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1.209 km de estradas não passam por intervenção há 20 anos

1.209 km de estradas não passam por intervenção há 20 anos

Vias não receberam obras de pavimentação nem restauração

Publicado em 17 de novembro de 2018 às 00:56

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A família de Eduardo Schvanz tem duas madeireiras às margens da ES 264. Como no local não há sinalização, eles mesmos colocaram placas indicando a entrada e a saída de veículos pesados para evitar acidentes. (Fernando Madeira)

A “idade avançada” das rodovias estaduais revela ainda uma realidade mais problemática. Segundo dados do Departamento de Estradas de Rodagem do Espírito Santo (DER-ES), 1.209 quilômetros de rodovia não passam por intervenção há 20 anos. O número corresponde a cerca de 34% de toda a malha rodoviária estadual.

O órgão explica que esses locais, embora tenham recebido operações tapa-buracos e de capina, por exemplo, não receberam obras de pavimentação nem restauração.

“Não quer dizer que não houve nenhuma intervenção nesse período. O que não houve foram as intervenções conhecidas como recapeamento ou obras de reabilitação da via”, pondera o diretor-geral do DER-ES, Gustavo Perin.

De acordo com o DER, as estradas são projetadas para durar 10 anos, ou seja, a obra é feita de acordo com o fluxo de veículos na época da obra e também de uma projeção de como esse fluxo deve evoluir em uma década.

ESPERA

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santa Maria de Jetibá, Egnaldo Andreatta, afirma que a comunidade de produtores espera há anos por uma intervenção na ES 264, que liga a cidade à localidade Fazenda do Estado, em Venda Nova do Imigrante. “Essa rodovia começou a ser construída no início dos anos 90. Ela nunca foi recapeada ou feita nova cobertura, foi sempre feito remendo”, relata. No local, A GAZETA também observou que faltam placas de sinalização e até pintura da faixa central.

Segundo ele, em época de chuvas, os buracos aparecem e demoram a ser tapados. “Quem desce todo dia acaba decorando onde eles estão para desviar. Tem gente da própria comunidade que joga brita para tentar melhorar”, afirma Egnaldo.

Santa Maria de Jetibá é o maior produtor de hortifrutigrangeiros do Estado e é responsável por 40% da produção comercializada diariamente na Ceasa, em Cariacica.

Vinicius Marquardt, 23 anos, é gerente de um hortifrutigrangeiros e diz que o movimento na estrada é enorme. “Esse asfalto precisa ser substituído, já não adianta tapar os buracos. São muitos veículos pesados que trafegam por aqui”, afirma.

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A família de Eduardo Schvanz, 23 anos, tem duas madeireiras na beira da entrada. Como o número de caminhões entrando e saindo do local é grande, eles mesmos decidiram sinalizar a via. Para piorar, as madeireiras ficam em uma curva da estrada. “Colocamos duas placas falando que aqui é entrada e saída de veículos pesados, para alertar os outros motoristas. Também pedimos a instalação de quebra-molas”, conta.

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