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Ciclistas passam sufoco para atravessar a Terceira Ponte

Ciclistas passam sufoco para atravessar a Terceira Ponte

Superlotação nos ônibus e falta de manutenção são as principais reclamações dos usuários

Publicado em 9 de outubro de 2018 às 23:00

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Muitas bicicletas e ciclistas disputam espaço dentro do ônibus que atravessa a Terceira Ponte. (Fernando Madeira)

O Bike GV, ônibus lançado em 2013 como uma alternativa para quem precisa atravessar a Terceira Ponte de bicicleta virou, quase cinco anos depois, alvo de críticas e reclamações por parte de seus usuários.

A principal queixa é a superlotação. Este problema, aliás, já virou uma certeza para quem usa o coletivo nos horários de pico, principalmente na parte da tarde e saindo da Capital para Vila Velha.

A arquiteta e urbanista Pollyana Martins é usuária do Bike GV e relata que, em viagens que fez de Vitória a Vila Velha, chegou a contar 40 bicicletas em um espaço onde cabem 17.

Ciclistas passam sufoco para atravessar a Terceira Ponte

“Além das bicicletas, vão os ciclistas. Todos vão imprensados. Já tivemos que colocar uma bicicleta em cima da outra”, lembra. Uma situação, ela destaca, que além de incômoda é insegura.

O professor e cicloativista Fernando Braga também fez queixas ao sistema, analisando que o Bike GV deveria ser uma alternativa para o ciclista fazer a travessia da Terceira Ponte, mas tem causado muita dor de cabeça aos passageiros.

“Eu sempre usei a bicicleta como meio de transporte. Optar pelo Bike GV é uma forma de fazer a travessia da Terceira Ponte, que não foi pensada para pedestres e bicicletas, mas o sistema não evoluiu. Muitas pessoas usam, causando superlotação, e não vemos melhorias”, afirma.

Os ciclistas também reclamaram da falta de manutenção nos coletivos. Atualmente, dois veículos atendem ao sistema.

“Tem suporte para as bicicletas que está quebrado, fazendo com que a bike fique solta”, afirma Pollyana.

A arquiteta Pollyana Martins usa o Bike GV rotineiramente e reclama que os ônibus estão sempre cheios. "Já contamos 40 bikes onde cabem 17.". (Carlos Alberto Silva)

PONTO DE PARADA

Para o projeto, dois ônibus convencionais foram adaptados pela Companhia Estadual de Transportes Coletivos de Passageiros do Estado do Espírito Santo (Ceturb-ES) para transportar bicicletas e passageiros.

No projeto inicial, os ônibus teriam um ponto próximo ao Terminal de Vila Velha e outro perto da Praça da Ciência, em Vitória.

Esses pontos, a pedido dos próprios ciclistas, foram realocados. Hoje, as paradas são na Rua Maranhão, na Praia da Costa, em Vila Velha, e a outra na Alameda Hélio da Costa Ferraz, em Santa Helena, Vitória. Só que, nos dois pontos, a reclamação é a mesma: falta de estrutura.

“Os pontos só têm as placas de sinalização. Não há abrigo nem nada que caracterize como parada de ônibus”, afirma Fernando.

Sobre essas queixas, por nota, a Prefeitura de Vila Velha afirmou que “está buscando entendimentos com a Companhia de Transportes Coletivos de Passageiros do Estado (Ceturb) para que o local seja contemplado com a instalação de um abrigo.”

Também em nota, a Prefeitura de Vitória garantiu que “o abrigo do ponto de ônibus citado já está no cronograma para ser instalado até o fim do ano”.

O professor Fernando Borges diz que não são feitas melhorias no transporte: "o sistema não evoluiu" . (Fernando Madeira)

MENOS ESPERA

Para tentar resolver o problema de superlotação nos ônibus do Bike GV, a Companhia Estadual de Transportes Coletivos de Passageiros do Estado do Espírito Santo (Ceturb-ES) anunciou que o quadro de horários passará por uma alteração. A principal mudança é a redução no intervalo entre as partidas dos coletivos.

Pela manhã, os intervalos terão uma redução de dois minutos, passando de 17 para 15 minutos. No período da tarde, a mudança é mais expressiva: passando de 30 para 20 minutos. Portanto, o intervalo foi reduzido em 10 minutos. A mudança passa a vale na próxima segunda-feira.

“Nós tiramos parte do tempo que o ônibus ficava parado e, com isso, a gente cria mais viagens ao longo do dia. Ou seja, se 30 pessoas estiverem no ponto, o passageiro pode avaliar se vai embarcar no coletivo e se esperará o próximo que sairá em 15 ou 20 minutos”, justifica Rosane Gilberti, diretora de Operações da Ceturb.

Ela afirmou ainda que a companhia faz avaliações periódicas no que diz respeito ao quadro de horários e, sobre a manutenção dos ônibus.

“Os ônibus do Bike GV passa pelas mesmas vistorias que os demais coletivos do Transcol. Eles também passam pelo órgão específicos de trânsito. Se algum problema é encontrado, ele fica retido para melhorias”, afirma a diretora.

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Por fim, Rosane lembrou que os passageiros podem acionar a Ceturb pelo telefone 0800-039-1517.

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