Uma operação da Polícia Civil apreendeu material para adulteração de carros roubados e fechou três fábricas de placas, na manhã de ontem, em Vila Velha. O comércio e o material fazem parte de um esquema criminoso para colocar placas e documentos verdadeiros em carros roubados e, assim, revendê-los no mercado.
Segundo o delegado Ricardo Toledo, da Divisão de Furtos e Roubos de Veículos, a associação criminosa que realiza o esquema vem sendo investigada há 10 meses, mas há dois anos cometem esse tipo de crime. As investigações começaram depois que a polícia passou a perceber semelhanças nos carros adulterados que eram apreendidos pela DFRV, cerca de 50 por mês na Grande Vitória.
O criminoso pratica o roubo e, na sequência, ele conta com a ajuda de despachantes e de fabricantes de placas, que possuem acesso ao sistema de informações sobre veículos do Detran, para buscar dados de um carro regular e similar ao roubado para usá-los no veículo, disse o delegado. Durante a operação de ontem, três fábricas de placas foram fechadas, sendo que uma delas já tinha a permissão de funcionamento suspensa pelo Detran por apresentar irregularidades. Ao todo, 10 mandados de busca e apreensão foram cumpridos pela polícia em Guarapari, Vila Velha e Vitória.
Quatro despachantes e um casal dono da fábrica de placas vão ser indiciados por associação criminosa, falsificação de documentos público e particular e adulteração de veículo. Nossa legislação é branda para crimes que praticados sem violência, por isso não cabe prisão. Mas esse esquema estimula outros tipos de crime, como o latrocínio, observou o delegado.
Ricardo Toledo explicou que a adulteração de cada veículo chegava a custar cerca de R$ 500. Os veículos roubados, mas que possuíam placas de carros legalizados, eram revendidos quase sempre com preços abaixo do valor de mercado. Quem compra esse tipo de veículo pode vir a ser autuado pelo crime de receptação.
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