Condenado a quase 25 anos de prisão na madrugada dessa terça-feira (06) pela morte de três pessoas da mesma família em um acidente de trânsito ocorrido em 2008, Wagner José Dondoni continua foragido após a expedição do mandado de prisão.
A situação não é nova no Espírito Santo. No Estado, atualmente há 10.902 pessoas com mandado de prisão em aberto. Este número inclui também menores infratores, que deveriam estar em centros de internação. Os dados são do Banco Nacional de Mandados de Prisão, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Assim como Dondoni, essas 10.902 pessoas tiveram, em algum momento, a prisão decretada no Espírito Santo, mas conseguiram escapar da decisão da Justiça e seguem em liberdade. Pelo site do CNJ é possível observar que, só no começo deste mês, há 76 mandados de prisão expedidos pela Justiça, mas que ainda não foram cumpridos.
CONDENAÇÃO
Desde que a prisão de Dondoni foi decretada, as informações são de que a Superintendência de Polícia Interestadual e de Capturas (SPIC) e os setores de inteligência das Polícia Civil e Militar realizam diligências para localizá-lo nos endereços por ele informados.
Até a noite desta terça-feira (06) ele não havia sido encontrado ou mesmo se apresentado à polícia. Na residência dele, uma pessoa que se apresentou como seu irmão, sem se identificar, e em entrevista para a TV Gazeta, informou que Dondoni não se encontrava em casa e que a última informação que teria dele é de que estaria em Minas Gerais.
O secretário de Segurança, Nylton Rodrigues, informou que as polícias - civil e militar - irão fazer cumprir a decisão da Justiça estadual.
De acordo com o advogado Ludgero Liberato não é necessário nenhum prazo para que o mandado de prisão seja cumprido. "A ordem foi expedida e tem que ser cumprida", destaca, acrescentando ainda que o réu, a partir do momento em que foi procurado e não foi encontrado, é considerado foragido.
A condenação de Dondoni foi anunciada dez anos após a tragédia na BR 101, em Viana, que destruiu a família do cabeleireiro Ronaldo Andrade. Ele, que é o único sobrevivente do carro atingido pelo empresário, que perdeu a esposa Maria Sueli Costa Miranda, e os dois filhos, Rafael Scalfoni Andrade e Ronald Costa Andrade.
"Pelo exposto, decreto a prisão do acusado Wagner José Dondoni, ostentando natureza de execução provisória da pena de prisão em razão da condenação pelo Tribunal do Júri, determinando, assim, que o réu condenado, após ser devidamente preso, se recolha à prisão, onde deverá permanecer se pretender recorrer. O réu, após devidamente preso, deverá ser conduzido à Unidade Prisional competente a fim de cumprir a prisão decorrente da condenação pelo Tribunal do Júri, com os alertas às autoridades que deverão adotar todas as providências para a segurança do réu", diz a sentença do juiz Romilton Alves.
Dondoni não compareceu à audiência, que durou quase 15 horas no Fórum de Viana, e foi condenado pela maioria dos votos, mas pode recorrer da decisão. Ele responde pelos crimes de homicídio simples por ter causado a morte de Maria Sueli, e os filhos Rafael e Ronald, tentativa de homicídio, por Ronaldo Andrade, e uso de documentação falsa.
Com informações de Vilmara Fernandes
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