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Famílias são retiradas de lote em ação de reintegração posse na Serra

Famílias são retiradas de lote em ação de reintegração posse na Serra

O terreno foi ocupado há mais de um ano e uma decisão da justiça havia suspendido a reintegração para tentar uma mediação com os ocupantes, o que não funcionou

Publicado em 22 de agosto de 2018 às 13:33

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Lote em Central Carapina, na Serra, passa por reintegração de posse nesta quarta-feira (22) e cerca de 20 famílias terão que sair do local. (Eduardo Dias)

Cerca de 20 famílias estão sendo retiradas de um lote em uma ação de reintegração de posse no bairro Central Carapina, na Serra, nesta quarta-feira (22), comandada pela Companhia Independente de Missões Especiais (CIMEsp). A Defensoria Pública acompanha a ação. O terreno foi ocupado há mais de um ano e uma decisão da justiça havia suspendido a reintegração para tentar uma mediação com os ocupantes, o que não funcionou.

O defensor público Rafael Portela afirma que a ocupação é observada há mais de um ano e que a reintegração que acontece nesta quarta tem determinação judicial, que inclui a demolição das casas. Além disso, ele explica que as famílias têm dificuldade de acesso a serviços públicos e que estão em situação de extrema vulnerabilidade.

"A determinação judicial impõe que haja a demolição das casas e, infelizmente, não existe nenhum tipo de providência judicial ou do município para algum tipo de acolhida dessas pessoas que estão em extrema vulnerabilidade", diz Rafael.

Portela reforça que a Defensoria Pública acompanha o processo de reintegração para certificar que as decisões tomadas na reunião preparatória serão cumpridas. São disponibilizados para a ação o transporte dos bens das pessoas para um galpão e trabalhadores para ajudar no deslocamento dos bens.

"Essa reintegração de posse é feita pelo comando especializado da Polícia Militar e a gente também tem a preocupação, enquanto defensoria, de acompanhar o prosseguimento do trâmite. A gente tá falando aqui de 15 a 20 famílias, muitas delas alegando dificuldade de acesso a serviços públicos, dificuldade de ter uma moradia e isso é uma situação crônica do Estado todo ", completa.

OCUPANTES NÃO TÊM PARA ONDE IR

Uma das moradoras da ocupação Thaynara Vieira, de 23 anos, conta que o lote era abandonado quando chegaram e que, de acordo com ela, prejudicava a população por ter acumulo de lixo e animais mortos. Thaynara afirmou que eles lutaram muito tempo para encontrar um local para morar.

"Ninguém nunca veio limpar, então a gente foi, porque a gente não tem casa. Entramos, limpamos, agora temos casas aí, plantação e simplesmente arrancam nossas coisas, como se a gente não fosse ninguém. A gente quer saber o que vão fazer com esse lote depois", reclama.

Thaynara diz que está angustiada e relata, ainda, que vivia em uma casa com mais sete pessoas, incluindo os pais, marido e a filha, e que não tem para onde ir.

A idosa e também ocupante do local, Zumira Souza Soares, de 59 anos, afirma que encontrou o lote para morar após a casa em que viva pegar fogo. Ela estava no local há um ano e três meses e também não tem para onde ir. "Eu vou ficar na rua com quatro crianças e minha filha doente", afirma a idosa.

PREFEITURA DA SERRA

A Prefeitura de Serra informou que, até o momento, nenhuma família retirada do terreno de Central Carapina procurou a Secretaria de Habitação do município. Para fazer o cadastro no programa habitacional Minha Casa Minha Vida é preciso levar documentos pessoais até a Secretaria de Habitação, no prédio da prefeitura, em Serra-Sede.

VÍDEO | MOMENTO EM QUE UMA DAS CASAS É DERRUBADA

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Com informações de Eduardo Dias

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