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Lavador de carro acusa professora da Ufes de racismo

Lavador de carro acusa professora da Ufes de racismo

Paulo Cesar Bonfim Viegas disse que a professora o chamou de 'preto' e ladrão' após não conseguir uma vaga para estacionar no Campus de Maruípe

Publicado em 24 de outubro de 2018 às 23:49

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(TV Gazeta)

O dia de trabalho do lavador de carros Paulo Cesar Bonfim Viegas, de 37 anos, começou em ofensas no Campus da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), em MaruípeVitória, na manhã de quarta-feira (24). Uma professora de enfermagem teria xingado o homem de 'preto' e 'ladrão' após não encontrar uma vaga para estacionar o veículo no estacionamento.

Em entrevista ao Gazeta Online, o lavador disse que era por volta 9h30 quando chegou ao pátio e verificou que estava lotado. "Geralmente, quem vai chegando, e coloca o carro fora do estacionamento, deixa a chave comigo. Quando alguém sai, a gente vai e estaciona", contou.

Paulo contou que a professora chegou em um

, procurou vaga, mas não achou. "Ela queria que o motorista de lá ficasse com a chave do carro, mas ele disse que não daria porque ia sair com um paciente. Ela subiu reclamando e me viu estacionando um carro em uma vaga que tinha acabado de sair. Nisso que o motorista pegou o carro dela, ela disse que era admissível um professor dar aula e não ter vaga".

Segundo o lavador, foi nesse momento que a professora o chamou de 'preto' e disse que ele estava 'roubando'. Ele afirma que trabalha há três anos no local e nunca passou por uma situação parecida. "Eu fiquei chocado ouvindo ela falar. Tinham duas pessoas perto dela e ninguém falou nada. Eu não fui falar nada com ela pra não perder a razão".

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Preconceito todo mundo tem. Ela me chamar de preto não me ofendeu. A palavra ladrão foi mais forte. Nunca precisei roubar.

Paulo Cesar Bonfim Viegas
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Na tarde de quarta-feira (24), Paulo registrou um boletim de ocorrência na 1ª Delegacia Regional de Vitória. Ele afirmou que pretende processar a professora. "Minha mãe criou sete filhos e sempre educou a gente, para não mexer em nada que é dos outros. Eu explico isso para os meus filhos, pretendo explicar para os meus netos também. Isso é lamentável", finalizou.

A Ufes foi acionada pela reportagem na tarde desta quinta-feira (25) e, por meio de nota, informou que a ouvidoria Geral da instituição, até o momento, não fez nenhum registro sobre a situação. "Caso a denúncia seja formalizada, a ouvidoria fará a apuração e, se constatados elementos suficientes, serão tomadas as medidas cabíveis", finalizou.

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