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Secretário de Segurança Pública mantém crítica à anistia de PMs

Secretário de Segurança Pública mantém crítica à anistia de PMs

No Estado, cerca de 2.560 policiais são alvos de inquéritos policiais militares acusados do crime de motim ou revolta

Publicado em 22 de novembro de 2018 às 19:58

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A coletiva da linha de crédito aprovada pelo BNDES aconteceu nesta quinta-feira (22). (Fred Loureiro | Secom-ES)

Após anúncio do governador eleito do Espírito Santo, Renato Casagrande, e do comandante da Polícia Militar nomeado por ele para assumir no novo governo, Moacir Barreto, de que são a favor da anistia para os envolvidos na greve da Polícia Militar no ano passado, o secretário de Estado da Segurança Pública, coronel Nylton Rodrigues, disse que mantém a opinião de que a anistia é um desrespeito a sociedade. 

Secretário de Segurança Pública mantém crítica à anistia de PMs

Questionado pela reportagem nesta quinta-feira (22) sobre a posição do novo governo, Nylton disparou: "Não comento declarações do novo governador e do novo comandante". Perguntado sobre a declaração dada por ele no ano passado sobre a possibilidade de anistia ao militares grevistas, quando disse que isso seria um desrespeito à sociedade, respondeu: "Mantenho minha posição, mas não falo mais sobre o assunto".

CASAGRANDE PELA ANISTIA

O governador eleito Renato Casagrande (PSB) e o futuro comandante-geral da Polícia Militar, coronel Moacir Leonardo Vieira Barreto Mendonça, prometeram nesta quinta-feira (22), durante o anúncio dos nomes dos chefes de polícia e de outros membros da próxima gestão, uma anistia aos PMs que respondem a processos administrativos devido à greve de 2017.

"A legalidade vai dizer. Se puder ser no conjunto, será no conjunto. Se o policial foi punido por aquele movimento de fevereiro, considerando o erro das duas partes (policiais e governo), o governo resolverá isso", afirmou Casagrande. "Aquilo que estiver no alcance do governo do Estado, o governo resolverá para que não haja punição àqueles policiais", ressaltou.

Quanto a quem já foi expulso da corporação, no entanto, o governador eleito disse que não há o que fazer, uma vez que o caso já estaria sob responsabilidade do Judiciário.

"O governador eleito já se posicionou desde a campanha, e hoje novamente, que será uma iniciativa do governo o processo de anistia. Como será esse processo ainda nós vamos discutir, temos que discutir com a área técnico-jurídica do governo porque, como ele mesmo disse, alguns já sofreram a exclusão e outros estão aguardando a conclusão do procedimento", afirmou o coronel Barreto.

Durante a campanha, ainda em agosto, Casagrande disse que pretendia rever, caso a caso, processos administrativos contra policiais relacionados à greve de 2017, quando estivesse caracterizada alguma perseguição política, por exemplo. Agora, fala em tratar da questão de maneira mais ampla.

PASSAR A BORRACHA, VIRAR A PÁGINA

"Ou nós fechamos essa ferida, ou a polícia terá dificuldade de ter motivação", declarou o governador eleito. Ele lançou mão de outras metáforas para ressaltar a necessidade de superar a greve da PM de 2017, como "passar a borracha" e "virar a página".

Mas o que isso significa na prática? "Significa compreender que houve erro da corporação, corporação não como instituição, mas de membros da corporação, que houve erro do governo e vamos ter que, a partir de janeiro, começar vida nova", respondeu Casagrande.

"O fato aconteceu, está aí registrado, aprendemos com ele e daqui para frente é virar a página e construir uma polícia diferente, mais motivada, se sentindo valorizada", emendou o coronel Barreto, em sintonia com o futuro chefe do Executivo.

REAJUSTE

A principal reivindicação do movimento grevista era o reajuste salarial para os policiais militares. Mas isso, por enquanto, não está no radar.

"O salário já foi melhor em outras épocas, em outros cenários econômicos. Estamos em uma crise econômica, que está passando, e isso vai ser algo construído na medida da capacidade gerencial e financeira do Estado", disse o futuro comandante-geral da PM.

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Casagrande foi mais direto e disse que não há previsão de reajuste para servidores no ano que vem, nem mesmo reposição inflacionária.

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