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Após anos sonhando, eles descobriram a alegria da paternidade

Após anos sonhando, eles descobriram a alegria da paternidade

Conheça histórias de homens que esperaram bastante tempo para realizar o sonho de ser pai

Publicado em 12 de agosto de 2018 às 00:43

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Roberto Barroso, professor: "Eu sinto que já construímos uma relação bem legal. Ele me reconhece. E já chegou à fase que dá sorrisos". (Vitor Jubini )

Amor, cumplicidade, diversão, companheirismo... É difícil mensurar os sentimentos que envolvem a relação entre um pai e sua cria. E, mesmo quando a paternidade ainda é só um desejo, esses sentimentos fecundam e ficam latentes.

Em geral, os casais esperam nove meses para ter um filho. Mas para algumas pessoas a espera pode ultrapassar anos. A questão é que, quando a vontade de ser pai é muito grande, a persistência entra no balaio de sentimentos que englobam a paternidade.

Agora, em 2018, depois de cinco anos de tentativas e frustrações, o professor Roberto Barroso, 51 anos, vai comemorar hoje o primeiro Dia dos Pais na condição de pai.

Há pouco mais de dois meses, Antônio chegou na vida dele e da esposa, a administradora Maria Darivania. “Tentamos muito. Fizemos acompanhamento médico até que desistimos. Aceitamos que não era para ser e relaxamos”, lembra o professor.

SURPRESA

Então, quando nem ele mesmo esperava o professor foi surpreendido pela esposa. Ele conta que estava com uns amigos e chegou em casa um pouco mais tarde. Ao entrar, recebeu da mulher uma caixinha. Dentro, o presente pelo qual Roberto esperou por anos.

“Eu abri a caixa, tinha dois sapatinhos e o exame de laboratório. Eu fiquei muito feliz, mas é difícil até a ficha cair”, lembra.

Roberto explica que a relação entre pai e filho vai se erguendo aos poucos. E que a paternidade que, durante anos, foi só um desejo começa a ter contornos e a ser palpável.

“Eu sinto que nós já construímos uma relação bem legal. Ele me reconhece. Ele já chegou numa fase que dá sorrisos. Eu sinto que na interação dele com a gente ele já nos reconhece”, se gaba o pai orgulhoso.

Muita gente pode até pensar que a idade seria um problema para Roberto na hora encarar o desafio para paternidade. Mas, para ele, essa é uma oportunidade de se cuidar mais.

“O que eu penso é que a paternidade acabou sendo um caminho para eu manter minhas atividades físicas. Estou mais pensando nisso como uma motivação para manter minha saúde em dia. Não estou vendo muito isso como um peso de não conseguir acompanhar o crescimento do meu filho”, garante.

COM AMOR

A longa espera pela chegada de um filho também pode acontecer se ele não vem de forma biológica. O administrador de redes de computador Edson Alvarenga Junior, 31 anos, é casado há dez anos e há cinco entrou com o processo de adoção.

Edson Alvarenga com o filho, Benjamin, de dois meses: ele e a esposa sempre quiseram adotar uma criança. ( Carlos Alberto Silva)

De lá pra cá, ele e a esposa Patrícia Bastos fizeram o curso, renovaram a autorização para receberem com amor uma criança mas só há um mês Benjamin, que tem dois meses, entrou na vida do casal (como a adoção ainda está em processo, o rosto de Benjamin não pode ser mostrado nas fotos desta reportagem).

“Nosso desejo já tinha esfriado quando recebemos a ligação da assistente social sobre a chegada do bebê. No dia seguinte, vimos o Benjamim e sabíamos que ele era nosso filho”, lembra.

Apesar de ser um desejo antigo, o bebê chegou de surpresa na vida de Edson que, junto com a esposa, teve que correr para organizar alguns detalhes para receber a criança.

Agora, sem pressa e vivendo cada momento, Edson vai construindo um relacionamento com Benjamim. Mas, para ele, a paternidade é um processo natural da vida e, por isso, sempre pensou que, um dia, seria pai. Mesmo vivendo a paternidade há pouco tempo, ele conta que já tem um laço de afeto e reconhecimento com Benjamim.

“A paternidade tem sido divertida. Eu fico brincando e conversando e ele já responde”, se derrete.

FAMÍLIA

O próprio Edson é filho adotivo. Ele é o caçula de uma família de 16 irmãos, todos filhos do mesmo pai e da mesma mãe.

Ele afirma que ter sido adotado influenciou na decisão do casal em adotar uma criança. “Penso que ser adotado somente confirmou que eu também posso adotar. Conversando com minha esposa, sempre pensamos em adotar. Também é uma forma de dar uma oportunidade a uma criança de ter uma família igual eu tive”, afirma.

SUPERAÇÃO 

O gráfico Nilton César Dias Louseiro, 52 anos, teve o primeiro filho há pouco mais de um ano. Ele tentou ser pai durante toda a vida, mas não conseguia. Depois de muito tempo descobriu que o problema era com ele, uma doença o deixava quase infértil e dificultou a paternidades.

Nilton César Louseiro, 52 anos, com o filho. ( Carlos Alberto Silva)

Ao casar com a atual esposa, Ana Lucia de Oliveira, veio outro agravante: ela tinha passado pelo tratamento de quimioterapia, para curar um câncer, e também ficou com a fertilidade comprometida.

“Numa quinta-feira, ela me ligou dizendo que estava passando mal e pediu para eu ir para casa. Quando eu cheguei, ela fez uma surpresa e me contou que estava grávida. Eu quase desmaiei, porque eu não esperava, nem ela. Choramos muito nesse dia”, lembra.

Hoje, João Miguel está com pouco mais de um ano e já mudou a vida do pai orgulhoso.

“Eu ia muito ao bar, eu era assim, saia muito, mas aí virei pai de família (risos)”, comenta Nilton.

PATERNIDADE

O que Roberto, Edson e Nilton têm em comum, além de passar este domingo como pai pela primeira vez é o orgulho em descrever o que é paternidade.

Para Edson, é uma relação que independe de laços sanguíneos. “Paternidade é criação. Paternidade é criar é todo o dia. Gerar é uma única vez, resultado de algo que você fez. Já a criação é resultante de algo que está fazendo diariamente”, descreve.

Nilton concorda com a definição de que pai é quem está junto todos os dias e completa: “Ser pai é maravilhoso. Nas minhas férias, fiquei 20 dias praticamente só com o João Miguel. Toda vez que olho para ele me emociono. Acho que ele veio no momento certo”, se derrete.

Roberto finaliza, emocionado, que é na paternidade que o homem encara o maior mistério.

“É uma coisa que vai se revelando a cada dia, a cada sorriso e a cada período de amadurecimento. É esse mistério de descobrir o amor. Descobrir algo que é parte de você. Eu diria que é o amor, é se ver no outro”, destaca.

SURPRESA

“Uma felicidade que nem cabia no peito”

Nilton César Louseiro

Gráfico, 52 anos

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“Sempre quis ser pai e não conseguia, até que descobri que tinha uma doença. O médico disse que não dava para garantir que eu teria um filho. Minha esposa teve câncer e foi afetada com a quimioterapia. Por muito tempo, choramos porque queríamos ter um filho. Era difícil, porque eu estava parcialmente infértil e ela também. Apesar disso, Deus colocou um no caminho do outro. Quando ela descobriu a gravidez, foi emocionante, um misto de emoções, lembrei de muitas coisas do passado, foi tanta emoção que nem sei explicar, tanta felicidade que nem cabia no peito.”

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