Pedido constante dos ciclistas, uma ciclovia na Terceira Ponte está descartada nos novos projetos para a via. As mudanças anunciadas pela Agência de Regulação de Serviços Públicos (Arsp) consistem na retirada da mureta central para a criação de uma nova faixa, além da construção de uma barreira de proteção.
O cicloativista Fernando Braga, de 58 anos, defende que a ciclovia seria uma alternativa para incentivar mais gente a utilizar a bicicleta e reduzir o número de carros que trafegam pela ponte. Ele contou que por 20 anos saiu da Praia da Costa, em Vila Velha, e seguiu pelas Cinco Pontes para trabalhar em Vitória, por falta dessa facilidade.
No entanto, ele esclarece que isso não excluiria o projeto Bike GV serviço de ônibus oferecido pelo Sistema Transcol para quem quer atravessar a ponte de bicicleta.
O serviço é utilizado todos os dias pelo motorista José Luiz de Aguiar, 51, para conseguir atravessar a Terceira Ponte. Ele sai de Residencial Coqueiral, em Vila Velha, e trabalha em Bento Ferreira, Vitória.
Já lido com trânsito o dia inteiro e uma forma de relaxar é através da bicicleta. A ciclovia ajudaria muito a vida do ciclista, ela impediria que a gente encarasse ônibus e trânsito na Terceira Ponte, contou.
A última vez em que a proposta de uma ciclovia na Terceira Ponte foi analisada pela Arsp foi durante a consulta pública sobre a barreira de proteção na via. Entre as 39 contribuições enviadas para a agência, uma sugeria a instalação do espaço para ciclistas.
A Arsp informou, por meio de nota, que há impedimentos técnicos para a implantação de uma ciclovia na Terceira Ponte. Segundo a agência, a ponte possui forte influência de ventos laterais, além de uma inclinação de 5,5% com extensão de mais de um quilômetro no sentido Vitória-Vila Velha.
Na resposta à consulta pública, a agência informou que essas inclinações atendem ao padrão para rodovias e foram estabelecidas para obter altura necessária que permitisse a passagem de navios no canal marítimo em direção ao Porto de Vitória.
Identificou-se que o usuário de bicicleta que usa para sua locomoção diária ou eventual não consegue vencer tal rampa por muito tempo, e somente um ciclista profissional, ou seja, um atleta, teria condições para tal. Portanto, além do alto investimento necessário, a ciclovia ficaria subutilizada, afirmou a Arsp.
VILA VELHA FARÁ MUDANÇAS PARA MELHORAR O TRÂNSITO
O secretário de Defesa Social e Trânsito de Vila Velha, Oberacy Emmerich Júnior, informou ontem que será necessário realizar mudanças na logística do trânsito de Vila Velha para aliviar a Terceira Ponte. As declarações foram feitas em entrevista à rádio CBN Vitória.
O secretário disse que serão feitas alterações na Rua Ceará e na Rua Antônio Ataíde. Nesta última, o número de faixas será alterado de três para quatro: duas para entrar na Avenida Carioca, que dá acesso à ponte. As outras duas serão exclusivamente para seguir para o Centro de Vila Velha. "Hoje existe um problema em que os carros acabam cruzando os caminhos e isso trava o trânsito", explicou Emmerich.
Já na Rua Ceará, que é onde fica o posto Moby Dick, serão três faixas em vez de duas. Essas mudanças vão acontecer em conjunto com a alteração que a Arsp anunciou sobre a faixa reversível na Terceira Ponte. Só vamos fazer essas alterações em Vila Velha quando for feita esta mudança na ponte. É um planejamento conjunto, detalhou.
Quanto ao prazo, o secretário disse que será o mesmo que a Rodosol estipular. A expectativa é de que o fluxo da saída dos veículos na Terceira Ponte na região de Vila Velha melhore em 30%.
A criação de uma faixa reversível na Terceira Ponte voltou a ser discutida entre a Rodosol e a Agência Reguladora de Serviços Públicos (Arsp). A ideia é retirar a mureta central, que divide os dois sentidos da ponte, abrindo uma via, que seria utilizada nos horários de pico e teria sentido variável conforme o fluxo.
A retirada da mureta central da Terceira Ponte para a criação de uma nova faixa reversível vai custar aos cofres públicos R$ 24,5 milhões. A estimativa foi feita pela concessionária Rodosol, que criou o projeto enviado para avaliação do governo do Estado.
Segundo o diretor-geral da Arsp, Júlio Castiglioni, em entrevista ao Bom Dia Espírito Santo, ontem, o valor ainda não é final, já que o projeto será auditado pelo Departamento de Estradas de Rodagem do Espírito Santo (DER-ES).
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