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Avenida Leitão da Silva pronta só em junho de 2019

Avenida Leitão da Silva pronta só em junho de 2019

Após impasse, governo fará obra de macrodrenagem na região

Publicado em 27 de setembro de 2018 às 23:51

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Obras na Avenida Leitão da Silva, em Vitória . (Fernando Madeira)

As obras da Avenida Leitão da Silva, em Vitória, ganharam mais um capítulo neste mês. Após vários adiamentos, a promessa era que elas iriam terminar no fim deste ano. Agora, ficarão para junho de 2019.

A nova data foi estipulada pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER) após garantir que a obra de macrodrenagem será realizada entre os trechos das avenidas César Hilal e Rio Branco.

No início deste mês, a Prefeitura de Vitória e o governo do Estado viveram um impasse. Enquanto a prefeitura exigia que o governo executasse a obra de macrodrenagem da Avenida César Hilal até a Rio Branco, prevista em contrato, o Estado afirmava que não tinha interesse em fazer a intervenção na região.

As obras devem ajudar a resolver o problema de alagamentos na região. Contemplam uma galeria, de 2,5 metros por 1,5 metro, que ficaria complementar à já existente, e também duas caixas de transição – que servem como passagem de águas pluviais.

O diretor-geral do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), Gustavo Perin de Medeiros, disse que, ainda em 2018, o esforço será para concluir as obras no trecho entre a rua das Palmeiras até as proximidades da loja Eletromil.

“A empresa responsável pela obra fez toda uma reprogramação para dar foco nesse trecho da avenida e liberar todo o sistema viário até o final do ano”, afirma.

Para tanto, é preciso concluir o assentamento das galerias e fazer todo o revestimento asfáltico. Gustavo reconhece que, até dezembro, não será possível entregar a obra com todos os acabamentos, como ciclovias e calçamento. Porém, a intenção é liberar o tráfego de veículos que é a maior demanda da via.

Anunciado na tarde de ontem pelo governo, o orçamento do próximo ano não deixa dúvidas: as obras da Avenida Leitão da Silva não serão concluídas nesta gestão. A previsão agora é que as intervenções sigam ao longo do primeiro semestre de 2019 e sejam entregues em junho.

Para 2019, o governo colocou no orçamento R$ 20 milhões para a conclusão da obra, incluindo a macrodrenagem no trecho entre as Avenidas Rio Branco e César Hilal.

As obras de macrodrenagem deverão começar em janeiro porque, segundo Gustavo, nesse período há menor fluxo de veículos. No serviço, está prevista a implantação de todo o sistema de galeria da região. Depois de concluído o trabalho de drenagem, será aplicada a camada de asfalto final e serão feitos os acabamentos no trecho. Em seguida, a parte que vai da César Hilal à Beira-Mar será contemplada com pavimentação, ciclovia e sinalização.

LIBERAÇÃO

O secretário municipal de Obras e Habitação da Capital, Sérgio Sá, esclareceu que o DER-ES já possui a liberação do trecho para começar a obra. “A decisão do DER-ES de realizar a obra foi anunciada em reunião nesta semana. A realização vai ajudar o município. O local tem um histórico de alagamentos que trazem prejuízos à população”, disse.

No início do mês, a intenção do governo era que a Prefeitura de Vitória liberasse o trecho da avenida César Hilal até a Rio Branco e, também, da César Hilal até a Beira-Mar, de uma vez, para pavimentação, ciclovia e sinalização. Mas a Prefeitura de Vitória decidiu que só iria liberar o trecho da César Hilal até a Rio Branco para realização da obra de macrodrenagem. Apenas com a conclusão desta parte é que o outro trecho seria liberado.

O argumento do DER-ES é que a macrodrenagem sem que estivesse interligada a dois projetos da prefeitura – uma galeria na Rio Branco e uma caixa de acumulação de água sobre o estacionamento da Secretaria de Estado da Educação – não resolveria o problema.

No entanto, o secretário garantiu que essas duas intervenções serão realizadas pelo município depois que a obra da Leitão da Silva terminar. “Estamos preparando o termo de referência para fazer uma licitação e escolher a empresa que fará o projeto”, concluiu.

