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Vila Velha: 200 pedidos de novos quebra-molas

Vila Velha: 200 pedidos de novos quebra-molas

Moradores querem instalação para forçar redução de velocidade

Publicado em 3 de fevereiro de 2019 às 23:18

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Serra e Vila Velha são os municípios que lideram o ranking de mortes em acidentes no Espírito Santo, de janeiro a novembro de 2018, segundo levantamento do Observatório de Segurança Pública do Espírito Santo. O primeiro teve 49 ocorrências, e Vila Velha teve 43.

Por medo de serem novas vítimas da imprudência de motoristas no trânsito de Vila Velha, moradores pedem cada vez mais a instalação de quebra-molas para forçar os condutores a reduzirem a velocidade.

A prefeitura do município diz que tem 200 pedidos para analisar se instala ou não quebra-molas. A região 5 da cidade, que abrange a Grande Terra Vermelha, é uma das que mais fazem essas solicitações à prefeitura.

“Vila Velha é o município que mais pede quebra-molas, que, para nós, é uma derrota em termos de engenharia de trânsito. Primeiro, porque isso mostra que os motoristas não estão respeitando as regras. Segundo, porque é um obstáculo que prejudica o fluxo de trânsito”, comenta o secretário de Defesa Social e Trânsito de Vila Velha, coronel Oberacy Emmerich Júnior.

Apesar dos pedidos, o responsável por conduzir a pasta de trânsito no município diz que vai evitar a instalação de novos quebra-molas na cidade. Vai privilegiar alternativas que garantem a segurança de pedestres, sem travar muito o fluxo de veículos, como as faixas elevadas ou a instalação de rotatórias.

“Esse tipo de faixa reduz o trânsito e cria também uma acessibilidade para cadeirantes, já que se pinta por cima uma faixa de pedestres. Colocamos esses instrumento na frente de escolas”, explica o secretário, que diz ainda que o município investe na presença de guardas municipais nas ruas e na fiscalização por câmeras para inibir a ação de motoristas imprudentes. Essas câmeras, no entanto, não fiscalizam excesso de velocidade.

MORTES

Vila Velha e Serra são cortadas por rodovias estaduais e uma federal, a BR 101. E isso, segundo membros da engenharia de tráfego dos municípios, seria uma justificativa para que as duas tivessem mais mortes do que outras cidades do Estado. Além, claro, de serem muito populosas.

Os dados do Observatório de Segurança confirmam que 73% das 652 mortes referentes de janeiro a novembro de 2018 aconteceram em rodovias estaduais.

“São locais com maior circulação de veículos e com velocidade mais alta do que nas ruas dentro dos bairros. Isso são fatores, além da imprudência dos condutores, que elevam a chance de acidentes e mortes na Serra”, argumenta o agente de trânsito da Serra, João Filho.

O agente afirma que a prefeitura investe em projetos para reforçar com a população sobre a importância de se respeitar as regras de trânsito, incluindo a conscientização de crianças nas escolas.

“A mentalidade do motorista precisa mudar. Precisamos colocar na cabeça de todo mundo que não dá para colocar em risco a vida das pessoas com atitudes irresponsáveis”, conclui João.

APOSENTADO ANDA COM DIFICULDADE

Mauro Borjaille, 54 anos, foi atropelado por uma caminhonete enquanto andava de bicicleta. (Fernando Madeira)

Indignação é a palavra que pode resumir o sentimento do aposentado Mauro Borjaille, de 54 anos. Ele foi vítima no segundo município mais violento no trânsito do Estado, Vila Velha, e acabou ferido. No início de dezembro, o aposentado foi atropelado por uma caminhonete enquanto andava de bicicleta com um grupo de ciclistas, na Avenida Carlos Lindenberg. Mauro quebrou costelas e teve machucados em várias partes do corpo. Ele foi levado para o hospital inconsciente. O aposentado, que tinha uma vida ativa, de prática de exercícios, agora tem dificuldades para andar. “Sinto muita dor, tanto que consigo dormir muito pouco, de duas a quatro horas por noite. E o motorista no dia fugiu, sequer prestou socorro”, desabafa o aposentado, que pretende processar o motorista, que já foi identificado pela polícia.

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