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Brumadinho: mais mortos do que maiores chacinas

Brumadinho: mais mortos do que maiores chacinas

Se desaparecidos tiverem morte confirmada, serão 358 vítimas

Publicado em 31 de janeiro de 2019 às 02:29

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Cidades - Bombeiros resgatam corpo de vitima do rompimento da barragem da mina Corrego do Feijao , em Brumadinho ( MG ) , na Grande Belo Horizonte . Ate o inicio da tarde , as autoridades confirmavam 65 mortos e 288 desaparecidos . Foto : Alex de Jesus / O Tempo 29/01/2019 . (O Tempo)

O rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, na última sexta-feira, pode ter vitimado mais pessoas do que a soma de todas as chacinas registradas na história recente do país. Até ontem à noite, 99 corpos já haviam sido encontrados e 259 pessoas ainda estavam desaparecidas. Ou seja, o total de vítimas pode chegar a 358.

O número de mortos na tragédia do interior de Minas deve ser maior do que o do massacre de Carandiru, em São Paulo, que matou 111 pessoas em 1992. Maior que as chacinas da Candelária e de Vigário Geral, no Rio de Janeiro, de 1993, que tiraram a vida de 29 pessoas no total. Maior ainda que os 29 garimpeiros assassinados em uma reserva de Rondônia, em 2004.

 As mortes com o rompimento da barragem da Vale também devem superar a tragédia na boate Kiss em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, quando 242 pessoas morreram em um incêndio que abalou o país.

Também serão mais mortos do que a soma dos dois maiores desastres recentes da aviação comercial no Brasil: o voo 1907 da Gol que matou 154 pessoas depois de se chocar com outra aeronave na região da Serra do Cachimbo (MT), em 2006 e o 3054, da TAM que não conseguiu pousar em Congonhas, se chocou contra um prédio da empresa e matou 187 pessoas, no ano seguinte. As duas tragédias aéreas somaram 341 mortos.

SOBREVIVENTES

A Polícia Civil de Minas Gerais ouviu cinco sobreviventes da tragédia de Brumadinho na investigação sobre as causas do rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão. O nome deles e o teor dos depoimento não foram divulgados.

Segundo o delegado Arlen Bahia, é “prematuro” chegar a conclusões após os depoimentos. Outras pessoas ainda serão ouvidas.

“A princípio, nós vamos formalizar a prova subjetiva com esses cinco sobreviventes justamente para traçar até a dinâmica delitiva (...) Eles estavam na área crítica, onde efetivamente ocorreram os fatos”, disse o delegado Arlen Bahia, em entrevista coletiva.

Arlen também falou que, por causa da dificuldade do reconhecimento facial e das impressões digitais, exames odontológicos e de DNA começam a ser realizados para a identificação das vítimas.

“A maioria [dos corpos] está chegando já com avançado estado de decomposição e em várias partes. Então, a partir daí nós temos que montar um quebra-cabeça”, disse.

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A Polícia Civil de Minas pediu que famílias dos desaparecidos, ao serem contatadas pelo IML, compareçam para a coleta de material genético. Também foi pedido a elas que tragam radiografias, principalmente odontológicas, de vítimas para os peritos analisem. (O Tempo com agências)

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