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Apesar do pedido de ciclistas, Terceira Ponte não terá ciclovia

Apesar do pedido de ciclistas, Terceira Ponte não terá ciclovia

Ventos e inclinação tornariam trajeto difícil para quem não é atleta, avalia Arsp

Publicado em 17 de outubro de 2018 às 10:41

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Professora de Educação Física, Luar Araujo acha que deveria ser construída a ciclovia e, paralelamente, continuar com o Bike GV. "Com a ciclovia, teria que haver mais segurança para evitar roubos a quem passasse por ela.". (Vitor Jubini)

Pedido constante dos ciclistas, uma ciclovia na Terceira Ponte está descartada nos novos projetos para a via. As mudanças anunciadas pela Agência de Regulação de Serviços Públicos (Arsp) consistem na retirada da mureta central para a criação de uma nova faixa, além da construção de uma barreira de proteção.

O cicloativista Fernando Braga, de 58 anos, defende que a ciclovia seria uma alternativa para incentivar mais gente a utilizar a bicicleta e reduzir o número de carros que trafegam pela ponte. Ele contou que por 20 anos saiu da Praia da Costa, em Vila Velha, e seguiu pelas Cinco Pontes para trabalhar em Vitória, por falta dessa facilidade.

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A gente escuta a mesma desculpa de que não há condição de construção por questões técnicas desde que a ponte foi construída. Em outros lugares não há esse problema. Quando há passeio ciclístico a ponte não é perigosa, mas no dia a dia não serve para ter uma ciclovia.

Fernando Braga, cicloativista
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No entanto, ele esclarece que isso não excluiria o projeto Bike GV – serviço de ônibus oferecido pelo Sistema Transcol para quem quer atravessar a ponte de bicicleta.

O serviço é utilizado todos os dias pelo motorista José Luiz de Aguiar, 51, para conseguir atravessar a Terceira Ponte. Ele sai de Residencial Coqueiral, em Vila Velha, e trabalha em Bento Ferreira, Vitória.

“Já lido com trânsito o dia inteiro e uma forma de relaxar é através da bicicleta. A ciclovia ajudaria muito a vida do ciclista, ela impediria que a gente encarasse ônibus e trânsito na Terceira Ponte”, contou.

Terceira Ponte: elevação dificulta projeto de ciclovia  ARSP

A última vez em que a proposta de uma ciclovia na Terceira Ponte foi analisada pela Arsp foi durante a consulta pública sobre a barreira de proteção na via. Entre as 39 contribuições enviadas para a agência, uma sugeria a instalação do espaço para ciclistas.

A Arsp informou, por meio de nota, que há impedimentos técnicos para a implantação de uma ciclovia na Terceira Ponte. Segundo a agência, a ponte possui forte influência de ventos laterais, além de uma inclinação de 5,5% com extensão de mais de um quilômetro no sentido Vitória-Vila Velha.

Na resposta à consulta pública, a agência informou que essas inclinações atendem ao padrão para rodovias e foram estabelecidas para obter altura necessária que permitisse a passagem de navios no canal marítimo em direção ao Porto de Vitória.

Identificou-se que o usuário de bicicleta que usa para sua locomoção diária ou eventual não consegue vencer tal rampa por muito tempo, e somente um ciclista profissional, ou seja, um atleta, teria condições para tal. Portanto, além do alto investimento necessário, a ciclovia ficaria subutilizada”, afirmou a Arsp.

VILA VELHA FARÁ MUDANÇAS PARA MELHORAR O TRÂNSITO

O secretário de Defesa Social e Trânsito de Vila Velha, Oberacy Emmerich Júnior, informou ontem que será necessário realizar mudanças na logística do trânsito de Vila Velha para aliviar a Terceira Ponte. As declarações foram feitas em entrevista à rádio CBN Vitória.

O secretário disse que serão feitas alterações na Rua Ceará e na Rua Antônio Ataíde. Nesta última, o número de faixas será alterado de três para quatro: duas para entrar na Avenida Carioca, que dá acesso à ponte. As outras duas serão exclusivamente para seguir para o Centro de Vila Velha. "Hoje existe um problema em que os carros acabam cruzando os caminhos e isso trava o trânsito", explicou Emmerich.

Já na Rua Ceará, que é onde fica o posto Moby Dick, serão três faixas em vez de duas. “Essas mudanças vão acontecer em conjunto com a alteração que a Arsp anunciou sobre a faixa reversível na Terceira Ponte. Só vamos fazer essas alterações em Vila Velha quando for feita esta mudança na ponte. É um planejamento conjunto”, detalhou.

Quanto ao prazo, o secretário disse que será o mesmo que a Rodosol estipular. A expectativa é de que o fluxo da saída dos veículos na Terceira Ponte na região de Vila Velha melhore em 30%.

A criação de uma faixa reversível na Terceira Ponte voltou a ser discutida entre a Rodosol e a Agência Reguladora de Serviços Públicos (Arsp). A ideia é retirar a mureta central, que divide os dois sentidos da ponte, abrindo uma via, que seria utilizada nos horários de pico e teria sentido variável conforme o fluxo.

A retirada da mureta central da Terceira Ponte para a criação de uma nova faixa reversível vai custar aos cofres públicos R$ 24,5 milhões. A estimativa foi feita pela concessionária Rodosol, que criou o projeto enviado para avaliação do governo do Estado.

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Segundo o diretor-geral da Arsp, Júlio Castiglioni, em entrevista ao Bom Dia Espírito Santo, ontem, o valor ainda não é final, já que o projeto será auditado pelo Departamento de Estradas de Rodagem do Espírito Santo (DER-ES).

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