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Aviso de licitação do Iopes fala em 'reconstrução' do Terminal de Itaparica

Aviso de licitação do Iopes fala em "reconstrução" do Terminal de Itaparica

Até então, representantes do governo do Estado falavam na construção de um novo teto, não de um novo terminal

Publicado em 3 de setembro de 2018 às 14:50

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Com estrutura comprometida, Terminal de Itaparica foi interditado. (Fernando Madeira)

O Instituto de Obras Públicas do Estado do Espírito Santo (Iopes) publicou um aviso de licitação para projeto básico de reconstrução do Terminal de Itaparica, em Vila Velha, no Diário Oficial desta segunda-feira (3). Até então, representantes do governo do Estado falavam na construção de um novo teto, não de um novo terminal.

A publicação diz: "O IOPES torna público que fará realizar licitação, na modalidade 'Tomada de Preços', objetivando contratação de empresa para elaboração de projeto básico detalhado (arquitetura e complementares de engenharia) para reconstrução do TERMINAL URBANO DE ITAPARICA em VILA VELHA-ES".

Segundo o documento, o valor máximo para o projeto é de R$ 230.501,25 e a entrega dos envelopes deve ser feita até as 14h do próximo dia 19 de setembro. O aviso foi assinado na última sexta-feira (31). 

IOPES

O Instituto de Obras Públicas do Espírito Santo (Iopes) informa que o aviso de licitação publicado nesta segunda-feira (03) é referente à contratação de empresa para elaboração do projeto de reconstrução da cobertura do Terminal de Itaparica. O valor estimado é de R$ 230 mil e o prazo de execução do projeto é de 6 meses.

NOVO TELHADO

Em 17 de agosto, o secretário do Estado de Transporte e Obras Públicas (Setop), Paulo Ruy Carnelli, informou que a obra para a construção de um novo telhado no Terminal de Itaparica vai demorar pelo menos um ano e dois meses para ser concluída.

HISTÓRICO

Por conta do risco de desabamento do telhado, o terminal está interditado desde o dia 21 de julho deste ano. A Setop solicitou um estudo para saber se o terminal poderia ser utilizado após a realização de um reforço na estrutura do telhado, mas a opção foi descartada por especialistas. Por isso, um novo telhado será construído.

O prazo de um ano e dois meses foi dado porque, nas contas da Setop, serão necessários cinco meses para a remoção do telhado atual e mais nove meses entre a abertura de licitação e a construção de novo telhado.

"A burocracia do setor público é assim mesmo. A lei das licitações nos impõe cuidados que nos levam a esses prazos. Óbvio que se estivéssemos fazendo (a obra) em um ambiente privado, a gente conseguiria em uma velocidade maior, mas nós temos que respeitar esses prazos", disse o secretário, no dia 17 do mês passado.

SÉRIE DE ERROS NO PROJETO E NA EXECUÇÃO

Uma série de erros no projeto e na execução da obra no Terminal de Itaparica, em Vila Velha, desde sua inauguração, em 2009, levou a sua interdição no dia 21 de julho. Segundo laudos, há problemas de cálculos, em espessuras de parte da estrutura entre outros fatores.

Isso é o que mostra a ação civil pública protocolada pela Procuradoria-Geral do Estado na Justiça pedindo R$ 15 milhões em indenizações de duas empresas e de oito engenheiros responsáveis pela obra do Terminal de Itaparica.

A NBC Arquitetura, do Paraná, foi a empresa responsável por fazer projeto entregue em 2005. Já a Imbeg Engenharia, do Rio de Janeiro, foi a quem executou a obra e a entregou em 2009.

Problemas no Terminal de Itaparica. (Marcelo Prest)

Segundo documento, no mesmo ano da inauguração foram verificadas diversas irregularidades que necessitavam serem corrigidas e não foram sanadas pela empresa que executou o projeto, como a oxidação na estrutura metálica, o desprendimento de telhas de policarbonato e o vazamento nas instalações dos módulos.

O primeiro grande problema da obra ocorreu quatro anos após a entrega, em 2013. Uma das marquises cedeu após ventania que atingiu a cidade, caindo sobre quatro ônibus. Após vistoria, foi constatado que o teto caiu por falha na execução da estrutura, como a fragilidade na ligação de telhas com a estrutura e corrosão excessiva nos elementos metálicos, principalmente nas ligações.

Um novo relatório técnico, em 2015, elaborado pelo Instituto de Obras Públicas do Estado do Espírito Santo (Iopes) informou que o colapso da marquise se deu, em suma, por problema de projeto e execução.

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A Companhia de Transportes Urbanos da Grande Vitória (Ceturb) promoveu a contratação de nova perícia em 2018 para que pudesse tomar novas decisões. Foi quando o engenheiro Marcos Zavaglio, contratado pelo Estado, recomendou, em seu relatório, que o terminal deveria "ser interditado imediatamente ao uso público e a estrutura desmontada o mais breve possível”, disse.

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