> >
Mais da metade das rodovias estaduais tem mais de 30 anos

Mais da metade das rodovias estaduais tem mais de 30 anos

Para tentar "rejuvenescer" as estradas, o órgão busca um empréstimo junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (Bid)

Publicado em 17 de novembro de 2018 às 00:39

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
De muletas, o aposentado Jair passa sufoco na ES 080. Além da falta de acostamento, há buracos enormes. (Fernando Madeira)

Mais da metade das rodovias estaduais do Estado foram pavimentadas há mais de 30 anos, segundo o Departamento de Estradas de Rodagem do Espírito Santo (DER). De acordo com o órgão, cerca de 1,9 mil dos 3,6 mil quilômetros da malha rodoviária estadual tem pelo menos três décadas.

A idade avançada das vias é sentida por moradores de diversas regiões do Estado. O aposentado Jair Manga, de 68 anos, mora há mais de 40 anos às margens da ES 080, em Cariacica. Ele diz que o asfalto no local sempre existiu, mas que nunca teve acostamento e, por isso, tem medo de trafegar pelo local. “Mesmo de muleta, as vezes dou uma volta danada para passar por outro lugar porque aqui não tem segurança”, diz.

Com as chuvas que atingiram o Estado na última semana, a situação por lá piorou. Grandes crateras se abriram na pista e os motoristas passaram a trafegar até pelas calçadas para evitar cair nos buracos.

LOCAIS CRÍTICOS

Para tentar “rejuvenescer” as estradas, o órgão busca um empréstimo junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (Bid). O Estado pleiteia R$ 146,4 milhões para a recuperação funcional dos locais considerados críticos. “Identificamos 700 quilômetros que precisam de intervenção imediata”, afirma o diretor-geral do DER, Gustavo Perin.

Nesses locais, será feita uma recuperação funcional, conhecida popularmente como recapeamento. A recuperação funcional não faz alterações estruturais como duplicação e acostamento, mas recupera a funcionalidade do asfalto e inclui ainda sinalização. “Ela dá conforto a quem está dirigindo e deixa a rodovia mais segura”, afirma o diretor-geral do DER.

O processo tramita atualmente em Brasília. É preciso que o Estado, que compete com outras unidades da federação, consiga convencer uma comissão da necessidade dos recursos. Uma vez aprovado pelo governo federal, a previsão é de que o empréstimo seja assinado no segundo semestre de 2019. “As empresas selecionadas terão até um ano e meio para fazer as obras e serão responsáveis também pela manutenção durante cinco anos. Temos toda a possibilidade de conseguir captar esse recurso porque a economia do Estado tem uma boa nota”, explica.

A idade das estradas estaduais. (Editoria de Arte | Marcelo Franco)

SUL E CAPARAÓ

Ainda de acordo com o DER, as estradas estaduais em pior estado se encontram na Região Sul do Estado, incluindo aquelas do Caparaó. “O desenvolvimento do Estado começou por lá, então é nessa região que estão as estradas mais antigas”, explica o diretor-geral. Ele acrescenta que, com o passar dos anos, a atividade econômica na região decaiu e, paralelamente, aumentou nas regiões Norte e Noroeste.

“Na hora de alocar os recursos, que são limitados, se alocou na pavimentação das vias nas regiões acima do Rio Doce para ajudar no desenvolvimento econômico. Aí a parte Sul sofreu”, diz.

Este vídeo pode te interessar

Perin afirma que o boom de construção de estradas aconteceu nas décadas de 70 e 80, quando as grandes empresas chegaram ao Estado. Atualmente o DER considera que as pavimentações estão estabilizadas. “A gente acredita que agora é o momento de voltarmos para cuidar da nossa malha, que já esta consolidada. Claro que ainda há demandas de pavimentar novas rodovias, mas é preciso fazer uma avaliação econômica: é viável implantar nova estrutura de pavimento? Haverá retorno econômico?”, pondera.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais