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A receita das melhores escolas do Espírito Santo

A receita das melhores escolas do Espírito Santo

Instituições do interior mostram como garantir o bom aprendizado

Publicado em 17 de março de 2019 às 00:04

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Alunos do ensino fundamental da escola Roberto Christo. (Marcelo Prest)

São em prédios simples localizados no interior que estudam os alunos com o melhor desempenho no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) do Estado, indicador que une notas de provões e taxa de aprovação escolar.

São escolas de ensino médio e fundamental da zona rural de Domingos Martins e Afonso Cláudio, na Região Serrana, que, em sua metodologia de ensino, destacam o estímulo à criatividade e o desenvolvimento da autoestima da comunidade escolar na busca do melhor aprendizado.

A instituição com melhor Ideb no ensino médio do Estado, entre as públicas, é a Escola Estadual Gisela Salloker Fayet, situada no distrito de Paraju, em Domingos Martins. A unidade obteve nota 5,9 sendo que a meta apontada pelo Ministério da Educação era de 5,1. No local, estudam cerca de 400 alunos, divididos em três turnos. A maioria filhos de produtores rurais.

Já a melhor escola pública de ensino fundamental é a José Roberto Christo, localizada em Piracema, interior de Afonso Cláudio, com nota 8,4 no anos iniciais – do 1º ao 5º ano – e 6,6 dos anos finais – do 6º ao 9º ano (veja mais na página 9).

A GAZETA visitou as instituições e acompanhou uma manhã de atividades práticas que envolvem um planejamento pedagógico de forma constante. Na Escola Gisela Salloker Fayet, a metodologia tem foco no alcance de metas individuais em simulados, monitoria com alunos dos anos finais, atividades de pesquisa, clube de ciência, estímulo ao potencial criativo e a formação com professores.

Parte da turma da Escola Gisela Salloker Fayet, a melhor no ensino médio. ( Marcelo Prest )

No dia a dia dos alunos, estão ainda aulas de campo e atividades que estimulam a resolução de problemas da região em que estão inseridos. Desde o 6º ano do ensino fundamental todos participam da Feira de Ciências, que envolve um amplo trabalho de pesquisa de forma multidisciplinar.

“Temos um programa de educação científica da escola que envolve várias atividades. Todas as olimpíadas estão dentro desse programa. Tem a Feira de Ciências que é o marco pedagógico da escola no mês de julho, quando é feita a entrega de vários trabalhos dos alunos”, explica a diretora, Josilene Erlacher Werneck Machado.

Em 2016, um trabalho dos alunos para essa feira da instituição foi premiado em um evento internacional, realizado na Índia. O projeto consistia na transformação da fumaça das carvoarias de Domingos Martins, depois de tratadas, em condimentos para carnes – o aroma era captado em tubos e transformado em um composto líquido (veja mais na página 10). Uma ação de impacto regional com foco na preservação do meio ambiente.

“Esse impacto no meio rural vem dando muito orgulho para os pais dos alunos, por verem que os filhos estão pensando sobre o lugar onde vivem. Para a roça, para a plantação de café, tem muito trabalho que os alunos fazem para a feira que desenvolvem meios de diminuir a aplicação de fertilizantes, produtos que maltratam o meio ambiente”, conta o estudante do 3º ano do ensino médio João Paulo Dalgobbo Entringer, 17 anos.

PERSPECTIVA

No último ano, cerca de 90% dos alunos do ensino médio da escola Gisela foram aprovados em universidades federais ou ganharam bolsas parciais e integrais de graduação em faculdades privadas. Situação diferente de anos atrás, em que a maioria dos estudantes tinha como meta apenas concluir o ensino médio.

“Estou na escola há seis anos e eu tenho sentido ano após ano essa mudança. Quando entrei sentia falta de perspectiva do aluno. Hoje vejo um desejo de continuar os estudos. A busca por novos caminhos tem sido mais frequente”, relata a pedagoga Stela Regina Braga.

DESAFIOS

Apesar dos bons resultados, a escola possui desafios a serem enfrentados. Entre os problemas estão casos de alcoolismo, uso de drogas e também gravidez na adolescência. Situações que não estão presentes apenas nas grandes cidades.

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“Às vezes, em função dos resultados, cria-se uma imagem de que nossa escola está localizada em um lugar perfeito, por ser do interior. Só que temos inúmeros problemas, mas acredito que são superáveis. A escola deixa muito claro para o aluno o que ela quer e o que espera deles”, ressalta o professor de Geografia José Claudio Pereira.

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