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Tipo de malária responsável por surto no ES é mais grave

Tipo de malária responsável por surto no ES é mais grave

Já são 25 casos confirmados no Estado; uma pessoa morreu e duas estão internadas

Publicado em 3 de agosto de 2018 às 20:25

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Mosquito da malária. (Reprodução | Internet)

O número de casos confirmados de malária na região Noroeste do Espírito Santo subiu para 25, segundo boletim divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) nesta sexta-feira (3). Uma pessoa morreu e outras duas estão internadas. O surto é considerado inédito pela secretaria e se iniciou em Vila Pavão no dia 26 de julho. 

A equipe já identificou que o parasita presente nos casos já diagnosticados é o Plasmodium falciparum, uma espécie mais agressiva do que as demais e que, até então, não havia sido encontrada no Estado. Por isso, a hipótese mais provável considerada pelos profissionais envolvidos na investigação é de que os casos tenham sido originados a partir de um caso importado, possivelmente do Norte do país, onde a malária é endêmica. No Brasil, de forma geral, o Plasmodium vivax é o causador mais comum da doença.

O tipo de malária responsável pelo surto no Espírito Santo é mais grave e pode levar à morte. A doença tem cura, se for tratada de forma adequada a tempo.

SINTOMAS

Os sintomas da malária não aparecem de imediato. Eles surgem depois de transcorrido o período de incubação, que é o tempo compreendido entre a penetração do parasita no organismo e o aparecimento dos primeiros sintomas – o que pode levar de 7 a 14 dias, em média, podendo chegar até 60 dias. Após esse período, a pessoa começa a sentir os sintomas. O tratamento é feito com remédios e dura de dois a sete dias.

Não há vacina contra malária. Para se proteger, as pessoas precisam evitar a picada do mosquito transmissor da doença usando cortinados e mosquiteiros, telas em portas e janelas, evitando frequentar locais próximos a criadouros naturais de mosquitos, como beira de rio ou áreas alagadas ao final da tarde até o amanhecer e usando calças e camisas de mangas compridas e cores claras.

AÇÕES

Nesta quinta-feira (2), a Sesa enviou profissionais do Núcleo Especial de Vigilância Epidemiológica, do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS), do Núcleo de Entomologia e Malacologia e do Laboratório Central de Saúde Pública do Espírito Santo (Lacen-ES) para dar apoio à equipe da Superintendência Regional de Saúde e aos municípios envolvidos nas ações de controle e combate ao surto. Um médico e pesquisador da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) também esteve no local para dar suporte.

O QUE ESTÁ SENDO FEITO

Foram abertas várias frentes de trabalho: busca ativa de pessoas com sintomas de malária em Vila Pavão e em territórios do entorno; capacitação das equipes da Atenção Primária à Saúde para diagnóstico precoce e tratamento da doença e também para realização de bloqueio com borrifação de inseticida casa a casa e na área perifocal; orientação aos profissionais e investigação de casos no Hospital Estadual Alceu Melgaço Filho, em Barra de São Francisco, e no Hospital São Marcos, em Nova Venécia; captura de mosquitos para verificar que espécie do parasita causador da malária está em circulação no local; análise laboratorial para diagnóstico da doença; tratamento dos pacientes com diagnóstico positivo para malária; serão distribuídos repelentes, repassados pelo Ministério da Saúde, para que a população da região afetada possa se prevenir contra a picada do mosquito; monitoramento e investigação dos casos para avaliar a forma como a doença está se desencadeando na região e para identificar a primeira pessoa que adoeceu, de forma que seja possível descobrir como o surto teve início.

ALERTA

A maioria dos casos de malária se concentra na região amazônica (Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins), área endêmica da doença. No Espírito Santo, deve-se suspeitar de malária quando o paciente está com febre e esteve em alguma região, no Brasil ou no exterior, com transmissão de malária; nos moradores ou visitantes de áreas rurais onde existe Mata Atlântica; e ainda em pessoas que moram em áreas rurais no Norte do Estado e apresentem doença febril sem causa aparente, pois nesta região ocorre um fluxo migratório contínuo de pessoas da região amazônica.

A Sesa alerta os serviços de saúde de todo o estado para que fiquem atentos a pacientes que busquem atendimento apresentando sintomas indicativos de malária. A doença começa com febre e fraqueza e se desenvolve com dor de cabeça, dor no corpo, calafrios, acompanhados por dor abdominal, dor nas costas, tontura, náuseas e vômitos. Nestes casos, os profissionais de saúde devem questionar o paciente se ele esteve no município de Vila Pavão recentemente (ou em alguma área de transmissão da doença) ou se entrou em contato com alguém que reside ou que esteve na localidade. Para a população, a orientação é buscar atendimento imediatamente se começar a apresentar um destes sintomas.

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