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Greve da PM: 57 policiais tentaram suicídio; oito se mataram

Greve da PM: 57 policiais tentaram suicídio; oito se mataram

Atualmente, de acordo com informações da Sesp, 500 militares estão afastados de suas atividades por questões de saúde.

Publicado em 16 de janeiro de 2019 às 00:54

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Atualmente, 500 militares estão afastados de suas atividades por questões de saúde. (Marcelo Prest/ Arquivo A Gazeta)

Um dos argumentos do governo Casagrande para defender o perdão aos policiais grevistas foi o alto número de militares com problemas psicológicos. Segundo dados da secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp), 49 PMs tentaram tirar a própria vida, e oito morreram por suicídio desde a greve de fevereiro de 2017.

 

Atualmente, de acordo com informações da Sesp, 500 militares estão afastados de suas atividades por questões de saúde.

“Tivemos aquele episódio lamentável, para ser esquecido, de uma greve da PM que deixou muitos prejuízos para a sociedade, com mortes, ataques e crimes contra o patrimônio. Mas, além disso, deixou sequelas na organização da estrutura administrativa e operacional da PM e na saúde do policial”, enfatizou o secretário de Segurança, Roberto Sá, que assumiu o cargo neste ano.

O secretário ainda afirmou que há uma defasagem na quantidade de PMs que atuam no Estado – de 2014 para 2018, segundo Roberto Sá, o efetivo da PM caiu de 10 mil para cerca de oito mil militares.

 

Como um terço da tropa responde a processos administrativos, abertos por participação no movimento grevista, o secretário pontuou ainda que, se não tiver anistia, a redução no efetivo seria ainda maior. “Isso em termos da administração de uma polícia que precisa ser efetiva e precisa estar motivada, caçando criminosos para tirar do convívio da sociedade, seria um transtorno”, destacou.

Corregedoria

 

Ao longo da entrevista coletiva para explicar o projeto de lei da anistia ontem, no Palácio Anchieta, em Vitória, o governador Renato Casagrande chegou a dizer que, sem a anistia, a Corregedoria da Polícia Militar “não teria tempo para cuidar de mais nada” de tantos processos relacionados à paralisação que o órgão teria para analisar.

“(Sem anistiar) a gente vai continuar com uma dificuldade muito grande para fazer o processamento de todas essas informações porque o volume é muito maior que a nossa capacidade de operação. A Corregedoria foi reforçada nos últimos dois anos, mas, mesmo assim, cada inquérito gerava às vezes 300 outros processos”, complementou corregedor da Polícia Militar do Espírito Santo, coronel Haroldo Magalhães Picalo Júnior.

Segundo o corregedor, a maioria absoluta das transgressões que serão anistiadas é por desobediência. “São os casos em que o PM não respondeu às determinações dos seus superiores, da Polícia Militar, para o seu retorno ao policiamento. Isso é pelo menos 90% de tudo que está sendo apurado”, explicou.

PRECISA DE AJUDA?

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Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, 90% dos casos de suicídio podem ser prevenidos. Há grupos para apoiar e auxiliar pessoas com qualquer desconforto emocional. Procure ajuda profissional ou voluntária: disque 188

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