As novas bicicletas compartilhadas sem estação têm caído no gosto dos moradores da Capital e já se tornou comum se deparar com uma delas por aí. No entanto, alguns usuários têm deixado os equipamentos em locais irregulares e acabam obstruindo a passagem de quem caminha.
Operado pela empresa Yellow, o sistema começou a funcionar em fevereiro na cidade e o que seria a vantagem do serviço a possibilidade de estacionar em qualquer ponto se tornou problema para a mobilidade dos pedestres. Além do bloqueio de calçadas há relatos de bicicletas e também patinetes parados na ciclovia, faixa de pedestre e em vaga de estacionamento rotativo.
A situação é ainda pior para pessoas com mobilidade reduzida ou que têm alguma deficiência.
Pedro Henrique Carvalho de Oliveira, 18 anos, é universitário e anda todos os dias pelas calçadas do bairro Goiabeiras, em Vitória, no caminho para a faculdade. Ele, que é deficiente visual, afirma que já topou com bicicletas nas calçadas. Já esbarrei em algumas. As pessoas deixam em qualquer lugar, onde é lugar de pedestre, afirma.
A mãe de Pedro Henrique, a cabeleireira Eliamara Carvalho, 54 anos, conta que tem medo de que o filho sofra algum acidente pelo caminho. Muita gente estaciona atravessado na calçada, o que é muito ruim. Ela acrescenta que não é só ele que sofre com os obstáculos. Não penso só no meu filho, mas em outras pessoas que podem não conseguir desviar como cadeirantes, idosos ou pessoas com carrinho de bebê, por exemplo, diz.
Segundo os termos de uso da Yellow, as bicicletas não devem ser estacionadas em calçadas ou áreas onde possam atrapalhar a circulação de pedestres ou veículos. Elas devem ser deixadas em qualquer local onde seja permitido e gratuito estacionar veículos, preferencialmente em vagas comuns de carro e perpendicularmente à via, como se fosse uma moto.
Já a prefeitura afirmou somente que os patinetes e bicicletas devem ser estacionados em locais que não atrapalhem o deslocamento de pessoas, seguindo as orientações das legislações federais existentes sem, no entanto, informar o local onde elas deveriam ser de fato colocadas.
O secretário de Desenvolvimento da Cidade de Vitória, Márcio Passos, afirmou ainda que o serviço de aluguel de bicicletas é privado e que tem conversado com a empresa para que ela faça campanhas educativas e de orientação aos usuários para evitar que os equipamentos sejam colocados em locais inapropriados.
REGULAMENTAÇÃO
O município informou ainda que, até abril, deve elaborar uma legislação para regulamentar o uso das bicicletas compartilhadas sem estação. A lei deve prever, inclusive, multa para quem utilizar o serviço de maneira inadequada.
A Yellow está em fase de implementação em Vitória. Estamos colhendo dados do que está ou não funcionando e vamos fazer a regulamentação em cima disso. Estamos buscando, ainda, exemplos de leis em outras capitais do país, onde já há regulamentação, para que a nossa seja uma lei moderna, que atenda todos os lados, explica o secretário. A legislação deve ser a mesma para os patinetes compartilhados pela mesma empresa.
PONTOS VIRTUAIS
Em São Paulo, uma resolução prevê que as bicicletas sem estações devem ser retiradas e devolvidas em pontos virtuais identificados pelo aplicativo. A resolução diminuiu a flexibilidade do sistema, mas ajudou a resolver parte do problema. Em Vitória, a empresa já espalhou alguns desses pontos de estacionamentos que podem ser usados não obrigatoriamente por aqui. São bicicletários pintados de amarelo e que podem ser encontrados no aplicativo da empresa.
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