Como parte da implementação do novo ensino médio, este ano 18 escolas da rede estadual vão ser piloto. São seis instituições com aulas em meio período e 12 de ensino integral ou seja, unidades do Escola Viva. As mudanças acontecem após a aprovação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), no fim do ano passado, que estabeleceu, entre outras coisas, a flexibilização do currículo.
As instituições funcionarão como laboratório para experimentar e avaliar mudanças previstas para o Ensino Médio. Entre as unidades escolhidas, a Escola Viva de São Pedro, em Vitória.
Nas unidades de ensino em meio período, a principal mudança é na carga horária. Serão ofertadas mil horas/aula anuais, ao contrário das 932 horas que foram ofertadas até 2018. Outra alteração é a chegada da disciplina projeto de vida (em que os estudantes traçam um plano de sua vida escolar) na grade curricular dos alunos. As escolas selecionadas ficam em Vitória, Serra, Vila Velha e Cariacica.
Por sua vez, as unidades do Escola Viva da Grande Vitória e do interior já contam com essa carga horária e disciplina, mas foram incluídas no projeto por determinação do Ministério da Educação.
Alguns dos critérios de adesão definidos pelo ministério era que 30% das escolas cadastradas já fosse de ensino integral. Por isso, incluímos unidades do Escola Viva, explica a gerente de ensino médio da Secretaria do Estado da Educação (Sedu), Andrea Guzzo.
Para estas unidades onde a carga horária de mil horas anuais já funciona e a disciplina projeto de vida é aplicada. A principal diferença será a elaboração do plano de flexibilização curricular e como ele será aplicado: com a BNCC, a organização do currículo fica a critério de cada sistema de ensino. Apenas as disciplinas de Português e Matemática têm carga horária obrigatória nos três anos de ensino médio, as demais .
As escolas de ensino em meio período também desenvolverão esse plano.
O desenvolvimento das escolas que servirão como piloto e do plano de flexibilização curricular será acompanhado pelo Ministério da Educação e por um grupo da Sedu que será formado especialmente para acompanhar esse trabalho.
Nosso monitoramento vai ser, entro outros pontos, em como o plano está sendo desenvolvido e como os alunos estão recebendo as horas a mais e a nova disciplina, explica Andrea.
Para 2020, segundo a gerente de ensino médio da Sedu, a ideia é implantar em outras unidades o que foi colhido de resultado em 2019. No primeiro momento vamos testar, avaliar e ver os resultados. Em 2020, implantaremos as mudanças de forma gradativa, mas ainda não sabemos como, finaliza.
Onde novo currículo será implementado
Escolas estaduais de meio período
Vitória
- Irmã Maria Horta
Serra
- Francisco Nascimento
- Jacaraípe
Vila Velha
- Adolfina Zamprogno
Cariacica
- José Vitor Filho
- Rosa Maria Reis
Escola Viva
Serra
- Maria Penedo
- Novo Horizonte
- Joaquim Beato
Vila Velha
- Assisolina Assis Andrade
- Pastor Oliveira
- Maura Abaurre
Vitória
- Professor Fernando Duarte Rabelo
- São Pedro
Viana
- Ewerton Montenegro
Colatina
- Conde de Linhares
Fundão
- Nair Miranda
Muqui
Senador Dirceu Cardoso
Currículo
O que muda
- Obrigatoriedade
Matemática e Português terão carga horária obrigatória nos três anos do ensino médio. As outras disciplinas poderão ser distribuídas ao longo do período (em um ano, dois ou mesmo em três). Os currículos estaduais devem ser adaptados e implementados até o início das aulas de 2022.
- Flexibilidade
No ensino médio, o estudante deve ter 3 mil horas divididas em duas partes: 1.800 horas (60%) da carga horária devem ser para conteúdos comuns definidos pela BNCC, e nas 1.200 horas restantes (40%), as escolas poderão escolher como serão ocupadas. A reforma estabeleceu um currículo baseado em cinco itinerários formativos, que os alunos vão fazer conforme seus interesses: Linguagens; Matemática; Ciências da Natureza; Ciências Humanas; Formação Técnica e profissional. Cada escola deve oferecer, no mínimo, dois itinerários. A organização curricular fica a critério de cada sistema de ensino. Desta forma, um colégio pode escolher dar um ano só com conteúdos da BNCC e os outros dois anos dividindo com o itinerário, enquanto outra instituição poderá trabalhar esta divisão desde o início do segmento.
Enem
- Alteração
A atual gestão do Inep, autarquia que organiza a prova, já havia dito que esperava a aprovação da BNCC para deixar um projeto de um novo Enem para o próximo governo. Dirigentes do Inep e especialistas indicam que o exame deve mudar com o aprovação do documento, já que a prova tem que estar de acordo com a formação dos alunos. O Enem poderá ter uma primeira etapa baseada na BNCC (conhecimentos gerais) e uma segunda, no itinerário (específica).
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