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Antiga sede da Delegacia Antissequestro será demolida em Vitória

Antiga sede da Delegacia Antissequestro será demolida em Vitória

A situação do prédio foi denunciada em matéria de A Gazeta em novembro do ano passado

Publicado em 23 de janeiro de 2019 às 22:47

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Rachaduras estão por todo o subsolo da Delegacia Especializada Antissequestro, na Enseada do Suá. Nos corredores, o afundamento do piso já criou degraus. (MPES/Divulgação)

O prédio da antiga sede da Delegacia Especializada Antissequestro (DAS), que chegou a ser interditado pela Defesa Civil Estadual por problemas estruturais e risco de desabamento, começa a ser demolido a partir da próxima segunda-feira (28). A unidade foi transferida para outro local no início de dezembro do ano passado. Desde então o imóvel, localizada na Enseada do Suá, em Vitória, vinha sendo depredado e servindo de abrigo para moradores de rua e usuários de drogas.

De acordo com o diretor do Instituto de Obras Públicas do Espírito Santo (Iopes), Luiz Cesar Maretto Coura, os trabalhos serão iniciados com a retirada do telhado e de outras estruturas a partir de segunda-feira. "A estrutura do prédio começa a ser derrubada na quarta-feira", relata.

O trabalho será executado pela empresa Terraplanagem Tichê Ltda, vencedora da licitação, e receberá pelos serviços R$ 63,9 mil. Segundo Maretto não será utilizado explosivos na demolição. O trabalho será feito com máquinas que vão, posteriormente, limpar a área e retirar o entulho do local. "Já estamos liberando o licenciamento junto à Prefeitura da Cidade e as pessoas - os moradores de rua - foram retirados do local", explicou o diretor.

Maretto informou ainda que  a demolição tem duas motivações. Uma delas decorre do fato do prédio apresentar rachaduras e risco de desabamento. "Os moradores da região também estavam fazendo solicitações de demolição em decorrência da presença dos moradores de rua e de usuários de droga", relatou.

Após a obra o terreno será devolvido para a Secretaria de Cultura. Ele faz parte de um conjunto de imóveis que foram desapropriados para dar lugar ao estacionamento do Cais das Artes, obra que está paralisada, sem perspectiva de quando será retomada.

Problemas

(MPES/Divulgação)

Os problemas da antiga sede da DAS foram identificados pelo Ministério Público do Estado (MPES), por intermédio da Promotoria de Controle Externo da Atividade Policial de Vitória, que chegou a abrir um procedimento administrativo para investigar a situação após a realização de cinco inspeções, sendo a última em maio deste de 2018.

Foi solicitado então à Defesa civil uma vistoria no local, que constatou que a delegacia não possuía estrutura física e nem condições mínimas para as atividades policiais. “Nem para a habitação humana, haja vista o iminente risco de desabamento”, assinalou a portaria de abertura do procedimento administrativo. O fato foi denunciado em matéria de A GAZETA em novembro do ano passado.

Capa de A Gazeta quando situação da estrutura de delegacia foi denunciada. (Arquivo | 13 de novembro de 2018)

O prédio, composto por três pavimentos, apresentava várias rachaduras no subsolo. Segundo o laudo da Defesa Civil, “todos os ambientes do subsolo apresentam recalque (afundamento), tanto do piso interno quanto da área externa”. O laudo alertava ainda para os riscos que existia dentro do prazo de 90 dias, dado para a desocupação do imóvel. Informavam que era preciso acompanhar a “evolução brusca das patologias enquanto a edificação estiver ocupada”.

Fotos feitas durante as inspeções da Promotoria de Controle Externo, realizadas em 2016, 2017 e 2018, mostravam que as escadas estavam se descolando da parede e que havia corredores onde o piso afundou, criando degraus onde antes era plano. No primeiro pavimento, além do afundamento do piso, paredes também apresentavam rachaduras e deslocamentos. Uma das vigas desceu a ponto de esmagar os fios que estavam instalados na altura da porta.

Segundo o laudo da Defesa Civil, os fundos do imóvel estão sendo afetados pelo mar, com a força das marés impactando o muro de delimitação do local. Os muros laterais também apresentavam problemas de verticalidade. Na época foi dado um prazo de 90 dias para a desocupação do imóvel. Trinta dias depois a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) decidiu transferir a DAS para outro imóvel.

Desde então o prédio na Enseada do Suá passou a ser abrigo de moradores de rua e de usuários de crack. parte de sua estrutura foi depredada e muito equipamentos, como janelas e portas, roubados.

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