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Após massacre, governo capixaba vai reforçar segurança nas escolas

Após massacre, governo capixaba vai reforçar segurança nas escolas

Governo promete aumento de controle no acesso às instituições

Publicado em 15 de março de 2019 às 01:55

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Homenagem às vítimas do ataque em frente ao portão da Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, na Grande São Paulo. (Bruna Nascimento)

Após o massacre na Escola Professor Raul Brasil, em Suzano, São Paulo, o governo capixaba decidiu reforçar a segurança nas unidades de ensino da rede estadual. Maior controle no acesso, ampliação da presença da Patrulha Escolar e instalação de novas câmeras de monitoramento são algumas das medidas que já estão sendo implementadas.

A Secretaria de Estado da Educação (Sedu) ontem, um dia após a tragédia na cidade paulista, quando dois ex-alunos invadiram a escola e mataram alunos e funcionárias, encaminhou uma circular à direção das escolas para que orientem as equipes de vigilância sobre o reforço nos procedimentos de acesso às unidades.

“São normas que já estão em nossos manuais, mas pedimos atenção redobrada. No calor da hora desse acontecimento pode haver trote ou não, e por isso toda atenção é pouca”, ressalta o secretário das pasta, Vitor de Angelo. Uma das medidas é pedir identificação de pessoas que sejam estranhas à escola e ter sempre algum supervisor na saída dos alunos.

Outra iniciativa é redimensionar a atuação da Patrulha Escolar. Atualmente, há 40 militares à disposição da Sedu e muito do trabalho é voltado a palestras e oficinas. Neste curto prazo, segundo Vitor de Angelo, os policiais terão as escalas reorganizadas e vão focar sua atividade na visitação às mais de 160 escolas da Grande Vitória, marcando presença. Com essa mudança, mais unidades serão contempladas diariamente com o policiamento.

CÂMERAS

Também está em discussão o envio de recursos para os diretores adquirirem câmeras, por meio do Programa Estadual Dinheiro Direto na Escola. Valores e número de unidades que vão receber a verba ainda serão definidos.

Todas as medidas visam dar mais tranquilidade a quem trabalha e estuda nas escolas, e também a suas famílias. “Depois de uma tragédia como essa, entendemos que os pais fiquem com medo e queiram respostas. Mas nossas escolas são seguras; foi um ato isolado do padrão. De todo modo, assim como voar de avião é seguro e quando ocorre um acidente aéreo são revisados os procedimentos, estamos revendo o que pode ser feito por aqui”, aponta.

Mesmo com as providências tomadas, Vitor de Angelo considera que um ataque como o ocorrido em Suzano está além da questão de segurança. “Lá, eram ex-alunos. Sempre abririam a porta para eles. Isso pode acontecer em qualquer lugar. Não é um problema de escola. Ou é de segurança pública, que tem a ver com o acesso a armas, ou de saúde, por conta de patologias ou problemas de natureza psicológica.”

Assim, o secretário sustenta que a escola pode dar uma colaboração importante ao observar o comportamento de alunos, às vezes mais instrospectivos, ajudando na integração e valorização dessa criança ou jovem. “A escola não pode fazer política de segurança pública. Colocar detector de metal, aumentar muro, gradear. A escola precisa ser aberta à comunidade.”

Questionado sobre a incidência de bullying no ambiente escolar, que poderia favorecer reações violentas, e é uma hipótese no caso de Suzano, e as medidas da Sedu para combater o problema, Vitor de Angelo foi claro: “Estruturado como secretaria, nada. Há iniciativas adotadas por diretores, mas se muda a direção, o projeto pode se perder.”

O secretário diz que o tema já é objeto de sua atenção, e que o momento atual, de construção de novos currículos, favorece o trabalho. “Porque a questão não precisa vir como um programa antibullying, mas estar diluída no currículo com temas que tratem de respeito, tolerância, diversidade, convivência, construção de projetos de vida”, acrescenta.

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A motivação para o massacre em Suzano ainda está sendo apurada, mas o saldo da violência foi de 10 mortes: cinco estudantes, duas funcionárias, os dois assassinos e o tio de um deles. Desde quarta-feira, muro da escola está recebendo homenagens para os mortos, como flores e mensagens.

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