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Em depoimento, cabeleireiro diz que pais morreram de tristeza após acidente

Em depoimento, cabeleireiro diz que pais morreram de tristeza após acidente

Ronaldo Andrade, que teve o carro atingido pela caminhonete de Wagner Dondoni, há 10 anos, foi o primeiro a depor no julgamento do comerciante

Publicado em 5 de novembro de 2018 às 15:11

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Ronaldo Andrade perdeu a esposa e os dois filhos em um acidente na BR 101, provocado por um motorista embriagado. (Gabriel Lordêllo/Arquivo A Gazeta)

A dor pela morte da esposa e dos dois dois filhos há 10 anos é muito presente na vida do cabeleireiro Ronaldo Andrade. Após todo esse período de espera, nesta segunda-feira (05), ele foi o primeiro a depor no julgamento do comerciante Wagner José Dondoni de Oliveira, no Fórum de Viana. Dondoni foi denunciado pelo Ministério Público do Estado pelo homicídio de três pessoas, incluindo um adolescente e uma criança, e pela tentativa de homicídio do pai dos meninos, o Ronaldo, único sobrevivente à tragédia.

O cabeleireiro prestou depoimento por mais de 50 minutos, bastante emocionado. Em alguns momentos, ele não conseguiu falar. Além de toda tragédia, Ronaldo contou que os pais dele morreram logo após o acidente de tristeza pela morte dos netos.

"MEU DEUS, SEGURA, PORQUE VAI BATER"

Julgamento é realizado no Fórum de Viana. Dondoni não compareceu. (Marcelo Prest)

Ronaldo afirmou que Dondoni apareceu do nada na frente dele e que, poucos minutos antes da batida, ele se recorda de dizer para o filho: "Meu Deus, segura, porque vai bater". Depois disso, não se lembra de mais nada.

Quando questionado sobre qual era a revolta que ele sentia em relação à tragédia, disse: "Quer revolta maior do que perder meus filhos?".

PROMESSA

Questionado pelo promotor o que ele gostaria da Justiça, Ronaldo disse que quer que a justiça seja feita para que a vida dele tenha prosseguimento porque, até o momento, ela continua parada, sem prosseguir, porque ele fez uma promessa de que a vida só andaria depois que ele visse esse capítulo da história da vida dele terminado.

"Quando chego em casa é muito triste. Dia das Crianças, todo mundo comprando presente e eu não tenho mais. Não tenho o que comemorar", falou durante o depoimento.

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Com informações de Vilmara Fernandes

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