A idade avançada das rodovias estaduais revela ainda uma realidade mais problemática. Segundo dados do Departamento de Estradas de Rodagem do Espírito Santo (DER-ES), 1.209 quilômetros de rodovia não passam por intervenção há 20 anos. O número corresponde a cerca de 34% de toda a malha rodoviária estadual.
O órgão explica que esses locais, embora tenham recebido operações tapa-buracos e de capina, por exemplo, não receberam obras de pavimentação nem restauração.
Não quer dizer que não houve nenhuma intervenção nesse período. O que não houve foram as intervenções conhecidas como recapeamento ou obras de reabilitação da via, pondera o diretor-geral do DER-ES, Gustavo Perin.
De acordo com o DER, as estradas são projetadas para durar 10 anos, ou seja, a obra é feita de acordo com o fluxo de veículos na época da obra e também de uma projeção de como esse fluxo deve evoluir em uma década.
ESPERA
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santa Maria de Jetibá, Egnaldo Andreatta, afirma que a comunidade de produtores espera há anos por uma intervenção na ES 264, que liga a cidade à localidade Fazenda do Estado, em Venda Nova do Imigrante. Essa rodovia começou a ser construída no início dos anos 90. Ela nunca foi recapeada ou feita nova cobertura, foi sempre feito remendo, relata. No local, A GAZETA também observou que faltam placas de sinalização e até pintura da faixa central.
Segundo ele, em época de chuvas, os buracos aparecem e demoram a ser tapados. Quem desce todo dia acaba decorando onde eles estão para desviar. Tem gente da própria comunidade que joga brita para tentar melhorar, afirma Egnaldo.
Santa Maria de Jetibá é o maior produtor de hortifrutigrangeiros do Estado e é responsável por 40% da produção comercializada diariamente na Ceasa, em Cariacica.
Vinicius Marquardt, 23 anos, é gerente de um hortifrutigrangeiros e diz que o movimento na estrada é enorme. Esse asfalto precisa ser substituído, já não adianta tapar os buracos. São muitos veículos pesados que trafegam por aqui, afirma.
A família de Eduardo Schvanz, 23 anos, tem duas madeireiras na beira da entrada. Como o número de caminhões entrando e saindo do local é grande, eles mesmos decidiram sinalizar a via. Para piorar, as madeireiras ficam em uma curva da estrada. Colocamos duas placas falando que aqui é entrada e saída de veículos pesados, para alertar os outros motoristas. Também pedimos a instalação de quebra-molas, conta.
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