> >
Doméstica leva seis horas de ônibus para ir e voltar do trabalho no ES

Doméstica leva seis horas de ônibus para ir e voltar do trabalho no ES

São três ônibus e dois terminais para ir de casa ao trabalho

Publicado em 6 de outubro de 2018 às 01:17

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
No trajeto, Rosa Maria enfrentou ônibus cheio e ficou em pé. Depois, passou no Terminal de Vila Velha lotado e pegou outro coletivo até Campo Grande. (Imagens tv gazeta)

Para ir de casa, em Vale dos Reis, Cariacica, até o trabalho, em Itapoã, Vila Velha, e depois voltar, a empregada doméstica Rosa Maria de Jesus, de 61 anos, faz uma verdadeira peregrinação todos os dias e gasta quase seis horas: são dois terminais e três ônibus do Sistema Transcol, na ida e depois na volta, além de enfrentar filas gigantes e atrasos das linhas.

“A viagem é muito longa e cansativa, são três horas para ir e mais três no retorno. Não é o trabalho que me cansa, e sim os terminais, os pontos, a fila do ônibus e ainda ter que lidar com o atraso das linhas. Chego cansada em casa, ainda tenho que tomar banho e café antes de descansar. Deveria haver mais conforto e respeito com o trabalhador”, disse.

A reportagem da TV Gazeta acompanhou o trajeto de volta da doméstica. Às 17 horas, a primeira linha que ela utiliza é a 650. Ela começa o trajeto na Avenida Hugo Musso, em Vila Velha. Ao embarcar rumo ao Terminal de Vila Velha, o ônibus já está cheio e não tem como sentar.

Rosa Maria chega no terminal às 17h30. Nesse horário, o local está tão cheio que é difícil caminhar. Ela segue para a fila do 533, expresso para o Terminal de Campo Grande, mas já tem tanta gente que ela entra na terceira fila.

Às 18h, consegue embarcar para o próximo terminal. No segundo coletivo, consegue ir sentada, mas o ônibus lota e as pessoas ficam imprensadas.

Quando o relógio marca 19h, duas horas de viagem já se passaram desde que ela saiu do serviço. Só então Rosa Maria chega ao Terminal de Campo Grande e consegue pegar a linha 758, para Vale dos Reis. Ela disse à reportagem que, neste dia, deu sorte porque a espera pode ser de até 40 minutos.

Depois de todo o percurso, o trajeto foi encerrado às 19h50. No dia seguinte, ela acorda às 5h para ir ao trabalho e tem que vivenciar tudo novamente, até chegar no destino, às 8h. O trajeto ao ser feito de carro levaria 54 minutos.

A demora para chegar em casa e no trabalho está longe de ser um problema apenas de Rosa Maria. O técnico de manutenção, Jorge Rocha, que também passa pelo Terminal de Campo Grande passa quatro horas dentro dos ônibus todos os dias. “O ser humano trabalha o dia inteiro e ainda precisa passar por isso”, desabafou para a reportagem que acompanhava a doméstica.

ITAPARICA

Rosa Maria afirma que a demora piorou com o fechamento do Terminal de Itaparica, que mudou a rotina de muitos que dependem do Sistema Transcol. Quando o terminal estava no seu trajeto, ela conseguia realizar ida e volta com cinco horas.

“Antes havia mais opções. Eu saia do trabalho para o Terminal de Itaparica e, de lá, para o de Campo Grande. Eram muitas opções para chegar em casa.”

CETURB: VIAGENS ESTÃO MAIS RÁPIDAS

A Companhia Estadual de Transportes Coletivos de Passageiros do Espírito Santo (Ceturb) foi demandada sobre a situação enfrentada por Rosa Maria de Jesus. O órgão não comentou sobre a demora do trajeto realizado pela doméstica, mas informou, por meio de nota, que desde o início da operação no Terminal de Vila Velha, a partir do fechamento do Terminal de Itaparica, em julho, houve uma redução, em média, de 30% do tempo de viagem, com o monitoramento dos retornos dos passageiros e as medidas adotadas, como mudanças de linhas e horários.

“As linhas que tiveram os tempos de viagem aumentados continuam sendo analisadas, buscando melhorar a operação e reduzir os transtornos para os usuários”, disse em nota.

A Ceturb ressalta que os trabalhos de remoção da cobertura do Terminal de Itaparica terão início até o final de novembro. Enquanto isso, na próxima semana, o Instituto de Obras Públicas do Espírito Santo (Iopes) assinará o contrato com a empresa que vai elaborar o projeto da nova cobertura do terminal. A empresa terá seis meses de prazo para concluir o projeto.

Este vídeo pode te interessar

 

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais