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'Nossas meninas nos dão força para viver', diz mãe da médica Milena

"Nossas meninas nos dão força para viver", diz mãe da médica Milena

Zilca Gottardi diz esperar justiça para que a família ao menos se sinta aliviada

Publicado em 14 de agosto de 2018 às 01:34

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A morte da médica Milena Gottardi completa 11 meses na terça-feira (14), mas nem o tempo aliviou a dor e a saudade da família. Com a voz trêmula, a mãe Zilca Gottardi, 72, relata que a força para superar a perda vem de Deus e das duas netas, de 3 e 10 anos. Agora, com o júri popular, ela espera justiça para ter ao menos um pouco de alívio.

A mãe de Milena conversou exclusividade com a reportagem de A GAZETA na casa em que vive em Fundão. No imóvel, duas coisas chamam a atenção: a imagem de Nossa Senhora de Fátima e a foto de Milena. Objetos que demonstram saudade e fé destacadas em toda a entrevista.

O que você espera da decisão do júri popular?

Que tudo saia bem, para termos um pouco de paz. Que a gente possa ter Justiça. A justiça de Deus a gente sempre espera, mas também queremos a do homem. Perdemos o que era muito importante, aquele sorriso que alegrava todo mundo. Onde Milena chegava, transmitia alegria. Vamos ficar mais aliviados e sossegados se a justiça for feita.

Como foi estar nas audiências?

As audiências me deixavam apreensiva, nervosa, mas graças a Deus consegui desabafar, falar verdadeiramente o que sentia.

Qual a sua reação quando soube do envolvimento de Hilário no crime?

Foi uma notícia muito triste. Minha filha era maravilhosa, sempre fez o possível para ter um casamento duradouro. Eu não esperava que o final fosse tão trágico. Eu esperava que eles se separassem e que cada um vivesse bem.

Como as meninas estão lidando com isso?

Elas têm momentos em que ficam tristes. A pequena, de 3 anos, brinca e canta, ainda não está sabendo. A maior, de 10 anos, soube da morte e a gente com carinho, amor, e atenção está conseguindo fazer ela ir bem na escola. Estamos muito com Deus no coração, é isso que nos sustenta.

As filhas perguntam sobre a mãe?

A pequena a reconhece nas fotos, já a maior sempre foi tímida e de falar pouco... Mas conversa sobre passeios, tira notas boas, é uma boa neta. São maravilhosas minhas netas-filhas. São as nossas meninas que nos dão força para viver.

Milena nasceu em Fundão?

Eles (Milena e Douglas) nasceram, cresceram e estudaram em Fundão. Ela foi para Vitória com 15 anos, porque o sonho era fazer Medicina, isso foi bem realizado. Ela sempre gostava de vir a Fundão, colocar um chinelo e falar com todo mundo. A vida dela era simples.

Como está sendo lidar com tudo?

É um vazio tão grande, a gente continua sentindo a paz que ela transmitia, mas aquela ausência, a saudade, isso aumenta cada vez mais. É uma coisa tão doída, tão doída que tem hora que você pensa e fala: “Meu Deus, eu não acho que foi verdade”. Eu sempre penso que minha filha vai chegar, ela está trabalhando. Ela foi um presente maravilhoso que Deus me deu. Eu olho para ela nos retratos, às vezes converso e falo: “Minha filha, eu não acredito que você se foi”.

Qual a imagem que Milena deixou?

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Milena deixou uma imagem maravilhosa para o mundo, tudo que a gente faz na vida tem que ser bem feito. Milena era tudo na nossa vida, sempre digo: “Deus, muito obrigada porque tive dois filhos maravilhosos. Tenho! Tive Milena que foi só maravilha na minha vida e na vida de muita gente, ela foi amor, carinho e foi Deus quem me deu Nos últimos dias ela disse: mamãe, a gente tem que ter fé na vida, fé em Deus porque é fé, é amor que faz o mundo feliz. Você tem fé?” Ela sempre foi muito amor e fé.

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