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Terminal de Itaparica: população revoltada com prazo da obra

Terminal de Itaparica: população revoltada com prazo da obra

Cerca de 45 mil usuários que dependem diariamente do serviço no Terminal de Itaparica continuam no sufoco, muitos descreveram a situação como absurda e revoltante

Publicado em 17 de agosto de 2018 às 21:53

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Terminal de Itaparica em julho de 2018. (Fernando Madeira)

A empregada doméstica Zilda Maria Gomes Vieira, de 61 anos, de segunda a sexta-feira sai de casa às 4h20 para chegar ao trabalho às 5h30. O dia a dia puxado ficou ainda pior desde  21 de julho com a interdição do Terminal de Itaparica. Com a mudança, ela passou a usar o Terminal de Vila Velha até o bairro Jabaeté, em Vila Velha. A viagem agora dura aproximadamente 2h30 e no trabalho passou a chegar às 7h. “É um absurdo o que está acontecendo, chego em casa apenas para dormir”, disse.

No entanto, ela vai precisar esperar por mais tempo para voltar à rotina. A obra para a construção de um novo telhado no Terminal de Itaparica, em Vila Velha, vai demorar pelo menos um ano e dois meses para ser concluída. A afirmação foi feita pelo secretário do Estado de Transporte e Obras Públicas (Setop), Paulo Ruy Carnelli, na manhã desta sexta-feira (17).

Enquanto isso, assim como dona Zilca, os 45 mil usuários que dependem diariamente do serviço no Terminal de Itaparica continuam no sufoco, muitos descreveram a situação como absurda e revoltante. Desde a interdição do Terminal de Itaparica, as linhas que operam no local foram transferidas para os terminais de Vila Velha e Ibes, gerando muitas reclamações dos usuários. O Terminal de Vila Velha absorveu 25 das 31 linhas.

O auxiliar de serviços gerais, Ivanir Martins, de 42 anos, que depende todos os dias do Terminal de Itaparica, faz parte de uma leva de trabalhadores que está passando pelo problema. Ele reclamou da demora para chegar em casa no bairro Barramares, Vila Velha. “É uma situação revoltante para quem trabalha o dia inteiro. Estou cansado e passei a sair de casa por cerca de 30 minutos mais cedo. Espero que a situação se resolva logo”, relatou.

INTERDIÇÃO

Por conta do risco de desabamento do telhado, o terminal está interditado desde o dia 21 de julho deste ano. A Setop solicitou um estudo para saber se o terminal poderia ser utilizado após a realização de um reforço na estrutura do telhado, mas a opção foi descartada por especialistas. Por isso, um novo telhado será construído, mas o valor estimado para a obra ainda não foi divulgado.

O secretário Paulo Ruy Carnelli afirmou que ainda existe uma possibilidade para que o terminal comece a atender os usuários dentro de cinco meses, com um telhado provisório, quando o atual for retirado. No entanto, a viabilidade para essa opção ainda é estudada. A intenção da Setop é realizar as operações no terminal com o telhado provisório, ao mesmo tempo em que acontecem as obras para a construção de uma nova cobertura permanente para o local.

O prazo de um ano e dois meses foi dado porque, nas contas da Setop, serão necessários cinco meses para a remoção do telhado atual e mais nove meses entre a abertura de licitação e a construção de novo telhado.

"A burocracia do setor público é assim mesmo. A lei das licitações nos impõe cuidados que nos levam a esses prazos. Óbvio que se estivéssemos fazendo (a obra) em um ambiente privado, a gente conseguiria em uma velocidade maior, mas nós temos que respeitar esses prazos", disse o secretário.

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A Companhia de Transportes Urbanos da Grande Vitória (Ceturb-GV) informou, por meio de nota, que, enquanto o Terminal de Itaparica não estiver liberado, as operações vão continuar acontecendo nos terminais de Vila Velha e Ibes.

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