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Após serem mães, curso superior vira realidade

Após serem mães, curso superior vira realidade

Enquanto uma inicia a faculdade em 2019, outra vai se formar

Publicado em 31 de dezembro de 2018 às 00:28

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Priscila Cunha, dona de casa, 30 anos, vai começar a estudar pedagogia. (Bernardo Coutinho)

Conseguir colocar em prática um projeto de vida nem sempre é fácil ou acontece no tempo esperado. Fazer um curso superior assim que termina o ensino médio, por exemplo, não é a realidade para a maioria, mas se é um sonho, em algum momento se transforma.

É assim que se sente a dona de casa Priscila Cunha, 30 anos, que em 2019, anos após ser mãe e constituir uma família, vai começar o curso de Pedagogia, já pensando em empreender quando concluir a graduação.

Alba Valéria, 57 anos, vai se formar em Direito. (Bernardo Coutinho)

Até ter seus dois filhos, Priscila trabalhou no comércio, porém tem outros desejos para sua vida. “Vou me qualificar porque quero muito abrir uma creche no futuro. Gosto de lidar com crianças e acho que estudar é o caminho. É preciso ter um diferencial”, aponta.

Para ela, iniciar uma graduação é uma forma de sair de sua zona de conforto e batalhar por novas conquistas.

“Estou bem animada porque fiquei muito tempo parada por causa dos filhos. Agora, vou olhar um pouco mais para mim e correr atrás do prejuízo”, destaca.

Enquanto a dona de casa está na expectativa para o início das aulas, Alba Valéria Lima Soares, 57, prepara-se para se formar em Direito, em 2019. “Quando era mais jovem, solteira ainda, sempre quis fazer vestibular. Pensava em Medicina, mas não deu. Para quem trabalhava o dia todo, era difícil. Depois casei, tive filhos, e fui adiando o sonho”, recorda.

O marido de Alba Valéria sempre foi um incentivador para que ela voltasse a estudar. “Ele dizia: ‘Na hora que esses meninos casarem, você vai fazer a sua faculdade’”, afirma.

Então, quando os filhos saíram de casa, Alba Valéria aceitou o desafio de voltar a estudar. Ela, que trabalhou com contabilidade por 30 anos e na juventude tinha vontade de ser médica, ao fazer teste vocacional descobriu outro caminho para seguir e optou pelo Direito.

“A princípio, ficava preocupada se iria conseguir aprender, eu estava há muito tempo parada. Mas, quando fui para a faculdade, estava animada, nunca me senti rejeitada pela minha idade. Houve dificuldades, sim, mas vou concluir o curso no ano que vem”, valoriza.

Alba Valéria diz que, entre os obstáculos, estava a necessidade de conciliar trabalho e estudos, mas contou com o apoio do marido e dos filhos. Hoje, faz estágio na área trabalhista, mas quer se especializar na criminal. “Tenho um sonho de fazer um projeto em presídio. É mais um. Enquanto a gente está viva, não pode parar.”

ANÁLISE - É PRECISO MAIS QUE DESEJAR

A gente pode sonhar com qualquer coisa. Projeto de vida tem outro nível de complexidade. Para ser realizado, precisa de mais do que mero desejo. Tem que ter planejamento, afinidade com os valores da gente e é absolutamente essencial até como um dos elementos para garantir a felicidade. As pessoas com projetos a realizar, em qualquer fase da vida, têm sensação de satisfação, autoestima elevada e, inclusive, podem ampliar a longevidade. Pode ser estudar um idioma, conhecer um lugar e até um projeto para melhoria íntima. É muito comum as pessoas desejarem coisas, mas não tão comum colocarem em prática por não saber planejar. O projeto é muito pessoal e, por isso, o primeiro passo é refletir sobre o que é mais importante, se não é algo que realmente quer a chance de realizar é menor. O segundo passo é estabelecer metas realistas. Se começo agora a correr, daqui a um mês não vou conseguir participar de maratona. O terceiro é estar consciente de que, para realizar algo, é preciso abrir mão de certas coisas. Projeto é fazer escolha e escolha exige renúncia. A gente sonha que amanhã pode ser melhor do que hoje. O projeto de vida é acreditar que nós mesmos podemos fazer esse dia melhor.”

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Fernanda Helena de Freitas Miranda, Doutora em psicologia e professora da Faesa

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