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Assassino de jovens em terminal de Vila Velha está em regime aberto

Assassino de jovens em terminal de Vila Velha está em regime aberto

Saulo Ferreira Tavares e Jhony Lima Fernandes foram esfaqueados dentro do coletivo que faz a linha 508 (Terminal de Laranjeiras x Itaparica) em 2015

Publicado em 11 de fevereiro de 2019 às 19:01

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(Bernardo Coutinho | Arquivo | GZ)

Há quatro anos, dois jovens foram mortos a facadas dentro do Terminal de Vila Velha. Saulo Ferreira Tavares e Jhony Lima Fernandes foram assassinados dentro de um ônibus do Transcol que fazia a linha 508 (Terminal de Laranjeiras x Itaparica) de forma inesperada. O assassino, José Carlos Rodrigues, entrou no coletivo com a faca escondida dentro da camisa e, minutos depois, atacou os rapazes. 

Diagnosticado com transtorno psicótico agudo e internado em 2015 no Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico, José Carlos Rodrigues chegou a ser absolvido sumariamente pela Justiça em 2017. 

VÍDEO MOSTRA ATAQUE

A DECISÃO DA JUSTIÇA

Em 2017, a decisão da juíza Ana Mélia Bezerra Rêgo isentou José Carlos Rodrigues de pena em virtude de doença mental, comprovada por laudo pericial.  

"O laudo psiquiátrico – forense concluiu que o acusado é portador de doença mental específica, catalogada como transtorno psicótico agudo polimorfo, com sintomas esquizofrênicos e que, em virtude de tal doença mental, era inteiramente incapaz de entender o caráter criminoso dos fatos que praticou. Diante da inimputabilidade do acusado pela doença mental que o acometia na ocasião dos fatos delituosos, cabe a absolvição sumária do mesmo na forma do artigo 415, inciso IV, do Código de Processo Penal. Levando-se em consideração ainda a recomendação contida na prova pericial, fixo o prazo mínimo da presente medida como sendo de 03 (três) anos, determinando a sua permanência no Hospital de Custódia", diz a decisão.

REGIME ABERTO

A internação em hospital psiquiátrico durou até setembro de 2018, quando ele passou para o regime aberto. "A Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) informa que desde 24 de setembro de 2018, por decisão da Justiça, José Carlos Rodrigues cumpre pena em regime aberto". 

A Justiça beneficia com regime aberto todo réu condenado a até quatro anos de prisão.

O CRIME

Saulo Ferreira Tavares e Jhony Lima Fernandes. (Arquivo Pessoal)

Gritos, choros, pânico. Essa foi a reação dos passageiros do ônibus da linha 508 quando José Carlos Rodrigues esfaqueou e matou Saulo Ferreira Tavares e Jhony Lima Fernandes no Terminal de Vila Velha. Testemunhas contaram que os passageiros chegaram a pular das janelas do veículo e, no momento em que o motorista abriu as portas, eles saíram correndo e pulando.

A comerciante Milena Ribeiro, 30, que tem uma lanchonete no terminal, contou que o ônibus estava em baixa velocidade, chegando na plataforma de embarque e desembarque de passageiros, quando ela ouviu os gritos.

“Os passageiros gritavam ‘socorro’, ‘pega ele’, ‘tá matando todo mundo’. Alguns pularam das janelas, com o ônibus em movimento, e saíram correndo. Quando o motorista parou e abriu as portas, vi gente sair chorando, passando mal e duas meninas com a roupa cheia de sangue, porque deviam estar perto dos que foram esfaqueados”, lembrou.

Enquanto os passageiros que passaram mal foram socorridos por uma ambulância do Samu, que chegou no terminal momentos depois, os demais se dispersaram pelo local. Tanto eles, quanto os outros passageiros que chegaram em seguida, ficaram chocados.

Saulo Ferreira Tavares, 24 anos, era estudante universitário e estava a caminho do psicólogo. Jhony Lima Fernandes, 20 anos, trabalhava como vendedor no Shopping Vila Velha. Os dois não se conheciam e, por coincidência, sentaram juntos na poltrona do coletivo.

De acordo com testemunhas, José Carlos aguardou o ônibus da linha 508 ( Terminal de Laranjeiras x Itaparica) dentro do Terminal de Vila Velha. Quando o coletivo parou na plataforma, ele entrou no ônibus com a faca escondida dentro da camisa e logo atacou Saulo e Jhony. Saulo morreu na hora, e Jhony ainda foi levado com vida para o Hospital Antônio Bezerra de Farias, mas não resistiu.

Segundo informações obtidas na DHPP, José Carlos comprou a arma do crime um dia antes do crime. A nota fiscal da faca foi encontrada dentro do bolso da calça usada pelo suspeito. A polícia já analisa as imagens de videomonitoramento do ônibus e do terminal.

A tia de Jhony, Lucimar Rodrigues Alves, contou que o sobrinho, que morava com ela havia quase dois anos, era muito caseiro e educado. Lucimar informou que Jhony era homossexual e tinha um namorado. Para ela, a opção sexual do sobrinho pode ter motivado o crime. “O Jhony era muito na dele. Gostava de ficar em casa, era muito caseiro, não ficava na rua, não bebia, nem usava drogas”, declarou.

Logo após cometer o crime, José Carlos foi espancado pelos passageiros que estavam no terminal em Vila Velha. Ele foi encaminhado inconsciente para o Hospital São Lucas, em Vitória.

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