Foi com a música que Elias Belmiro, 50 anos, conquistou uma carreira de sucesso. Perdeu tudo com o álcool. Durante o tempo em que se dedicou a música, o solista renomado - com três CDs gravados - deu aula de violão para crianças no Projeto Caminhando Juntos (Cajun) da Prefeitura de Vitória. Agora, dependente químico e morador de rua, o mesmo projeto quer abrir as portas para Elias e ajudá-lo a se reerguer e superar o vício.
Iohana lembra que precisa partir de quem tem problema com a bebida o desejo de se livrar do vício e que é fundamental o apoio da família. Em Vitória, os familiares podem buscar ajuda e orientação no Centro de Prevenção e Tratamento de Toxicômanos (CPTT), que funciona 24 horas por dia.
"A princípio, as pessoas não aceitam, dizem 'é só um gole'. Quanto mais a família se aproximar da pessoa, buscar orientação de profissionais, melhor. Temos uma equipe multiprofissional, com psicólogos, médicos, terapeuta ocupacional, assistente sociais que vão orientar essa família em como agir. A aceitação é um momento único e individual de cada um, precisa dessa aceitação para que a pessoa de fato consiga superar o vício", explicou em entrevista ao Bom Dia Espírito Santo.
Para ser atendido no CPTT é necessário ser morador de Vitória e solicitar atendimento e ajuda de forma espontânea. O serviço vale tanto para o dependente químico ou alcoólatra, como para a família.
"A família toda sofre junto. As pessoas que procuram o serviço são acolhidas, é feito um plano individual e terapêutico para cada um. Busca-se o potencial de cada um, o que cada um quer enfrentar, qual o desafio que ele precisa vencer em relação ao vício que ele traz. E aí é feito um plano terapêutico e, através de oficinas, serviços de convivência terapêutica, também de forma medicamentosa, a gente vai trabalhando o paciente para recuperação e superação do vício", detalha a secretária de Assistência Social.
MÚSICO DEVE SER INTERNADO EM CARIACICA
Elias Belmiro deve ser internado nesta quarta-feira (29) numa casa de recuperação para dependentes químicos localizada em Cariacica. Isso é o que afirma o presidente do Grupo Ajude o Próximo (GAP), Kelvin Amaral. Uma rede de solidariedade se formou para ajudar o músico capixaba depois da reportagem veiculada nesta terça (28), no Gazeta Online.
Segundo o coordenador, Elias já era conhecido pelo grupo e, há algumas semanas, aguardava uma vaga para a internação para tratar o alcoolismo, vício que o levou para a rua. A vaga foi disponibilizada na noite desta segunda-feira (27). O Instituto Ajude o Próximo é conhecido por oferecer café da manhã e outros serviços para pessoas em situação de rua.
CARREIRA
O músico se consagrou como solista, gravou dois CDs instrumentais e tocou no quinteto do violonista Maurício de Oliveira. Seu primeiro álbum, lançado em 1996, dedicado a Vila-Lobos, teve duas faixas compiladas no CD do grupo Time-Life, em que participou artistas internacionais do porte do compositor e maestro americano John Williams.
Além da gravação dos dois álbuns, Elias tocou em países da Europa e se apresentou no antigo Teatro Carmélia com a Orquestra Sinfônica do Espírito Santo sob a regência do maestro Helder Trefzger, em 1992. Na época, o moço jovem com cabelos grandes encantava o público com o som dos solos de seu violão.
A reportagem proporcionou, na segunda-feira (27), o encontro do músico com o Maestro Helder Trefzger, após anos sem contato. Sob a regência do maestro, ele realizou uma apresentação com a Orquestra Sinfônica do Espírito Santo, no Teatro Carmélia, ocorrida em 1992.
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