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Dois a cada 10 alunos da rede pública do ES estão atrasados na escola

Dois a cada 10 alunos da rede pública do ES estão atrasados na escola

Os dados, levantados pela Unicef, levam em conta os estudantes das redes municipal e estadual

Publicado em 14 de setembro de 2018 às 18:54

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A distorção idade-série é mais comum nos anos finais, que vai do 5º ao 9º ano do ensino fundamental (33,8%). (Pixabay)

O Espírito Santo tem mais de 130 mil estudantes com dois anos ou mais de atraso escolar. O número representa 24% do total de alunos da rede pública. A informação é do relatório Panorama da Distorção Idade-Série no Brasil, publicado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

A distorção é mais comum nos anos finais, que vai do 5º ao 9º ano do ensino fundamental (33,8%). Já no Ensino Médio, ela é um pouco menor, 29,6%. Nos anos iniciais, 1º ao 4º ano, ela chega a 14,3%.

Para o porta-voz da Unicef Brasil, Ítalo Dutra, esse é um fenômeno com muitas causas. "Algumas delas são a assiduidade do aluno e a frequência dele às aulas. Sabemos que em grandes centros urbanos a violência tem impedido que os estudantes frequentem de forma regular as escolas. Na zona rural, dependendo da época de colheita, tem um currículo mais afastado dessas famílias", explicou. 

Segundo o levantamento feito pela organização, os meninos são os mais afetados pela distorção idade-série. Eles são 59,7% dos alunos nessa situação. "O estudo mostrou com clareza que os meninos sofrem mais com a distorção do que as meninas ao longo do ensino fundamental e médio. Só que no ensino médio a diferença dos anos iniciais para os anos finais aumenta. Temos como exemplo a gravidez na adolescência, o trabalho doméstico, cuidar dos irmãos menores que afetam as meninas", explicou. Os números também mostram que há três vezes mais negros e pardos em situação de distorção do que brancos.

Para o especialista, a distorção idade-série é resultado de taxas de reprovação, que nem sempre têm eficácia. "A reprovação tem sido usada como uma estratégia de aprendizado, reprovando o estudante na expectativa de que nas atividades do ano seguinte ele vai aprender, mas não tem comprovado uma realidade", esclarece Dutra. 

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