O secretário de saúde do Estado, Ricardo de Oliveira, disse que o número de casos de malária grave deve começar a cair nos próximos dias. Já são 116 registros. Ele explicou que os pacientes cujo teste deu positivo para a doença já estão sendo medicados e que a área em que acontece o surto, no Noroeste do Estado, está controlada.
Com a preocupação de que os casos de pessoas infectadas no Noroeste gere um alerta desnecessário na população, o secretário disse também, em coletiva na sexta-feira(10), que o risco da doença chegar nas áreas urbanas e na Grande Vitória é inexistente.
Desde a identificação dos primeiros casos, há 10 dias, as ocorrências aumentaram seguidamente e com velocidade na última semana. Ontem, foram diagnosticados quatro novos pacientes com malária, segundo boletim enviado pelas prefeituras, chegando a 116 pessoas infectadas, 95 na zona rural de Vila Pavão e outras 21 em Barra de São Francisco.
A Secretaria de Estado de Saúde (Sesa) montou um grupo com 25 servidores para controlar os focos de contaminação em Vila Pavão. A zona de risco onde são registrado mais casos da doença na cidade é composta pelas localidades de Conceição do Quinze, Praça Rica, Córrego do Estevão, além do assentamento Três Corações, que faz divisa com Barra de São Francisco e Ecoporanga.
Oliveira conversou ontem com o ministro da Saúde, Gilberto Occhi, que colocou o governo federal à disposição para ajudar no combate da malária no Espírito Santo. Na manhã de ontem, o Espírito Santo recebeu 20 kits com 500 testes rápidos de malária, além de 3.390 comprimidos e 1.199 frascos de medicamentos injetáveis. Equipes também estão aplicando inseticida contra o mosquito transmissor dentro e fora de imóveis em Vila Pavão.
O secretário pontuou que o mosquito, do gênero Anopheles, também conhecido como mosquito-prego, vive apenas em ambientes silvestres e que não é encontrado em áreas urbanas. Ele orienta que as pessoas que estiverem ou forem para regiões de risco usem camisas de manga comprida e repelentes.
Para o secretario de Saúde, a hipótese mais provável para a forma grave da doença ter voltado a aparecer no Espírito Santo é o fluxo de pessoas entre Vila Pavão e o Estado de Rondônia, onde os casos de malária são mais comuns. No entanto, o secretário descarta a necessidade de se criar qualquer tipo de barreira ou medida preventiva em rodoviárias ou no aeroporto.
Não vejo razões para isso. É claro que, enquanto tiver lâminas (testes) positivos da doença, ainda haverá algum tipo de risco e vamos estar mais focados a combater. Mas destaco que começamos a atuar logo no início dos casos e estamos conseguindo controlar, evitando que a malária possa se espalhar por todo o Estado. Não há motivo para pânico, pontua.
GRANDE VITÓRIA
Em Vila Velha, uma criança que saiu de Vila Pavão e estava passeando com a família no bairro Ulisses Guimarães apresentou febre e houve suspeita da doença, que foi descartada após dois testes negativos.
Outras cidades da Grande Vitória, após alerta do governo estadual, estão intensificando a vigilância. Além de Vila Velha, Cariacica, Vitória e Serra informaram que foi feito um reforço na orientação às unidades de saúde e hospitais sobre sinais e sintomas da doença.
Também foram realizadas capacitações técnicas para a realização do teste de malária. Os municípios estão tomando medidas de controle em locais que podem servir de criadouro para o mosquito.
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