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Meninos desaparecem no mar após irem escondidos para a Barra do Jucu

Meninos desaparecem no mar após irem escondidos para a Barra do Jucu

Amigos brincavam na água quando o mais novo, Geanderson Custódio, foi arrastado em direção às pedras. Preocupado, Dhanyel Brandão dos Santos tentou socorrer o amigo, mas também acabou sendo arrastado

Publicado em 9 de dezembro de 2018 às 17:57

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Vítimas estavam próximas a uma área com pedras quando sumiram no mar. (Bernardo Coutinho)

Duas crianças, de 9 e 12 anos, desapareceram no mar na Barra do Jucu, em Vila Velha, por volta das 16 horas deste sábado (8). Os meninos brincavam na água quando o mais novo, Geanderson Custódio, foi arrastado em direção às pedras, bateu com a cabeça e desmaiou. Preocupado, Dhanyel Brandão dos Santos tentou socorrer o amigo, mas também acabou sendo arrastado pela correnteza.

Algumas pessoas que estavam na praia contaram que o guarda-vidas já havia alertado os meninos sobre o perigo. 

Equipes do Corpo de Bombeiros foram acionadas e, ainda no sábado, começaram os trabalhos de busca. De acordo com o cabo Viganor, que esteve no local na manhã de domingo (9), as buscas estão sendo feitas por embarcações e em solo.

“A gente sempre tenta dar uma resposta efetiva para os familiares, mas em casos onde o mergulho não é viável, nosso trabalho fica mais complicado”, completou.

ESCONDIDOS

A mãe de Dhanyel, Fabiana Oliveira dos Santos, 34, contou que o filho e o amigo foram para a praia escondidos, e que ela só ficou sabendo do desaparecimento às 20 horas, quando uma conhecida da família ligou.

Dhanyel mora com a família em Barramares, e Geanderson em João Goulart, todos na região da Grande Terra Vermelha, também em Vila Velha. “Eles foram primeiro lá na creche, buscar os presentes de Natal que estavam doando. Depois foram para a casa do Geanderson. Eu achava que ele estava lá brincando, sempre faziam isso. Mas a mãe dele me contou que eles saíram de lá dizendo que voltariam para a minha casa. Ninguém sabia que eles estavam aqui na praia”, desabafou.

Fabiana disse que os dois gostavam muito de praia, e que não foi a primeira vez que os meninos foram para o local sozinhos. “Eles já tinham feito isso. Eu briguei, falei que não era para irem para lá sozinhos nunca mais. Eu estava despreocupada, achando que ele estava na casa do amigo. Não consigo acreditar que isso está acontecendo”, lamentou.

DESESPERO

A família de Dhanyel fez, na manhã deste domingo (9), algumas buscas na esperança de encontrá-lo ainda com vida. “Nós viemos para cá, andamos em todas as pedras, procuramos o dia inteiro”, contou a mãe.

Apesar da procura, o cabo do Corpo de Bombeiros disse que não é possível afirmar com precisão para onde as crianças foram levadas. “O mar está agitado, no momento do afogamento a maré estava em vazão, eles podem ter sido arrastados para o fundo”, explicou.

O bombeiro disse ainda que, como não é possível mergulhar na região, as buscas ficam mais complicadas. “Em casos de afogamento, o corpo demora cerca de três dias para boiar. Mesmo assim estamos mobilizando embarcações, o Notaer (helicóptero) e informando os guarda-vidas”, afirmou.

Para a família, o que fica é a aflição. “Nós não podemos fazer nada, só esperar. A família inteira está desesperada por respostas, não dá para acreditar que isso está acontecendo”, desabafou a tia de Dhanyel, Daiane Oliveira dos Santos, de 25 anos.

GUARDA ALERTOU OS MENINOS SOBRE O MAR REVOLTO, DIZ PREFEITURA

A Prefeitura de Vila Velha informou, por meio de nota, que os guarda-vidas que estavam na praia alertaram as crianças, por volta de 17h30, para não permanecerem na água já que o mar estava muito revolto. Neste momento, segundo a prefeitura, as crianças saíram da água e ficaram embaixo de uma marquise. Depois que os guardas foram embora, após a jornada de trabalho deles, os garotos entraram novamente na praia.

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Segundo a administração municipal, mais tarde, após os bombeiros terem sido acionados, guardas-vidas que moram na região retornaram à praia para ajudar nas buscas.

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