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Ifes e Ufes brigam por carta aberta sobre verba de R$ 77 milhões

Ifes e Ufes brigam por carta aberta sobre verba de R$ 77 milhões

Para o Ifes, o dinheiro deveria ter sido dividido entre o Instituto, o Hucam e a Ufes. Mas a universidade teria gasto tudo sozinha

Publicado em 11 de janeiro de 2019 às 20:15

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Fachada do Ifes Vitória. (Ricardo Medeiros | Arquivo)

O reitor do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), Jadir José Pela, publicou um desabafo em forma de carta aberta nesta sexta-feira (11). No documento, destinado ao reitor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Reinaldo Centoducate, ele se diz "surpreso e decepcionado" com a Ufes, que teria gasto sozinha R$ 77 milhões em emenda parlamentar. O dinheiro, ainda segundo Pela, deveria ter sido aplicado também no Ifes e no Hucam, já que a verba era destinada as "Instituições Federais de Ensino Superior no Estado do Espírito Santo". 

O Ifes alega que o dinheiro só veio para o Estado por conta de "esforço de articulação dos gestores do Ifes com a nossa Bancada Parlamentar." O reitor afirma que sabe que, por conta da regulamentação, os recursos foram programados apenas para a Ufes, mas que a Universidade sabia que eles deveriam ter sido destinado também às outras instituições. Ele conta ainda que foram feitas negociações para que a Ufes fizesse as compras e repassasse ao Ifes, mas que não teve sucesso e que desistiu de tentar acordos ao fim do ano passado. 

Ao final do documento, o reitor afirma que ficou surpreso nos primeiros dias de 2019 quando descobriu que a Ufes havia gastado todo o dinheiro sozinha. "Desejamos que esse lamentável episódio fique registrado em nossas memórias, para que jamais um evento como esse volte a ocorrer", finalizou a carta.

Ufes afirma desenvolver ações de acessibilidade. (Ricardo Medeiros)

A RESPOSTA

Horas depois, o reitor da Ufes também publicou uma carta aberta no site da instituição respondendo ao colega. Centoducate explica que a equipe jurídica que atende a universidade desaconselhou que ele fizesse as compras e repassasse ao Ifes pois a prática é ilegal e poderia acarretar consequências aos gestores responsáveis pelos convênios. 

Ele conta ainda que ambos foram ao MEC em 28 de novembro do anoa passado para pedir que o dinheiro também pudesse ser gasto pelo Ifes, mas que não obtiveram resposta e que, entre devolver o dinheiro ao Governo Federal ou utilizá-lo para a Ufes, preferiu gastá-lo.  

O reitor da Ufes afirma, inclusive, que Pela estava ciente de que, caso não conseguissem transferir parcialmente a verba, ele deveria ser toda executada pela Universidade. Dizendo que entende a "frustração" de Pela, ele afirma que o reitor do Ifes quis "apresentar para a comunidade que administram a versão que mais lhe convêm". 

O DINHEIRO

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Segundo a Ufes, a verba parlamentar foi gasta em equipamentos e infraestrutura da tecnologia da informação, equipamentos para áudio e vídeo, equipamentos para laboratórios de ensino, mobiliário, obras e instalações na Ufes e no Hucam e energia fotovoltaica (energia solar).

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