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Operação da Vale no Espírito Santo não será afetada, anuncia diretor

Operação da Vale no Espírito Santo não será afetada, anuncia diretor

A princípio, produção e escoamento seguem normais, diz executivo

Publicado em 31 de janeiro de 2019 às 03:04

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Planta industrial da Vale no Complexo de Tubarão emprega quase 11 mil pessoas. (Carlos Alberto Silva)

A produção de pelotas e o escoamento de minério de ferro no Complexo de Tubarão, no Espírito Santo, não serão afetados pelo corte na produção anunciado pela Vale para algumas de suas plantas industriais. A informação é do diretor de Relações Institucionais Sudeste da Vale, Sérgio Leite, que também afirmou que os principais efeitos estarão concentrados nos Estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Na última terça-feira, 29, a mineradora anunciou a desmontagem de dez barragens de rejeitos, além da paralisação temporária de algumas unidades da empresa e redução de produção de até 40 milhões toneladas de minério de ferro por ano.

“Ainda é tudo muito recente, mas, em princípio, a movimentação para o Espírito Santo não vai sofrer alterações. O impacto vai ser mais concentrado em Minas Gerais, na produção, e no Rio de Janeiro, no escoamento”, afirmou o diretor, por telefone, enquanto visitava áreas no interior de Brumadinho (MG).

Fontes do mercado também avaliam que o Estado não deve ser diretamente prejudicado com o corte na produção de minério e pelotas.

“A redução da produção da Vale deverá ser menor que 10% da capacidade da empresa. Em termos de minério, isso não conta muito, porque aqui no Estado é só o escoamento. O que mais importa para o Espírito Santo é a questão da pelotização. Se não reduzir aqui, o impacto vai mesmo ser muito pequeno para o Estado”, analisou uma fonte, que pediu para não ser identificado. Somente no ES, a Vale produz 30,8 milhões de toneladas de pelotas de minério.

O fato de o Estado não ser afetado traz confiança para empresários locais, já que a mineradora, sozinha, representa 13% do Produto Interno Bruto (PIB) do Espírito Santo, além de empregar quase 11 mil pessoas, entre funcionários próprios e terceirizados.

Sérgio Leite também descartou a possibilidade de demissões na empresa. “Não estamos pensando em demissões. Vamos ver como a empresa se comporta, mas isso é algo que não passa pela nossa cabeça. O nosso foco é ajudar as vítimas”, reiterou.

A questão das demissões é uma das preocupações do presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Espírito Santo (Sindimetal), Max Célio de Carvalho. Ele informou que o sindicato ainda está tomando conhecimento dos impactos que a redução da produção pode causar.

“A gente ainda não tem muita noção de qual logística pode ser mais afetada, se aqui no Estado, no Rio, no Maranhão... São muitas condicionantes técnicas e políticas da empresa que a gente não tem acesso, o que deixa a gente apreensivo, mas especular neste momento não é bom”, comentou.

Além do Sindimetal, quem também acompanha de perto a situação da Vale é a ArcelorMittal, que compra as pelotas de minério para, depois, transformar em aço. A empresa poderia ser prejudicada se a produção na Vale no Estado fosse reduzida.

Por meio de nota, a ArcelorMittal informou que opera normalmente e de forma estável e acredita que a Vale conseguirá priorizar o mercado interno e seus clientes brasileiros.

PARALISAÇÕES

Além de eliminar barragens, a Vale anunciou que as unidades de Abóboras, Vargem Grande, Capitão do Mato e Tamanduá, no complexo Vargem Grande, e as operações de Jangada, Fábrica, Segredo, João Pereira e Alto Bandeira, no complexo Paraopeba, serão paralisadas. A planta de pelotização de Fábrica e Vargem Grande também será afetada. Nenhuma dessas operações têm relações com o Espírito Santo, segundo fontes internas da Vale.

O impacto estimado com as paralisações sobre a produção é da ordem de 40 milhões de toneladas de minério de ferro ao ano, incluindo neste número o “pellet feed” necessário para a produção de 11 milhões de toneladas de pelotas.

Como a paralisação também vai afetar o escoamento da produção para o Rio, havia a expectativa de que a atividade no Porto de Tubarão fosse aumentada. A expectativa inicial foi negada por Sérgio Leite. “Existe um plano de adequação do fluxo. Em princípio, não vai haver mais carga para o Porto de Tubarão, mas isso ainda vai ser detalhado em números”, concluiu o diretor da Vale.

NÚMEROS

13% do pib do ES

As operações da Vale representam cerca de 13% do Produto Interno Bruto (PIB) capixaba.

R$ 60,9 milhões

É quanto a Vale pagou ao Estado e municípios do ES em tributos em 2018.

10.949 pessoas

É o total de empregados da Vale no Estado, entre próprios e terceirizados.

R$ 9 bilhões

Foi o lucro operacional da Vale nos três primeiros trimestres de 2018 no Espírito Santo.

366,5 milhões

É o total, em toneladas, de minério de ferro produzido no Brasil pela Vale no ano.

30,8 milhões

É o número de toneladas de pelotas de minério que são produzidas anualmente por 8 pelotizadoras do Sistema Sudeste que ficam no Espírito Santo.

354 empresas

Foi o número de empresas capixabas com quem a Vale fez negócios no terceiro trimestre de 2018.

R$ 1,5 bilhão

Foi o valor gasto pela mineradora em compras com empresas capixabas nos três primeiros trimestres de 2018.

11 milhões

É o total de toneladas de pelotas de minério que deixarão de ser produzidas em Minas Gerais.

40 milhões

É o montante de minério de ferro, em toneladas, que devem deixar de ser produzidos.

A VALE NO COMPLEXO DE TUBARÃO

Ferrovia

Por meio da ferrovia Vitória-Minas, a Vale recebe o minério que é extraído em Minas Gerais.

Pelotização

Em Tubarão, a empresa possui oito usinas de pelotização para a produção do material.

Escoamento

Pelo Porto de Tubarão a Vale escoa sua produção. São quatro terminais marítimos. Eles são usados para movimentar minério de ferro e pelotas; carvão, grãos e fertilizantes e líquidos a granel.

Administração

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Em Tubarão, a Vale tem um prédio administrativo, oito refeitórios e agências bancárias.

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