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Afogamento na Barra do Jucu: a agonia de mãe à espera do filho

Afogamento na Barra do Jucu: a agonia de mãe à espera do filho

A vigília de Rosilene Custódio, 49 anos, é na esperança de ver o corpo do filho boiando no mar. Ela chega no início do dia e só deixa a praia quando a noite chega; Geanderson Custódio, de 9 anos, se afogou após ir para a praia, brincar com Dhanyel Brandão dos Santos, encontrado nesta segunda-feira (10)

Publicado em 12 de dezembro de 2018 às 01:54

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A mãe de Geanderson Custódio, de 9 anos, que sumiu no mar da Barra do Jucu, em Vila Velha, no último sábado (8), Rosilene Custódio, acompanha as buscas pelo menino. (Eduardo Dias)

A pele já está vermelha devido ao sol forte de mais um dia vigiando o mar. A vigília de Rosilene Custódio, 49 anos, é na esperança de ver o corpo do filho boiando no mar. Ela chega no início do dia e só deixa a praia quando a noite chega.

“Fico olhando pra ver se aparece o cabelo loirinho dele, o corpinho. Preciso enterrar meu filho”, lamentou a catadora de papelão que é mãe de Geanderson Custódio, de 9 anos, estudante que se afogou junto do amiguinho na praia da Barra do Jucu, em Vila Velha, no último sábado (08). O corpo de Geanderson continua desaparecido.

Seu filho era de ir à praia?

Ele não era de vir pra praia, vinha escondido. Ele falou que tinha ido com a tia do amigo, eu chamei a tia e ela confirmou que tinha levado e pedi pra me avisar sempre. Trabalhava na feira todo domingo, na banca ou de carrinho, não era bagunceiro. Todo mundo gostava dele.

Como era o Geanderson?

Os dias tem sido difíceis. Todo dia que eu chegava do serviço, ele tava me esperando pra dar um abraço. Não ia dormir enquanto eu não chegasse do trabalho, para me abraçar. Era muito bonzinho, todo mundo pedia para ele fazer alguma coisa, ele fazia. Bucar algo aqui ou acolá, não era de malcriação. Não sei o que aconteceu que fez ele vir pra cá.

Ele fazia sonhos?

Ele era um menino doce, muito carinhoso, sonhava em ser policial ou professor. Mas nem chegou a realizar o sonho dele. Estava tão feliz sábado pois tinha ganhado um carrinho de controle remoto, estava muito feliz, pois era o sonho dele. Dizia que só ia deixar o Daniel brincar com o carrinho. Eles eram muito amigos, brincavam juntos, assistiam desenhos, frequentavam a minha casa.

O que a senhora espera daqui pra frente?

Agora peço a Deus pra ajudar a encontrar o corpinho dele. Meu desejo mesmo era que ele estivesse internado em um hospital, que alguém achou ele e levou pro juizado, sei lá.

Por que a senhora olha o mar?

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Sim. A esperança é de que o mar traga para cá, fico olhando pra ver se o cabelinho loiro dele aparece na água. A gente quer dar um enterro digno pra ele, Deus abençoe que meu filho apareça.

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