Lojas fechadas, placas de aluga-se ou vende-se espalhadas pela avenida, demissões constantes. Esse é o cenário do comércio da Avenida Leitão da Silva, que viu o número de clientes cair drasticamente nos últimos anos.
Além da crise econômica, os transtornos causados pela obra, como a falta de local para estacionar em alguns trechos da avenida, as interdições e a poeira, derrubaram as vendas na região. A incerteza sobre quando as obras serão entregues - e como, de fato, a avenida estará quando for inaugurada - deixa os comerciantes em pânico.
Perdemos 50% dos clientes e tivemos que demitir dois dos sete funcionários que atuavam na loja. Os clientes sumiram porque têm dificuldade em chegar nas lojas, desabafa o empresário Vanderlei Medeiros da Silva, que teme, caso a obra seja inaugurada com falhas na macrodrenagem. Aqui na loja, não temos problema com alagamento e seria mais uma dor de cabeça para nós, completa.
No início de setembro, A GAZETA mostrou em reportagem que, pelo menos, 26 estabelecimentos que beira a avenida estão fechados, segundo a Associação das Empresas da Avenida Leitão da Silva e Imediações (Assemples). Entre eles, um supermercado, que era bastante frequentado, restaurantes e um galpão de uma empresa de prestação de serviço para a indústria naval.
Um outdoor instalado pela associação expõe o angústia de quem precisa da retomada da circulação normal de veículos na avenida. Ele mostra que a obra já está com mais de mil dias de atraso, o dobro do prazo inicial previsto para a entrega.
Dono de uma hamburgueria na via, Wanderson Rangel fala dos prejuízos com a interdição. Ninguém aguenta mais. Com a crise que está, isso só agrava mais a situação. Tentamos superar a crise, investir mais, contratar funcionários mas, desse jeito, não tem como conseguir, comenta.
MOBILIDADE
Não são apenas os comerciantes que sofrem com o transtorno, que parece não terminar nunca. Moradores de bairros vizinhos à avenida enfrentam dificuldade de locomoção devido à lama e poças dágua que se formam por causa das obras.
Pedestres e ciclistas precisam desviar e correm o risco de se machucarem na avenida. Por pouco, a gente não cai na lama, não tropeça em algum local. É perigoso, principalmente para crianças e idosos, alerta o estudante Kauã da Costa, que passa pela avenida para ir à escola.
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