De uma família que preza pela educação e pelo social, os irmãos Trazzi tiveram inspiração dentro da própria casa. Isso justifica, em parte, a razão para que Rodrigo e Ricardo, já estudantes da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), decidissem por ajudar outros jovens os de baixa renda a ingressar no ensino superior. Com a parceria do colega José Vasconcelos, criaram o Projeto Universidade para Todos (Pupt).
Desde o lançamento do Pupt, há 22 anos, mais de 6 mil alunos foram aprovados na Ufes. A GAZETA acompanhou desde o início a trajetória do projeto e os resultados obtidos pelos alunos do cursinho.
A gente lecionava na rede pública estadual, numa época em que a educação passava por uma grave crise, com greves sucessivas. A gente percebia que havia alunos com grande potencial, mas que naquela situação jamais conseguiriam chegar à universidade. Então, criamos o cursinho, lembra Ricardo, único dos três que continua no Pupt.
Para ele, o projeto é um instrumento de transformação importante para jovens que, de outra maneira, não teriam condições de se preparar e entrar em um curso universitário.
Logo no primeiro ano, tivemos um índice de aprovação altíssimo, vários primeiros lugares. O projeto foi crescendo e chegou a ter 10 patrocinadores. Houve um momento em que ocupamos 10% das vagas oferecidas na Ufes, o que demonstrava o potencial desses alunos. O projeto nada mais fez que mostrar que havia pessoas talentosas na rede pública, ressalta.
Confira galeria de fotos com reportagens de A GAZETA sobre o projeto.
Mas chegou a crise, e Ricardo foi vendo os apoios diminuírem ao ponto de nenhuma empresa mais ajudar a bancar o projeto. Em 2014, as atividades foram encerradas, mas ainda havia demanda. Então, em 2016 o Pupt retornou, porém cobrando mensalidade hoje em R$ 140. É um valor reduzido, que nos possibilita manter a qualidade para atender o nosso público (aluno da rede pública e de baixa renda). Infelizmente, mesmo com um custo baixo, nem todos podem pagar, lamenta.
Ricardo espera que esse cenário mude para que possa voltar a oferecer o cursinho gratuito e ampliar a oferta de vagas a pessoas de baixa renda que sonham com o ensino superior. Com apoio financeiro de empresas, ele tem a expectativa ainda de levar o projeto Biblioteca Transcol, que também idealizou, para bairros de periferia, bem como desenvolver um projeto na área de reciclagem de lixo. A ideia é pegar lixo orgânico de grandes produtores e, no próprio local, transformá-lo em composto. O lixo deixaria de ir para os aterros, que tem um enorme custo para a sociedade.
Com essa visão social, ele indica José Armando Campos como um capixaba que merece destaque porque, quando estava à frente da ArcelorMittal, investia na área. Precisamos de mais empresários como ele.
QUEM É JOSÉ ARMANDO CAMPOS
Às vésperas de completar 70 anos, o ex-presidente da ArcelorMittal cargo que deixou em 2009 não para, senão envelhece. Mantém sua atuação na empresa como conselheiro, função que também exerce no ES em Ação, na Rede Gazeta e no Instituto Terra. Apesar de todas as atribuições, o ritmo de trabalho diminuiu em comparação aos tempos de executivo e, assim, consegue dedicar-se mais à família, cozinhando com a esposa, brincando com os seis netos, além de jogar golfe.
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