MAIS LOJAS PODEM FECHAR

Estabelecimento na avenida avisa aos clientes que mudou para a Serra. (Vitor Jubini)

O número de lojas fechadas na Leitão da Silva, em Vitória, pode crescer com o novo prazo estipulado pelo do Governo do Estado para entregar as obras. É o que afirma o presidente da CDL Vitória, Adriano Ohnesorge, que representa os lojistas da Capital.

“Acredito que se as obras não forem aceleradas, mais lojas podem fechar. A economia não está boa como esperávamos e associado a isto há obras que não terminam, dificultando a chegada das pessoas até o local”, explica.

O desejo dele é que as obras terminem o mais rápido para que a região possa voltar a se desenvolver. “Já foram fechadas lojas pequenas e grandes. Até supermercado faz parte desta lista. Isso não pode continuar ocorrendo”, relatou.

No início de setembro A GAZETA mostrou que pelo menos 26 estabelecimentos que beira a avenida estão fechados, segundo a Associação das Empresas da Avenida Leitão da Silva e Imediações (Assemples). Entre eles, um supermercado, restaurantes e um galpão de uma empresa de prestação de serviços para a indústria naval.

Dessa forma, no local que era conhecido pela grande movimentação de pessoas, o que passou a ter destaque foram as lojas fechadas, placas de “aluga-se” ou “vende-se” espalhadas pela avenida e demissões constantes.

A comerciante Arlete de Angeli, 51, tem uma loja de extintores na Avenida Leitão da Silva e conta que depois das obras, começaram as dificuldades. Ela calcula que o número de clientes caiu pela metade e teve que fazer contenção de despesas. “Eu cheguei a ter 30 funcionários, hoje tenho 18 porque caiu o movimento. E a tendência é diminuir mais ainda”, conta.

Para Arlete, a falta de clientes somada ao valor dos aluguéis, causa a mudança de quem já está lá e afugenta novos empreendimentos. Esse não é o caso dela, já que o imóvel da loja de extintores é próprio. A comerciante é dona também do imóvel que fica ao lado e o antigo inquilino não está mais lá. Ela afirma que uma empresa farmacêutica de São Paulo chegou a se interessar em alugar o espaço, mas desistiu do negócio depois da visita.

Além da crise econômica, os transtornos causados pela obra, como a falta de local para estacionar em alguns trechos da avenida, as interdições e a poeira, derrubaram as vendas na região.

Um outdoor instalado pela associação expõe o angústia de quem precisa da retomada da circulação normal de veículos na avenida. Ele mostra que a obra já está com mais de mil dias de atraso.

Loja na Leitão da Silva com placa de "aluga-se": cena cada vez mais comum. (Vitor Jubini)

A SAGA DA LEITÃO DA SILVA

INÍCIO

2014

As obras na Avenida Leitão da Silva começaram em 2014.

PRIMEIRO PRAZO

2015

Na época, a previsão é de que as intervenções terminassem as em meados de 2015.

NOVOS PRAZOS

2016

Com as mudanças causadas pela troca de governo estadual e pela revisão de projeto inicial da obra, a entrega foi adiada para o final de 2016.

2017

Com a promessa não cumprida, o prazo foi para o primeiro semestre de 2017. A promessa agora era entregar não só as vias, mas uma reestruturação no sistema de saneamento e drenagem da região.

MAIS UM ADIAMENTO

2018

As obras não foram entregues e outras duas datas foram previstas: no primeiro semestre de 2018 e, depois, para dezembro do mesmo ano.

IMPASSE

Macrodrenagem

O Departamento de Estradas de Rodagem do Estado do Espírito Santo (DER-ES) tinha o interesse de entregar as obras até o final do ano. Para isso, tinha o interesse de eliminar o projeto de macrodrenagem no trecho entre a César Hilal e Rio Branco, previsto em contrato.

REUNIÃO

2019

Após uma reunião entre a Prefeitura de Vitória e o Governo do Estado, o DER-ES decidiu fazer a macrodrenagem. Com isso, o novo prazo ficou para junho de 2019.

ORÇAMENTO

Aumento

O orçamento inicial da obra era de R$ 50 milhões, mas ele saltou para R$ 115 milhões.

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