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Cidades campeãs têm foco na valorização do professor e na aprendizagem

Cidades campeãs têm foco na valorização do professor e na aprendizagem

Domingos Martins e Mantenópolis lideram ranking do Ideb sem gastar muito

Publicado em 7 de setembro de 2018 às 00:29

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Domingos Martins: escolas Uni e Pluri de Melgaço e da sede do município durante atividades da jornada pedagógica com os estudantes das unidades rurais . (prefeitura de domingos martins/)

Primeiro lugar entre os municípios do Estado no ranking do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) referente aos anos finais do Ensino Fundamental, Domingos Martins ocupa apenas a 47ª posição na lista dos que mais gastaram com educação por aluno em 2017.

Para alcançar o resultado no indicador, a Secretaria Municipal de Educação e Esporte diz que prioriza os poucos recursos na formação do professor. “Ninguém consegue vender aquilo que não compra. O professor precisa acreditar na educação. O olho dele precisa brilhar. O nosso foco é no educador”, afirma a titular da pasta, Adenilde Stein Silva.

O município obteve a nota 5,7 no Ideb nessa categoria, do 5º ao 9º ano. Para cada aluno matriculado nas escolas municipais da cidade serrana, a prefeitura gastou R$ 5.9 mil em 2017.

Como ações que colaboram para o desempenho no Ideb, Adenilde destaca o Centro de Pesquisa, instalado na sede da secretaria municipal. O espaço é voltado para a capacitação continuada do docente, que é ministrada pela própria equipe pedagógica da secretaria, e elaboração de um documento curricular voltado para a realidade local.

“Não tem jeito, os recursos ficaram mais escassos nas últimas gestões. Então, precisamos fazer um planejamento estabelecendo prioridades. A prioridade é a aprendizagem, a formação dos professores", comenta Adenilde.

REFORÇO

Primeiro no ranking do Ideb dos anos iniciais, Mantenópolis, na região Noroeste do Estado, também aposta na valorização do professor e na criatividade. “Toda reunião que tenho com diretores das escolas eu repito: tem que usar a criatividade para fazer o melhor dentro do que a gente tem”, afirma o secretário de Educação, Denilson Paizante.

“No contraturno temos aulas de reforço em Português e Matemática, que a gente identificou como sendo as disciplinas onde havia mais dificuldade”, completa o secretário.

Paizante ressalta ainda um esforço de gestão dos recursos. “A gente trabalha com o que tem. Se tem pouco, a gente divide e planeja em cima disso”, comenta.

Para o professor e coordenador do curso de Pedagogia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Ítalo Francisco Curcio, é justamente a gestão do dinheiro o principal caminho para alcançar bons resultados. “No Brasil, atualmente, o que é feito são os projetos emergenciais, de curto prazo e sem muito estudo. Acaba-se direcionando dinheiro para uma atividade que talvez não precisasse, em prejuízo de uma outra”, avalia.

Por isso, ele acredita que estabelecer prioridades claras é fundamental para investir bem o dinheiro, mesmo que pouco. “É como em uma família. Quando o dinheiro está curto, a gente escolhe as áreas mais importantes para gastá-lo. Nessas horas, também podemos chamar a sociedade civil, as universidades, fazer parcerias e colaborar”.

DESPESA MÉDIA NA ÁREA É DE 28%

Os municípios do Estado investem, em média, 28,8% de suas receitas em educação. Segundo a revista Finanças dos Municípios Capixabas, a alta participação da educação nos orçamentos se deve a obrigatoriedade constitucional de investir pelo menos 25% do dinheiro proveniente de impostos na área. “Essa vinculação é importante para garantir um fluxo de recursos para áreas essenciais, mas causa distorções, como é o caso de Presidente Kennedy e Governador Lindenberg, por exemplo”, explica a editora da revista, Tânia Villela.

ROYALTIES

As receitas provenientes de royalties do petróleo não estão vinculadas a essa obrigatoriedade. No entanto , dentre os cinco municípios que mais gastam com educação por aluno, quatro recebem valores significativos dessa forma.

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