Instalada em um prédio histórico no Centro de Vitória, a Escola Estadual Maria Ortiz está longe de ser um ambiente adequado para os 1,1 mil alunos que lá estão matriculados. Rachaduras e infiltrações são visíveis na estrutura, levando inclusive ao fechamento de laboratório e da cozinha. Em dias de chuva, estudantes tentam escapar de goteiras nas salas de aula. Nesse cenário, há ainda mais um alerta: cuidado, janela caindo!
A situação foi denunciada por um pai de aluno pelo aplicativo da TV GAZETA e constatada por meio de fotos feitas por estudantes e de visita à unidade de ensino. Os relatos também reforçam o estado de abandono da escola.
Na minha sala, quando chove, começa a pingar. Às vezes, cai água até das lâmpadas e a gente precisa ficar se afastando para não cair em cima, afirma a aluna Esther Brasiliense, 17 anos.
A gente já teve que ser retirado de sala porque estava chovendo muito e entrando água, acrescenta Milena Sarcinelli, 15.
A estudante Evellyn dos Santos, 15, aponta outro problema: a falta da cozinha. Aqui é sempre pão, pão, pão porque não tem infraestrutura para fazer comida. No teto e paredes do refeitório, há infiltração e rachaduras.
Além disso, parte do segundo andar está interditada, impossibilitando a utilização de laborário e salas temáticas.
Leonardo de Freitas reclama ainda do número de estudantes e da falta de estrutura de sacadas e janelas. A escola não tem condições de receber tanto aluno. E, do jeito que está, é até perigoso desabar com a gente.
O secretário estadual de Educação, Haroldo Corrêa Rocha, assegura que não há risco de desabamento da estrutura, que já passou por vistoria do Corpo de Bombeiros, e que uma série de intervenções será feita na escola para melhorar o atendimento de alunos,servidores e professores.
Os primeiros reparos começaram a ser feitos nesta semana e são voltados para restabelecer o funcionamento da cozinha, do refeitório e do laboratório. A estimativa do secretário é que essa etapa seja concluída em até 90 dias. Até o final do ano, deve ser iniciada a reforma da fachada, das escadarias e da parte estrutural.
Questionado sobre o fato de a escola não dispor de alvará de funcionamento, Haroldo explicou que o prédio foi construído em uma época que não havia esse tipo de exigência, mas que, em um futuro projeto de reforma do prédio, esse quesito será contemplado. O secretário disse ainda que haverá ampliação da escola e implantação de uma quadra, considerando que a secretaria adquiriu um imóvel na região para executar a obra.
HISTÓRIA
Construído na Cidade Alta, em meados do século XIX, com o nome de Ateneu Provincial, o edifício, após reforme ocorrida em 1912, ganhou características do estilo Eclético Classicizante e passou a ser chamado de Escola Normal D. Pedro II. Desde 1971, abriga a Escola Maria Ortiz. Os dados constam do livro Arquitetura Escolar Capixaba: Sua Trajetória, de Bruna Morais de Medeiros.
Quanto à Maria Ortiz, trata-se da primeira mulher de destaque na história do Espírito Santo, responsável pela expulsão de holandeses que pretendiam invadir o Estado, no início do século XVII. Ao contrário do que já foi especulado, segundo historiadores ela não era prostituta.
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