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Miscigenação e história formam identidade do capixaba

Miscigenação e história formam identidade do capixaba

Culturas e tradições distintas de norte a sul do Espírito Santo valorizam nossa terra

Publicado em 18 de agosto de 2018 às 01:26

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Do balançar da peneira do cafeicultor no campo ao gesto típico de quem faz a panela de barro, capixaba mostra sua força cultural, econômica e histórica . (Gabriel Lordêllo)

Quem nunca ouviu frases como “Capixaba não tem sotaque” ou “Vitória? Vitória da Conquista?”. Chega a ser difícil evitar uma ponta de irritação. Afinal, um pouco de pesquisa e informação dos desavisados eliminariam a confusão entre a Vitória da Bahia com a nossa Vitória, uma bela capital de mais de 400 anos, cheia de praças, parques e jardins, com grandes empresas de atuação global e de importantes eventos de negócios.

São muitos os motivos para ter orgulho desta terra, e não há desinformação que nos tire do sério ou seja capaz de empanar o brilho do povo capixaba, que é singular e multifacetado.

Essa sim talvez seja uma das melhores definições do capixaba. Gente que, de norte a sul do Espírito Santo, ou mesmo de fora dele, carrega naturalmente uma rica diversidade cultural, étnica, gastronômica, linguística e histórica. Particularidades que vêm de berço.

Essas diferenças, que vão desde as várias matrizes econômicas do Estado e o turismo das montanhas às praias, até as mais distintas festas típicas da nossa terra, valorizam o Espírito Santo em nível nacional e formam a identidade do capixaba, que diante de tanta diversidade e ao mesmo tempo singularidade deve, sim, se orgulhar.

Afinal, quem é daqui já nasce com uma ligação especial com o mar ao mesmo tempo que é fascinado pelo campo. Já come desde criança iguarias que vão da moqueca à polenta.

FORMAÇÃO

Toda essa diversidade é explicada, segundo o historiador Fernando Achiamé, pela formação histórica do Estado, que tinha as terras habitadas pelos povos indígenas e depois receberam portugueses, espanhóis, africanos e, mais à frente, imigrantes de todos os cantos da Europa.

“O caldeamento das culturas desses povos, cada um contribuindo de uma forma com seus usos e costumes, tradições e culinária, resultou no capixaba atual, detentor de uma riqueza cultural imensa”, comenta Achiamé ao reforçar: “Não existe um capixaba típico. O que define a identidade capixaba é a diversidade”.

Ele comenta ainda da cultura regional do povo do Estado, com a forte ligação com os monumentos naturais, as cidades e os bairros. “A população capixaba, até há bem pouco tempo, habitava predominantemente as zonas rurais. Nossa urbanização é muito recente, com famílias do interior se deslocando para a Grande Vitória nos últimos anos. Daí o apego às cidades e localidades de origem, com as quais ainda mantém laços de parentesco e amizade”, pontua.

Do balançar da peneira do cafeicultor no campo ao gesto típico de quem faz a panela de barro, capixaba mostra sua força cultural, econômica e histórica. (Vitor Jubini)

PROGRESSO

Selo de 90 anos da Rede Gazeta. (Rede Gazeta)

A evolução do Estado e do povo capixaba são, para o historiador Estilaque Ferreira, o pilar da identidade do povo do Espírito Santo. Para chegar a essa conclusão, ele faz uma comparação com uma frase do ex-governador Muniz Freire, datada de 1886: “Nós somos uma pequena província, atrasada, despovoada e sem amor próprio”.

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“Isso tudo mudou. Nossa participação demográfica no país duplicou, nossa economia ficou aberta e pujante e, assim, o amor próprio e a autoestima vieram. Nós dizemos que somos capixabas com orgulho pelo tanto que a gente evoluiu nos últimos anos e por quem nós somos hoje”, diz Estilaque.

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