmosférica

Correias: Adequação/implantação de enclausuramento em cerca de 40km de correias transportadoras, 37 mil m2 de casas de transferência, 1.220 chutes de transferências e 695 sistemas de limpeza de correia.

Wind fence: Instalação de cerca de 6,5km de novas wind fences que equivalem a 157 mil m2 de telas.

Névoa: Instalação de 3 canhões de névoa com alcance de 150 metros, 7 metros de comprimento, e 6,5 toneladas de peso no pátio de pelotas com wind fences.

Queda: Eliminação da queda de material nas usinas e porto.

Vagões: Enclausuramento dos viradores de vagões.

Sistemas: Melhorias nos sistemas de despoeiramento.

Áreas: Pavimentação e impermeabilização de áreas.

Polímeros: Aplicação de polímeros e produto líquido celulósico nas pilhas de minério para criar uma capa de proteção.

Aspersão: Melhorias nos sistemas de aspersão dos pátios.

Píeres: Melhorias ambientais nos píeres.

Precipitadores: Melhorias nos precipitadores eletrostáticos.

Piloto: Concluir teste piloto de novas tecnologias nos precipitadores eletrostáticos.

Limpeza: Melhorias na limpeza industrial.

Gestão Hídrica

Efluentes: Implantação do plano de efluentes industriais de minério de ferro.

Fertilizantes: Implantação do plano de efluentes industriais do terminal de grãos e fertilizantes.

Carvão: Implantação do plano de efluentes industriais do terminal de carvão.

Sanitários: Implantação do plano de efluentes sanitários.

Abastecimento: Implantação do plano de abastecimento de água.

Águas: Implantação do plano de automatização e medição de água efluenteologias nos precipitadores eletrostáticos.

Limpeza: Melhorias na limpeza da industria.

Investimentos

Total

Investimento de R$ 1,27 bilhão para diminuir a emissão do pó preto que tanto incomoda os moradores da Grande Vitória. Os recursos vão ser aplicados num conjunto de 48 ações ambientais.

Metas

Empresa

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Redução de 93% da emissão de pó preto até 2023, em comparação ao que foi emitido em 2010 – ano da primeira medição da empresa. A mineradora estima que em 2023 esteja emitindo 1,5 grama de poeira por tonelada de produto movimentado nos píeres. Em 2010 a Vale tinha uma emissão de 21 gramas a cada tonelada.

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