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Terceira Ponte: 7 sugestões (algumas inusitadas) para barreira

Terceira Ponte: 7 sugestões (algumas inusitadas) para barreira

Ideias apresentadas incluem cerca elétrica, rede, cama elástica e até mesmo "não fazer nada". Até o final de novembro, Governo do Estado terá que escolher uma opção para licitar

Publicado em 15 de outubro de 2018 às 17:03

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(Reprodução | Whatsapp)

A nova proposta de barreira para a Terceira Ponte já foi apresentada e até o final de novembro, o Governo do Estado decidirá se vai licitar a opção com barras verticais ou a opção com estrutura lateral rebaixada. Além dessas duas opções, durante o processo de consulta pública aberta para a população, 39 alternativas foram apresentadas. Entre as muitos opções, houve um grande número de pedidos para a instalação de cerca elétrica, e até quem acredita que nada deve ser feito, que o investimento é desnecessário e não resolverá o problema de suicídio.

A Agência de Regulação de Serviços Públicos do Espírito Santo (Arsp-ES) afirma que o projeto tem como propósito "proporcionar segurança aos usuários, promover o mínimo de impacto na visibilidade para preservação das belezas paisagísticas, e o menor custo, mantendo-se assim a necessidade de aplicação de investimentos em tal projeto". 

Abaixo listamos sete sugestões apresentadas durante a consulta pública e as justificativas da Arsp para rejeitar tais ideias.

1. Cerca elétrica

(Reprodução | Internet)

O estudante de arquitetura e urbanismo Alan Avelar Eloi e outros participantes sugeriram a instalação de uma cerca elétrica por filamento. "Ela não impede a vista do observador usuário da ponte e impossibilita que a pessoa se lance, uma vez que, ao toca-la, será repelida para dentro da faixa de rolagem, provavelmente desacordada, possibilitando seu socorro", explicou o estudante.

Justificativa da Arsp: a agência reguladora lembrou que o trecho rodoviário é utilizado para fins de competição e eventos desportivos, bem como manifestações populares. "Nessas situações e nos casos de atentado contra a vida, a utilização de descarga elétrica poderia causar, além de desconforto, sofrimento desnecessário aos usuários que podem, inclusive, encostar não intencionalmente na “cerca eletrificada” e receber uma descarga".

2. Rede de proteção

Andreia Bernardes sugeriu a utilização de rede de proteção semelhante às usadas em campos de futebol ou aquelas usadas em proteção de varanda. "As hastes para sustentar essa rede de um lado ao outro, poderia ser fibra de carbono flexível, bem fixa por conta do vento", detalhou.

Justificativa da Arsp: Para a Arsp os custos com manutenção são maiores (grande extensão de redes para manutenção cobrindo toda a extensão da Ponte) e há impacto para as aves, uma vez que podem ficar retidas nas redes. Além de as redes com as características sugeridas serem de fácil ruptura por meio de tesoura e material cortante.

3. Proteção de vidro

Lucas Assis sugeriu uma proteção em vidro. "Muitos locais no mundo possuem desses tipos de "muros de vidros temperados" de alta resistência para reforço de segurança nos locais em que eles estão inseridos - vide o exemplo da própria Torre Eiffel, em Paris, por causa de ataques terroristas e também na Universidade de São Paulo, USP -, mas pensando também em algo mais leve visualmente e, óbvio, mais bonito e interessante", defendeu.

Justificativa da Arsp: Na primeira etapa do projeto, quando a Arsp discutia os modelos conceituais, foi aventada a possibilidade de instalar barreira de proteção com vidro, no entanto, os estudos apontaram que as ações de vandalismo poderiam causar desprendimento de parte das placas de vidro e risco de queda nas pessoas e veículos. para viabilizar o projeto seria necessário a instalação de lâminas duplas de vidro com película anti-impacto, o que aumentaria os custos da obra.

4. Arame farpado

Carlos Vinicius Paradela Teixeira sugeriu que fosse colocado arame farpado em toda a extensão da Terceira Ponte em uma altura superior a três metros.

Justificativa da Arsp: "O material sugerido foi objeto de estudo por parte da ARSP e Rodosol e descartado por conta da necessidade constante de manutenção/substituição e pouca resistência às intempéries. Em relação à altura da proteção, a mesma terá 2,67m e em testes realizados com apoio do Corpo de Bombeiros do Estado, concluiu-se que a estrutura seria de difícil transposição. Assim, altura maior acarretaria em aumento de custos sem justificativa ", afirmou a agência reguladora ao descartar a ideia.

5. Balsa com cama elástica e rede

André Gonçalves Pinheiro acha que uma balsa com uma espécie de grua com uma cama elástica e rede poderia ser uma alternativa. "A balsa seria posicionada no local em que alguém queira pular e com isso fecha-se apenas meia pista para uma negociação rápida. Não tendo solução deixe a pessoa pular e ela vai cair na balsa, que será posicionada rapidamente na linha da água logo abaixo", detalhou.

Justificativa da Arsp: "Não encontramos experiências reais no mercado para a tecnologia proposta. Destacamos que o canal de Vitória é utilizado para trânsito de navios em direção aos portos e, tal medida, poderia causar transtornos para o setor", disse a Arsp ao rejeitar a proposta.

6. Grade de ferro

Fernando Krause acredita que seria interessante se tivesse como colocar um sistema de grade de ferro entrelaçada em 2 em 2 cm.

Justificativa da Arsp: O modelo foi discutido entre a equipe técnica da Arsp e da Rodosol. No entanto, prejudicaria a visibilidade do Convento da Penha, além do custo alto com aquisição e manutenção da rede entrelaçada. "Acrescentamos ainda que o material proposto permite escalada, possui vida útil menor, apresenta maior sensação de enclausuramento, necessidade de maior reforço no módulo de sustentação e influencia no aspecto estético", explica a agência reguladora.

7. Ciclovia e passagens para pedestres

Wantuil Mayhe propôs a construção de ciclovias e passagens para pedestres, lateralmente à ponte (ambos os lados). Para ele, deixaria o orçamento mais caro, mas atenderia uma demanda dos moradores de Vitória e Vila Velha.

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Justificativa da Arsp: A Arsp argumentou que a ponte possui rampa com inclinação de 5,5% no sentido sul e 4,4% no sentido norte. Essas inclinações atendem ao padrão para rodovias e foi estabelecido para obter altura necessária que permitisse a passagem de navios no canal marítimo em direção ao Porto de Vitória. "Ao avaliar as condições necessárias para as ciclovias, identificou-se que o usuário rotineiro de bicicletas não consegue vencer tal rampa por muito tempo, e somente um ciclista profissional (atleta) teria condições para tal. Portanto, além do alto investimento necessário, a ciclovia ficaria subutilizada", justifica.

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