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Líder de facção presta depoimento em investigação sobre ataques no ES

Líder de facção presta depoimento em investigação sobre ataques no ES

Traficante Beto, líder do Primeiro Comando de Vitória, conforme informações de processos que tramitam na Justiça estadual, foi levado para a Delegacia Patrimonial, onde forte esquema de segurança foi montado

Publicado em 22 de fevereiro de 2019 às 18:29

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Beto, líder do PCV, na saída de delegacia após depoimento sobre ataque no ES. (Vitor Jubini | GZ)

O traficante Carlos Alberto Furtado, o Beto, líder do Primeiro Comando de Vitória (PCV) — conforme informações de processos que tramitam na Justiça estadual — foi ouvido na tarde desta sexta-feira (22) pelo delegado Fabiano Rosa. Ele investiga os ataques promovidos na Grande Vitória para reivindicar melhorias no sistema prisional. O primeiro foi no último domingo, em uma empresa que fornece marmitas para os presídios. Em uma segunda ação, eles colocaram fogo em um carro em Vitória, na última quarta (20). No mesmo dia, um ônibus do Transcol foi incendiado.

O depoimento foi prestado na Divisão Especializada de Repressão aos Crimes Contra o Patrimônio, que ficou fechada, com os portões trancados, durante todo o tempo em que o traficante permaneceu no local. Ele chegou por volta das 12h30 e lá permaneceu até as 14h40. Beto usava o uniforme azul dos presídios capixabas.

VÍDEO MOSTRA SAÍDA DE TRAFICANTE

 

 

SEGURANÇA

Um forte esquema de segurança foi montado. Duas viaturas da Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) permaneceram no local durante todo o tempo. Quatro agentes da Diretoria de Operações Táticas (DOT), da Sejus — responsável pela administração dos presídios, fortemente armados, permaneceram do lado de fora da delegacia. Beto usava o uniforme azul dos presídios capixabas.

A delegacia está localizada em um dos acesso ao Bairro da Penha, que faz parte do Complexo da Penha, sede do PCV.

(Vitor Jubini | GZ)

Sem dar muitos detalhes, o delegado informou que "ouviu o depoimento de um presidiário de Viana e que este depoimento faz parte das investigações para saber se as ordens para a realização dos ataques partiram de dentro da Penitenciária de Segurança Máxima II, em Viana". Pouco depois um policial confirmou para a reportagem que o preso que estava sendo ouvido era o traficante Beto, considerado a principal liderança do PCV, que atua em parceira no Estado com a organização criminosa paulista PCC (Primeiro Comando da Capital).

RISCO DE DESLOCAMENTO ERA PEQUENO, DIZ DELEGADO

O traficante Beto foi ouvido pelos delegados Fabiano Rosa e pelo delegado Henrique Vidigal. "Dois advogados o acompanharam na oitiva. Ele já tinha almoçado na unidade prisional e só tomou tomou água", informou Rosa.

(Vitor Jubini)

Na avaliação dele o risco de deslocar o traficante do presídio para Vitória foi pequeno. "O risco de resgate era muito pequeno. Ninguém do presídio sabia. Souberam que ele havia saído quando o Beto já estava voltando. A escolta foi feita pelos agentes da Sejus. Eles são muito bem treinados e efetuaram um bom trabalho", relatou.

Sobre o depoimento o delegado não quis adiantar muitos detalhes: "Os casos que estamos investigando são graves. O depoimento foi bastante satisfatório. Agora é hora de trabalhar, em silêncio, para obtermos os resultados. Em breve, vamos dar uma resposta boa a população", assinalou.

SUSPEITOS

Criminosos deixaram bilhete após incendiar ônibus na Serra. (Gazeta Online)

A Polícia Civil já identificou sete suspeitos de terem participado dos ataques promovidos na Grande Vitória. Segundo informações do titular da Divisão Especializada de Repressão aos Crimes Contra o Patrimônio, delegado Fabiano Rosa, os casos têm ligação, mas ainda não se sabe se as ordens vêm de dentro dos presídios. "Já identificamos quem está coordenando os trabalhos aqui fora, na região do Complexo da Penha. Vamos ouvir outras pessoas, para verificar se essa ordem está partindo de dentro de algum presídio ou não. A investigação está avançada e essa resposta a gente vai dar nos próximos dias", disse o delegado.

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Os dois suspeitos presos durante ação de busca teriam envolvimento direto com as situações, sendo que um deles, preso na terça-feira (19) durante troca de tiros com a polícia, em Itararé, Vitória, é dono do Siena que foi utilizado no ataque à empresa de marmitas, domingo (17), e também participou da ação.

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