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Rua recém-inaugurada em Vitória põe alunos em risco

Rua recém-inaugurada em Vitória põe alunos em risco

Carros passam em alta velocidade em frente a escola, dizem pais

Publicado em 5 de outubro de 2018 às 12:49

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Pai de aluna, Marcus Vinicius Costa diz que há perigo de atropelamento para as crianças. Carlos Alberto Silva. (Carlos Alberto Silva)

Desde que o acesso à Avenida Rio Branco foi mudado para quem sai da Avenida Leitão da Silva, em Vitória, em agosto, uma reclamação tem sido constante por parte dos pais das crianças que estudam em uma escola particular, em Santa Lúcia: o excesso de velocidade dos veículos.

A entrada da Leitão da Silva direta para a Rio Branco foi fechada e agora quem quer seguir sentido Praia do Canto deve entrar em uma nova rua, que dá acesso à Elias Tomasi Sobrinho, passando em frente ao colégio. Mas, segundo as famílias, que estão pensando em acionar o Ministério Público do Espírito Santo (MPES), as crianças estão correndo risco de serem atropeladas. Isso porque agora o fluxo aumentou muito, com motoristas que passam em alta velocidade.

“A prefeitura não colocou uma placa orientando os motoristas a andarem devagar por ser um perímetro de escola”, pontuou o juiz federal Marcus Vinicius Costa, de 44 anos, que tem uma filha de 3 anos matriculada na instituição.

Ainda segundo Marcus Vinicius, nenhum agente da Guarda Municipal ajuda as crianças que precisam atravessar a Rua Elias Tomasi Sobrinho, em frente à escola. Porém, os pais sempre se deparam com uma equipe responsável em multar os veículos estacionados em local irregular.

“Quem faz a travessia dos alunos é um segurança contratado pela escola. A prefeitura parece muito mais preocupada em arrecadar dinheiro de multa do que garantir a segurança das crianças. O dia que minha filha correr ou soltar minha mão ela pode ser atropelada.”

Apesar dos pais desejarem que o antigo acesso à Rio Branco seja liberado, o Departamento de Estradas de Rodagem do Espírito Santo (DER-ES), responsável pelas obras da região, informou que a mudança é permanente. De acordo com o órgão, o espaço foi fechado para a construção de uma caixa de drenagem.

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A prefeitura não colocou uma placa orientando os motoristas a andarem devagar por ser um perímetro de escola

Marcus Vinicius Costa, juiz e pai de aluna
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Em relação ao trânsito na rua da escola, Marcus Vinicius explicou que a faixa do lado da calçada da instituição agora permite embarque e desembarque. Já do lado esquerdo da via, depois da mudança, ficou proibido estacionar. Mas, segundo ele, a medida não é suficiente. “Isso é bom para quem tem filho grande. Eu preciso desligar meu carro e levar minha filha até a sala dela.”

Para tentar reverter essa situação, Marcus Vinicius teve a ideia de recolher assinaturas dos outros pais para elaborar uma minuta ao MPES. “Queremos acabar com a interrupção da antiga entrada para a Rio Branco, delimitar o espaço em frente ao colégio como área escolar, solicitar que o estacionamento do lado direito da via seja permitido o dia todo e do lado esquerdo apenas nos horários de saída da escola. A prefeitura pode até colocar parquímetro. Assim vai tornar o trânsito civilizado.”

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Se a Prefeitura de Vitória achar que temos que reforçar a sinalização na rua da escola, isso pode ser acrescentado ao contrato com a empresa que está fazendo a obra

Gustavo Perin, diretor-geral do DER-ES
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FILA DUPLA

Um médico, de 56 anos, que preferiu não se identificar, contou à reportagem que passa pelo local diariamente porque possui um consultório na Praia do Canto. De acordo com ele, há outro problema: as famílias dos alunos formam filas duplas na região e causam transtornos no trânsito. “A pista da esquerda é proibida de estacionar, mas ela está sempre ocupada do início até o final”, comentou.

SECRETÁRIO: PAIS DEVEM USAR ESTACIONAMENTO DE ESCOLA

O secretário de Transportes, Trânsito e Infraestrutura Urbana de Vitória, Luiz Paulo de Figueiredo, disse que as famílias devem parar seus veículos para desembarcar os alunos dentro do estacionamento da escola, evitando a passagem de crianças na travessia da rua.

A Prefeitura de Vitória vai se reunir hoje com o DER-ES para discutir a questão do excesso de velocidade, apontado pelos pais. A administração estuda colocar parquímetros no local para tentar organizar o estacionamento, já que há também reclamações de fila dupla, e o secretário diz que os pais serão ouvidos sobre isso.

“As pessoas param o carro em fila dupla e querem que a gente resolva o problema delas. Não tem como a rua ficar fechada por isso. As famílias precisam usar o estacionamento de dentro da escola”, pontuou, acrescentando que a obra da região é de responsabilidade do DER-ES.

Procurado, o DER-ES disse que sinalizações horizontais, verticais ou semafóricas podem ser implantadas no local. Para isso acontecer, basta a administração municipal demonstrar a necessidade.

“Nossas intervenções foram aprovadas pela prefeitura que é a gestora do trânsito de Vitória. Se a prefeitura achar que temos que reforçar a sinalização, estamos em obra ainda, isso pode fazer parte do contrato com a empresa que está realizando a obra”, explicou o diretor-geral do DER-ES, Gustavo Perin.

Ainda segundo Perin, a população deve formalizar as reclamações com a prefeitura, para que o órgão, por sua vez, acione o DER-ES. Ele destacou, ainda, que o trânsito está fechado no antigo acesso à Rio Branco para uma obra de drenagem.

“O acesso está fechado para construir uma caixa de conexão com a macrodrenagem Leitão da Silva e não será mais aberto. Fechamos antes mesmo dessa obra justamente para educar os motoristas.”

PREFEITURA CONTESTA DISTÂNCIA MÉDIA DE SEMÁFOROS

A Prefeitura de Vitória contestou a informação divulgada em A GAZETA, na quarta-feira, de que na Capital há um semáforo a cada 360 metros. De acordo com o secretário municipal de Transportes, Trânsito e Infraestrutura Urbana, Luiz Paulo de Figueiredo, é preciso levar em conta que, ao todo, são 222 cruzamentos semaforizados na cidade e que em cada um pode ter até oito equipamentos instalados.

No total, são 1.745 semáforos em Vitória, mas, segundo Figueiredo, parte deles operam juntos em um mesmo cruzamento, como no que tem na Avenida Dante Michelini com a Carlos Martins, em Jardim Camburi, que possui oito aparelhos. “Se eu levar em conta que em cada cruzamento tem pelo menos quatro semáforos, fica um conjunto a cada 1,4 quilômetros”, pontuou.

Ainda segundo o secretário, não é possível comparar a situação da Capital com as demais cidades da Grande Vitória. Isso porque, de acordo com ele, Vitória possui 3.338 habitantes por quilômetro quadrado. Já Vila Velha tem 1.973 e a Serra 741. Em relação ao trânsito, Figueiredo disse que Vitória tem 2.043 veículos por quilômetro quadrado, sendo que Vila Velha tem 991 e a Serra tem 332.

“Temos um adensamento de pessoas e de carros, o conflito entre eles em uma cidade pequena como Vitória é muito maior”, ressaltou, acrescentando que o volume aumenta já que moradores dos outros municípios trabalham na Capital.

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“Além disso, há muita circulação de gente que busca serviços, como consultas médicas, na Capital”, finaliza.

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