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Hilário pede liberdade para cuidar de filhas, carreira e patrimônio

Hilário pede liberdade para cuidar de filhas, carreira e patrimônio

Pedidos foram negados pelo juiz da Primeira Vara Criminal de Vitória, Marcos Pereira Sanches; acusados de matar médica vão a júri popular

Publicado em 13 de agosto de 2018 às 18:49

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Hilário Antônio Fiorot Frasson no dia da prisão, em 21 de setembro do ano passado. (Guilherme Ferrari)

O policial civil Hilário Frasson pediu à Justiça para ser posto em liberdade. Dentre os motivos apresentados estava a necessidade de cuidar dos interesses das filhas, de sua carreira pública e do seu patrimônio imobiliário. Ele foi preso e denunciado com um dos mandantes do assassinato da ex-esposa, a médica Milena Gottardi. O crime aconteceu em setembro do ano passado, no estacionamento do Hospital das Clínicas (Hucam).

Em sua decisão, o juiz da Primeira Vara Criminal de Vitória, Marcos Pereira Sanches, negou a concessão da liberdade para Frasson com o argumento de que nenhum dos motivos apresentados "servem de pretexto para autorizar a liberação".

Em relação à guarda e a defesa dos interesses das duas filhas de Hilário, uma de 3 anos e a outra com 10, o juiz relata que elas se encontram sob os cuidados do irmão de Milena, Douglas Gottardi. 

Aspas de citação

Conforme, aliás, manifestação de vontade por ela (Milena) exteriorizada na carta escrita que deixou ao pressentir futura morte

Juiz Marcos Pereira Sanches
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Ele pontua ainda que as meninas "estão com seus direitos resguardados, na medida do possível, sob a devida supervisão judicial".

O juiz assinala que, ainda que os direitos não estivessem resguardados, "seria um contrassenso conceder-lhe qualquer benefício em razão de violação ou ameaça a direitos das incapazes decorrente de uma situação para a qual - até então e ao que consta - existem indícios de que teria concorrido o próprio acusado".

CARREIRA

No caso da carreira pública, o juiz observa que Hilário ocupa o cargo de policial civil. "A meu sentir, tal função é incompatível com a conduta que lhe é atribuída nos presentes autos (processo), porquanto o exercício desse nobre e heroico mister exige estrita observância aos ditames legais e incansável atuação para preservação da ordem pública, justamente o contrário do narrado nos autos", diz, e conclui: "No mais, não pode um interesse privado sobrepor-se ao coletivo, especificamente à manutenção da ordem pública, além do que a questão pode ser facilmente resolvida com a constituição de mandatário, nos moldes da legislação civil, para gerir eventual patrimônio imobiliário", assinala.

Na mesma decisão, o juiz destaca que é inviável acolher os pedidos de liberdade provisória de Hilário Frasson e do seu pai, Esperidião Frasson, também denunciado como mandante do crime da médica. O juiz relata na decisão que "o processo ainda não se encerrou, mas apenas a primeira fase do procedimento caminha para o fim, reputando necessária a manutenção das segregações cautelares (prisões) para assegurar a lisura dos depoimentos a serem oportunamente prestados e manutenção da ordem pública".

Além disso, relata o juiz, o acusado Esperidião conta com envolvimento em dois outros processos da mesma natureza - homicídio -, tendo sido, também, pronunciado em ambos. "Além do que recai sobre ele e o acusado Hilário também a acusação de terem concorrido para alteração do estado de coisa no local dos fatos, o que exige maior cautela, apuro e precaução na análise do pleito, a fim de preservar a futura produção de prova e aquela já levada a efeito", diz na decisão.

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Por decisão do juiz, continuam presos, além de Hilário e Esperidião, os demais acusados pelo crime: os intermediários do crime Hermenegildo Palauro filho (Judinho) e Valcir Dias da Silva; além do executor, Dionathas Alves Vieira. Também permanece preso Bruno Broeto, que deu apoio ao executor do assassinato. "Encontrando-se os acusados presos e permanecendo inalterados os motivos que ensejaram suas segregações, recomendo-os custodiados na prisão em que se encontram", diz o texto da decisão.

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