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Moradores de rua ganham ceia de natal em Jardim da Penha

Moradores de rua ganham ceia de natal em Jardim da Penha

Grupo de 40 pessoas teve também direito a banho, roupas ecorte de cabelo

Publicado em 13 de dezembro de 2018 às 02:00

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Moradores de rua recebem comida especial de ceia preparada por pastoral, em Jardim da Penha. (Carlos Alberto Silva)

O Natal chegou mais cedo para 40 moradores de rua que estavam na Praça Regina Frigeri Furno, em Jardim da Penha, Vitória, na noite de quarta-feira(12). Voluntários da Paróquia São Francisco de Assis, no mesmo bairro, prepararam uma ceia para servir aos homens, mulheres e crianças que compareceram. A ação contou ainda com um ônibus adaptado para banho e distribuição de kits com roupas e até cortes de cabelo.

O projeto é promovido pela Pastoral do Povo de Rua. “O próprio Jesus quando quis se revelar a nós se mostrou na pobreza. O que a igreja pode oferecer à sociedade é cuidar dos pobres. Reconhecer nessas pessoas a sua dignidade, seu valor. Reconhecer nelas o rosto do cristo, pobre, sofredor, que pede a cada um de nós ‘tenho sede, tenho fome’. E a gente, na medida do possível, tenta ajudar”, afirmou o pároco Adenilson Shmidt.

Antes da ceia, o padre conduziu um momento de oração e reflexão com os presentes.

Ainda segundo o padre, o objetivo não é manter os moradores na rua e sim dar dignidade para que eles possam buscar uma vida melhor.

SOLIDARIEDADE

Entre as pessoas que compareceram à ação estava Everton Luiz da Silva, 32 anos. Ele conta que está na rua há oito meses, desde que foi demitido do emprego, e gostou de confraternizar com as demais pessoas que estão na mesma situação que ele.

“A solidariedade que vem de quem também está na rua é muito grande. Tentamos nos superar todo dia nos nossos vícios, nos nossos problemas. Às vezes um chinelo, uma roupa, uma palavra amiga é muito importante”, contou.

Para o ano que chega, Everton espera mais empregos e oportunidades para que consiga mudar a própria realidade. Ele também pede por políticas públicas eficazes para ajudar aqueles moradores de rua que precisam largar o vício em drogas e álcool. “Essa situação não é digno para ninguém”, diz.

AJUDA

Cristiane Bermudes, 43, está há 23 anos nas ruas por problemas com álcool e drogas. Ela aproveitou a ação para tomar banho e trocar de roupa. ”Tomei um banho gostoso porque está um calorão danado hoje (na quarta-feira) e a água estava uma delícia”, disse.

Ela afirma que sofre bastante com o preconceito por ser moradora de rua. “A sociedade discrimina muito a gente. Muitos somos doentes da droga e da bebida, mas a maioria não nos vê assim.”

ELES SÃO PAPAIS NOÉIS DURANTE TODO ANO

Para eles, o Natal não é só no final do ano: dedicam horas livres para ajudar pessoas carentes o ano todo. É o caso do casal Priscila Oliveira, 34, e Antônio Moraes, 49. Junto com amigos da Assembleia de Deus, eles levam café da manhã para pacientes e acompanhantes do Hospital Infantil de Vila Velha toda terça-feira.

Cerca de 300 pessoas recebem suco, pães, frutas e muito amor dos voluntários, que acordam antes das 6h para preparar tudo. “Quando minha mãe ficou internada vi muitos precisando de ajuda. Gente do interior que nem tem refeição”, lembra Priscila, que é cabeleireira.

Como o casal, a dona de casa Eletides Sampaio Fraga trabalha o ano todo em prol da solidariedade. Ela e duas amigas fazem, há mais de 20 anos, enxoval para grávidas que não têm como comprar roupas para os futuros bebês. “Você não pode imaginar a graça que é e também a responsabilidade de ajudar”, se emociona.

Quem também fica feliz em ajudar o próximo é a analista de TI Ana Paula Main, que faz parte de uma equipe de voluntários formada por funcionários da Vale que se uniram para ajudar pessoas carentes. “É uma emoção que não tem como descrever.” Entre as últimas ações do grupo está a reforma de uma ONG que funciona como creche em Central Carapina, Serra. (Caíque Verli)

Voluntários levam café da manhã em hospital. (Caíque Verli)

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