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Barragens em São Roque têm vazamento de água desde a construção

Barragens em São Roque têm vazamento de água desde a construção

Barragens apresentam problema antigo

Publicado em 29 de janeiro de 2019 às 03:07

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Barragem de Alto Santa Júlia . (Tv Gazeta)

Duas das três barragens que correm risco de rompimento no Espírito Santo apresentaram problemas ainda durante a construção. A Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh) aponta que a empreiteira responsável pela obra das barragens de Santa Júlia e Alto Santa Júlia, ambas em São Roque do Canaã, detectou problemas.

“Houve vazamento e comprometimento da estrutura do maciço das barragens”, explicou o diretor do órgão, Fábio Ahnert.

Esses problemas comprometem tanto o armazenamento de água quanto estrutura do talude (inclinação no terreno que dá sustentação ao solo) da barragem.

Ainda de acordo com a Agerh, a empresa havia se comprometido a fazer as adequações mas, nas vistorias que a agência realizou recentemente, ainda está sendo detectado algum tipo de vazamento de água. “Toda vez que tem fuga de água não esperada isso já chama a atenção para um potencial de risco. Se está fugindo água pela estrutura principal, significa que ela precisa receber adequações. Senão, ao longo do tempo pode ter risco de romper”, disse Ahnert.

A represa de Santa Júlia, a maior de São Roque, tem capacidade de armazenar 130 milhões de litros de água. Ela e a estrutura e Alto Santa Júlia serão vistoriadas amanhã pela força-tarefa criada pelo governo do Estado. Em seguida, será feita uma nota técnica sobre as condições atuais da estrutura.

CARIACICA

A terceira barragem onde foram identificados comprometimentos estruturais é Duas Bocas e fica em Cariacica. Segundo a Agerh, neste caso, o problema está na idade da construção, que já tem quase 70 anos.

Apesar de não ter um espelho d’água tão amplo, ela acumula um volume muito grande. “Tem profundidade ali de cerca de 30 a 50 metros. Então é uma massa de água que faz uma pressão e uma força muito grande na forma de barramento”, esclarece Ahnert.

Por conta disso, a estrutura precisa ser acompanhada para ver se está em condições de suportar essa pressão.

Também será monitorado o nível da água: se tiver muito alto, a pressão sobre a estrutura é maior e ela pode precisar ser esvaziada.

Durante muitos anos, a barragem de Duas Bocas possibilitou o abastecimento de água à população residente em Vitória e, atualmente, ela tem o objetivo de acumular água para o abastecimento de parte do município de Cariacica.

ALERTA

Segundo a Agerh, nenhuma das 98 barragens monitoradas pelo órgão conta com sistema de alerta para avisar à população do entorno em caso de anormalidade, como um vazamento ou transbordamento.

O grupo de trabalho informou que também pretende estudar a instalação de sistema de monitoramento em tempo real nas barragens. O objetivo é fazer observação via satélite, como acontece atualmente com o nível dos rios. “Queremos instalar sensores nas barragens com perigo potencial que são responsabilidade do Estado e exigir a instalação nas que não são”, afirmou o diretor da Agerh.

Ele completou dizendo que as novas barragens que estão em construção, precisarão contar com esses dispositivos. Uma delas é a barragem do Rio Jucu, entre Viana e Domingo Martins.

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