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Dengue bate recorde dos últimos três anos

Dengue bate recorde dos últimos três anos

Estado é o sexto no país que registrou maior aumento de casos

Publicado em 27 de fevereiro de 2019 às 01:29

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O Espírito Santo registrou 4.591 casos de dengue em janeiro deste ano. Este número é o maior em três anos. Em 2018, foram 972 ocorrências da doença. O salto na quantidade de casos de um ano a outro fez com o que o Estado ficasse em sexto lugar no ranking de crescimento da doença no país. O aumento foi de 372%.

Em 2017 o número de casos de dengue foi de 1.763. Os dados são da Secretária de Estado da Saúde (Sesa).

Um levantamento divulgado pelo Ministério da Saúde traz números diferentes: ele aponta que entre os dias 30 de dezembro de 2018 a 2 de fevereiro de 2019 o Estado notificou 2.460 casos da doença. No mesmo intervalo no ano passado, foram 459. Assim, para o ministério, o aumento foi de 435,5%.

Os dados são consolidados a partir de informações repassadas pelas prefeituras, que devem mandar os dados para o ministério até o dia anterior à divulgação do balanço. Mas, nem todas fazem o envio dentro do prazo, por isso, há divergência no total. Já a Sesa atualiza o número semanalmente, por isso, o número de casos divulgados pelo governo do Estado acaba sendo maior.

A diferença entre os dados não altera a posição do Espírito Santo no ranking nacional, já que a sétima posição é do Mato Grosso do Sul, que teve um salto de 315%, e a quinta é de Minas Gerais, com 445,2%. Ou seja, tanto a porcentagem baseada nos dados da Sesa, quanto a do Ministério da Saúde, colocam o Estado entre os dois.

Além de Minas Gerias, frente do Estado estão Tocantins (1.369%), São Paulo (1.072,7%), Paraná (648,6%) e Santa Catarina (644,4%).

Os casos de zika e chikungunya também cresceram. Em 2019, foram 59 notificações de chikungunya. Em 2018, 43. Sobre a zika: 13 em 2018 e 22 em 2019.

ALERTA

A explosão no número de casos de dengue colocou o Espírito Santo em estado de alerta. Não é possível, contudo, segundo Ministério da Saúde, dizer que estamos passando por um surto ou epidemia.

“Quando a gente acompanha a série histórica, não posso dizer que há surto ou epidemia”, afirmou o coordenador do Departamento de Dengue do Ministério da Saúde, Rodrigo Said, em coletiva à imprensa ontem.

Com esse aumento de casos, o Ministério da Saúde iniciou contato com todas as secretarias estaduais de Saúde. No Espírito Santo, as ações devem acontecer depois do carnaval.

O auxiliar de secretaria Marcelo Santos, 33 anos, está há uma semana com dengue. Morador de Balneário de Carapebus, Serra, ele conta que praticamente toda família contraiu a doença. “Na minha casa, três moradores estão com dengue: eu, minha mãe e meu padrasto. Muitos vizinhos estão com dengue. Aqui no Balneário e nos bairros do entorno estão com muitos casos de dengue”, contou.

BAIRROS

Na Serra os bairros com maior incidência do mosquito da dengue é Jardim Bela Vista, São Domingos e São Diogo. Em Vitória os bairros com mais casos de dengue são Jardim Camburi, Grande Vitória e Santo Antônio. Rio Marinho, Bandeirantes e Nova Rosa da Penha são os bairros com maior infestação de mosquito em Cariacica. Já em Vila Velha os maiores registros de casos de dengue foram nos bairros Barramares, Rio Marinho e João Goulart.

MINISTÉRIO ALERTA PARA VÍRUS TIPO 2 A DOENÇA

Larva do mosquito aedes aegypti analisada no Centro de Vigilância Ambiental da Prefeitura de Vitória . (Vitor Jubini)

O Ministério da Saúde alertou para a volta da dengue tipo 2, que pode apresentar manifestações mais graves.

“São quatro tipos de dengue. Os quatro ficam em circulação no Brasil. Em determinados momentos, há uma alteração. Em todos os quatro, os pacientes apresentam febre, dor de cabeça, dor no corpo, náusea e vômito. O que chama a atenção no vírus 2 é que o paciente pode apresentar manifestações mais graves comparadas com os demais", disse o coordenador do Departamento de Dengue do Ministério da Saúde, Rodrigo Said.

Questionado sobre quais seriam essas complicações, Said explicou: “Normalmente, todo paciente apresenta até o terceiro ou quarto dia de quadro inespecífico febre, dor de cabeça, dor pelo corpo e náusea. A partir daí, a febre cai e a pessoa pode apresentar dor abdominal muito intensa, sensação de tontura e sonolência, que podem identificar uma forma grave da doença”. Com esses sintomas, o coordenador indica voltar à unidade de saúde.

Perguntado sobre a incidência desse vírus no Espírito Santo, o Said respondeu que o vírus tipo 2 não circulava predominantemente desde 2008 no país.

Assim, muitas pessoas, principalmente menores de 15 anos, não tiveram contato com o vírus. Além disso, o período do ano favorece todas as condições para a proliferação do mosquito, com chuvas e forte calor.

 

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