A dor pela morte da esposa e dos dois dois filhos há 10 anos é muito presente na vida do cabeleireiro Ronaldo Andrade. Após todo esse período de espera, nesta segunda-feira (05), ele foi o primeiro a depor no julgamento do comerciante Wagner José Dondoni de Oliveira, no Fórum de Viana. Dondoni foi denunciado pelo Ministério Público do Estado pelo homicídio de três pessoas, incluindo um adolescente e uma criança, e pela tentativa de homicídio do pai dos meninos, o Ronaldo, único sobrevivente à tragédia.
O cabeleireiro prestou depoimento por mais de 50 minutos, bastante emocionado. Em alguns momentos, ele não conseguiu falar. Além de toda tragédia, Ronaldo contou que os pais dele morreram logo após o acidente de tristeza pela morte dos netos.
"MEU DEUS, SEGURA, PORQUE VAI BATER"
Ronaldo afirmou que Dondoni apareceu do nada na frente dele e que, poucos minutos antes da batida, ele se recorda de dizer para o filho: "Meu Deus, segura, porque vai bater". Depois disso, não se lembra de mais nada.
Quando questionado sobre qual era a revolta que ele sentia em relação à tragédia, disse: "Quer revolta maior do que perder meus filhos?".
PROMESSA
Questionado pelo promotor o que ele gostaria da Justiça, Ronaldo disse que quer que a justiça seja feita para que a vida dele tenha prosseguimento porque, até o momento, ela continua parada, sem prosseguir, porque ele fez uma promessa de que a vida só andaria depois que ele visse esse capítulo da história da vida dele terminado.
"Quando chego em casa é muito triste. Dia das Crianças, todo mundo comprando presente e eu não tenho mais. Não tenho o que comemorar", falou durante o depoimento.
Com informações de Vilmara Fernandes
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta