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CNH: provas teóricas também devem ser monitoradas por vídeo

CNH: provas teóricas também devem ser monitoradas por vídeo

Estudo para implantar sistema será feito até o fim de outubro

Publicado em 29 de setembro de 2018 às 02:00

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Sistema de telemetria do Detran-ES vem sendo burlado . (Reprodução/TV Gazeta)

A prova teórica realizada pelo Departamento Estadual de Trânsito do Espírito Santo (Detran-ES) deve passar a ser monitorada por vídeo. Com isso, caso o projeto seja levado adiante, todos os exames passarão a ser documentados por câmeras, que registrarão os procedimentos adotados por examinadores e candidatos a motoristas. De acordo com o órgão, o estudo para a implantação do sistema deve entrar em funcionamento até o final de outubro.

Transparência e segurança ao longo do processo são os argumentos utilizados pelo diretor-geral do Detran-ES, Romeu Scheibe Neto, para justificar a necessidade de implantação do videomonitoramento. Segundo ele, a medida vai impedir que fraudes sejam desenvolvidas.

“Temos um planejamento voltado para a questão e acredito que será importante aumentar essa fiscalização. Digo isso porque a fraude que envolve a telemetria é grave, tendo em vista que o sistema foi pensado justamente para impedir que fraudes acontecessem. Então, quanto mais tivermos fiscalização e captação de imagens, melhor. São propostas que vêm para somar”, explicou o diretor.

Até chegar ao processo de exame teórico, o aluno precisa obrigatoriamente cumprir, pelo menos, 45 horas de aulas em sala de aula. Tratando-se da parte prática, são necessárias 25 horas conduzindo o carro.

O diretor-geral revela, entretanto, que o órgão encontrou dificuldades para conseguir levar adiante o projeto de monitoramento das provas teóricas por conta da desaprovação da maioria dos centros de formação de condutores.

“Para conseguirmos colocar de pé o projeto foi difícil, porque dependemos da interação com os CFCs. Eles tentaram criar dificuldades para o Detran ao utilizarem uma narrativa negativa. Por exemplo, diziam para os alunos que o Detran estava impossibilitando os CFCs de darem suas aulas. Tentaram colocar o Detran como vilão na história. Então, optamos por um cronograma mais dilatado e começamos pelos veículos. Agora, com o sistema sendo melhor aceito, vamos implementar a fiscalização em outras classes e situações”, destacou.

Scheibe Neto acrescentou ainda que o Detran-ES pretende regulamentar também a fiscalização em provas de motocicletas.

“A resolução não prevê a necessidade de monitorar a categoria A, porém, cabe ao Detran fiscalizar. Então, pretendemos estender o mesmo procedimento. É um mecanismo que pode estar implementado até o final do ano”, finalizou o diretor-geral.

ENTENDA

O esquema

Alunos não cumpriam horário de aula

A reportagem da TV Gazeta, por meio de informações cedidos pelo Detran, identificou que instrutores não cobravam a presença de alunos em aulas práticas, mesmo sendo obrigatórias. Sem o preparo para dirigir um carro, os alunos registravam a presença e iam embora da autoescola sem receber a aula obrigatória.

Instrutores burlavam a câmera de monitoramento

Para impedir ou dificultar o funcionamento padrão da câmera localizada dentro do carro, instrutores colocavam a mão na frente do equipamento, o que impedia que o cenário fosse fotografado.

Foto da foto

Em outro caso, a imagem colhida pelo sistema do Detran mostra um instrutor colando uma foto no tamanho 3x4 na frente da câmera para que, ao fotografar, a câmera registre sua presença no carro – mesmo o profissional não estando lá. Numa outra situação, a imagem inicial é de uma instrutora mulher, mas um homem é quem dá a aula. Já em outro momento, um plástico foi colocado na frente da câmera para que a visão do equipamento fosse comprometida.

Prejuízo

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Segundo o Detran, em todo o Estado foram registradas 191 mil aulas, porém, desse total, 75 mil foram invalidadas pelo órgão estadual por conterem algum tipo de irregularidade. Sendo assim, em caso de envolvimento comprovado, autoescolas podem ficar inativas por cinco anos e o motorista ter a CNH cassada por dois anos.

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