> >
Delegacia na Enseada do Suá é interditada por risco de desabar

Delegacia na Enseada do Suá é interditada por risco de desabar

Defesa Civil deu prazo de 90 dias para local ser desocupado

Publicado em 13 de novembro de 2018 às 11:46

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Rachaduras estão por todo o subsolo da Delegacia Especializada Antissequestro, na Enseada do Suá. Nos corredores, o afundamento do piso já criou degraus. (MPES/Divulgação)

A Defesa Civil Estadual interditou o prédio ocupado pela Delegacia Especializada Antissequestro, que deverá deixar o local em 90 dias. O prazo começou a contar no último dia 1º. Localizado na Enseada do Suá, em Vitória, o prédio possui problemas estruturais e corre o risco de desabar, o que afeta a vida de 11 servidores que lá atuam, além da população que demanda os serviços da unidade.

A vistoria no local foi solicitada pelo Ministério Público do Estado (MPES), por intermédio da Promotoria de Controle Externo da Atividade Policial de Vitória. Foi aberto um procedimento administrativo para investigar a situação após a realização de cinco inspeções, sendo a última em maio deste ano.

Foi constatado que a delegacia não possui estrutura física e nem condições mínimas para as atividades policiais. “Nem para a habitação humana, haja vista o iminente risco de desabamento”, assinalou a portaria de abertura do procedimento administrativo.

O documento aponta ainda que após a realização de cinco inspeções pela Promotoria de Controle Externo da Atividade Policial, onde foram constatada as irregularidades, nenhuma providência havia sido adotada pela Polícia Civil.  “No sentido de providenciar a mudança de local de funcionamento da unidade policial, que continua no imóvel”, assinala a portaria do MPES.

COMPROMETIDA

O prédio da delegacia, composto por três pavimentos, apresenta várias rachaduras no subsolo. Segundo o laudo da Defesa Civil, “todos os ambientes do subsolo apresentam recalque (afundamento), tanto do piso interno quanto da área externa”.

O laudo alerta ainda para os riscos que existem dentro do prazo de 90 dias, dado para a desocupação do imóvel. Informam que é preciso acompanhar a “evolução brusca das patologias enquanto a edificação estiver ocupada”.

Rachaduras estão por todo o subsolo da Delegacia Especializada Antissequestro, na Enseada do Suá. Nos corredores, o afundamento do piso já criou degraus. (MPES/Divulgação)

Fotos feitas durante as inspeções da Promotoria de Controle Externo, realizadas em 2016, 2017 e 2018, mostram que as escadas estão se descolando da parede e há corredores onde o piso afundou, criando degraus onde antes era plano.

No primeiro pavimento, além do afundamento do piso, paredes também apresentam rachaduras e deslocamentos. Uma das vigas desceu a ponto de esmagar os fios que estavam instalados na altura da porta.

Há imensas rachaduras que percorrem todo o subsolo. Há ainda vigas, do lado de fora, que estão rachadas na horizontal. Ao lado delas, degraus das escadas com afundamento.

E as atividades da delegacia ocorrem, normalmente, em meio ao cenário de destruição. Há salas e paredes onde parte do reboco já caiu e outras com tetos mofados. Não é diferente do lado de fora, onde reina o abandono.

Segundo o laudo da Defesa Civil, os fundos do imóvel que abriga a delegacia estão sendo afetados pelo mar, com a força das marés impactando o muro de delimitação do local. Os muros laterais também apresentam problemas de verticalidade.

A edificação ocupada pela delegacia faz parte de um conjunto de imóveis que foram desapropriados pelo governo do Estado em 2010. Só pelo prédio que a delegacia ocupa o Estado desembolsou um total de R$ 3 milhões.

OUTRO LADO

O delegado José Monteiro Júnior, subsecretário de Estado de Inteligência da Sesp, informa que até antes da interdição ocorrer a Secretaria já estava procurando um novo imóvel para abrigar a Delegacia Especializada de Antissequestro.

Segundo ele, um chamamento (um tipo de licitação) foi publicado para alugar um imóvel. A expectativa é de que o processo seja concluído em janeiro do próximo ano, antes de vencer o prazo estipulado pela Defesa Civil, 1º de fevereiro. “Se isto não ocorrer, vamos fazer uma reforma na antiga Delegacia de Maruípe e transferir a Antissequestro para lá”, diz, revelando sua outra alternativa para solucionar o problema.

Em relação ao laudo de 2015, Monteiro relata que ele não foi definitivo sobre os riscos iminentes de desabamento. “Interditamos a parte de trás do imóvel, por recomendação dos engenheiros, que não foram taxativos em relação à parte da frente, ocupada pela delegacia, por não haver perigo iminente”, relata, destacando que o laudo atual da Defesa Civil deu prazo de 90 dias. “Se houvesse risco iminente, determinariam a saída imediata”, assinala.

Este vídeo pode te interessar

Segundo Monteiro, desde 2015, por orientação dos engenheiros, vem sendo feito um tipo monitoramento da estrutura do imóvel. “E neste intervalo de tempo não houve sinais de risco iminente, caso contrário, teríamos retirado todos do local”, pontuou.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais