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Barragem do Rio Jucu alaga propriedades em Vila Velha

Barragem do Rio Jucu alaga propriedades em Vila Velha

Barreira de pedras no Rio Jucu tem a função de impedir que o fluxo de sua água siga com intensidade para o mar quando ele estiver com o nível baixo

Publicado em 24 de outubro de 2018 às 01:24

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Barreira de pedras no Rio Jucu tem a função de impedir que o fluxo de sua água siga com intensidade para o mar quando ele estiver com o nível baixo. (Carlos Alberto Silva)

Produtores rurais da região da Grande Terra Vermelha, em Vila Velha, estão tendo problemas com alagamentos do Rio Jucu em suas propriedades. Isso porque o nível do rio tem subido com as chuvas e a barragem de Caçaroca, no limite do município com Cariacica, impede que parte da água siga seu fluxo normal até o mar, fazendo com que ela saia pelas bordas do rio e atinja as casas.

O ambientalista Eduardo Pignaton explica que a barragem serve para facilitar a captação de água realizada pela Companhia Espírito Santense de Saneamento (Cesan). A função é impedir que o fluxo de água do Rio Jucu siga para o mar quando ele estiver com o nível baixo.

No entanto, agora que o Jucu está no seu nível normal e ainda parcialmente impedido de desaguar no mar, a água do rio está saindo por suas bordas. Sacos de areia foram colocados ao lado do rio para tentar conter a inundação, mas isso não está resolvendo o problema.

Ele acrescenta que a barragem foi ampliada e o dique de Caçaroca também está sendo. Mas ele é responsável por conter a água de um outro lado do município, região de Novo México e Guaranhuns. Enquanto a área de Terra Vermelha e arredores pode sofrer alagamentos.

“Devido a seca, entre 2015 e 2016, o poder público aumentou a barragem em 1,5 metro. Desde então, o rio tem voltado ao seu nível normal devido às chuvas e a água não está podendo fazer seu curso natural”, disse.

AMEAÇA

Pignaton acrescenta que a água do rio já está inundando propriedades rurais do entorno e ameaça alagar a região de Terra Vermelha e bairros próximos. Cerca de 15 terrenos estão sendo afetadas pela água.

As terras do produtor rural Haddad Rodrigues, de 57 anos, estão sendo prejudicada. Localizada em Morada da Barra, em Vila Velha, elas estão com 30% de sua pastagem comprometida pela água. Dessa forma, as 115 cabeças de gado estão tendo um espaço menor para se alimentar.

Com isso, ele soma alguns prejuízos. A produção de leite caiu de 500 para 200 litros por dia, sendo que seus gastos agora contam mais R$ 1,5 mil por mês para a compra de suplementos a fim de ajudar a sustentar os animais e suprir a falta de pastagem.

“Fomos perceber o problema há 90 dias e já acumulo prejuízos. Tenho medo das chuvas de verão, elas podem fazer um estrago na região se nada for feito”, lamenta.

OUTRO LADO

Procurada, a Companhia Espírito Santense de Saneamento (Cesan) informou que não tem relação com o assunto. A Prefeitura de Vila Velha disse que a responsabilidade também não é dela.

Já o Departamento de Estradas de Rodagem do Estado do Espírito Santo (DER-ES), responsável pela obra do dique, informou que não recebeu nenhuma reclamação de moradores sobre alagamentos. Acrescentou que está elevando o dique em 80 centímetros para impedir inundações. Ao ser questionado sobre a barragem, disse que sua função também é para conter alagamentos.

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